"Estou surpresa"

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Após o jantar, as meninas se reúnem no salão para ouvir Camilla tocar piano.

Beatrice: nossa! Como eu estava com saudade disso.

Madre: você não precisa ficar com saudade. É só voltar para a OEC oficialmente.

Beatrice: não dá, madre. Não mais. Eu não quero mais viver uma vida que não condiz com o que sou.

Madre: Beatrice, eu estaria sendo hipócrita se fingisse que não vejo as coisas que acontecem ao meu redor. A OEC precisa de você.

Beatrice: e vai poder contar comigo enquanto eu tiver forças para lutar.

Madre: fico feliz em saber.

Vincent chega na sala e chama Ava para conversar na varanda.

Vincent: Ava, eu gostaria que você soubesse que eu sinto muito por tudo que fiz.

Ava: eu sei. E você não precisa fazer isso. Eu entendo tudo que aconteceu. Eu só lamento a forma como aconteceu. Minha mãe, a vida no orfanato, tetraplégica...

Vincent: se eu pudesse voltar no tempo...

Ava: mas não pode. Então vamos seguir em frente. Ninguém precisa saber.

Vincent: você não contou para Beatrice?

Beatrice: contou o quê?

Ava: nada demais.

Vincent: me desculpe. Vou me recolher.

Beatrice: não quero ser invasiva, Ava, mas não me esconda coisas que possam te colocar em risco, por favor. Da última vez que você guardou segre...

Ava: não é nada demais, Bea. Não se preocupe. Não tem nada a ver com colocar minha vida em risco. Talvez em outro momento, quando eu me sentir pronta, eu te fale sobre isso.

Beatrice: tudo bem. Tudo no seu tempo. Agora vamos dormir.

Beatrice pensou ter visto alguém no jardim do convento, mas estava escuro.

Todos se despediram e foram para os seus aposentos.

Já no quarto, enquanto estavam deitadas, Ava estava pensativa.

Bea: o que houve? Você está longe.

Ava: o que você faria se descobrisse segredos sobre os seus pais? Segredos que você nunca imaginou.

Bea: bom, dos meus pais eu espero qualquer coisa.

Elas riem. Ava abraça Beatrice e lhe dá dois beijinhos rápidos. Beatrice coloca Ava em seu peito, que em seguida levanta a cabeça e começa a beijar o pescoço de Beatrice.

Bea: Ava, não começa. Temos que dormir. Se amanhã cedo não estivermos de pé, prontas pra treinar, a Madre vai arranjar um jeito de nos excomungar.

Ava: eu não ligo.

Bea: eu também não, mas a Madre sim.

Elas riem novamente e Ava apaga a luz.

Ava: já que você insiste, vamos dormir.

...

No dia seguinte o despertador toca as 4:30 da manhã.

Bea: Ava, acorda. Em uma hora temos que estar prontas para iniciar o treino.

Ava: deixa eu dormir só mais um pouquinho, por favor.

Bea: você prometeu. Levanta. Eu vou tomar banho e você vai em seguida. Não quero sair do banheiro e te encontrar nessa cama.

Beatrice acende a luz do abajur que está ao seu lado, levanta da cama e retira o pijama, colocando a toalha para ir ao banheiro.

Avatrice - A devoradora de mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora