24-Devils roll the dice, angels roll their eyes

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POV. MANU GAVASSI

DIAS ATUAIS

PARIS

Sempre ouvi por aí que tudo nessa vida quando é pra ser, é. E a gente sabe quando encontra a pessoa certa. Falando como alguém emocionada por natureza, já perdi as contas de quantas vezes achei que era, que finalmente estava com a pessoa da minha vida e no final terminei quebrando a cara.

Terminei frustrada, traída, machucada e principalmente traumatizada.

Isso sem contar na fama que ganhei.

Para muitos eu só entrava em alguma relação apenas para compor músicas sobre términos.

Enfim, eu era a ex obsessiva incapaz de superar alguém. Ou seja, se envolver comigo sempre foi problema.

Lógico que após sucessivos insucessos amorosos, cheguei a acreditar que no meu caso nunca foi pra ser e o pior enraizei durante muito tempo cada um desses pensamentos.

O amor e eu nunca combinamos muito bem.

Meu pai costumava dizer que o meu dia ia chegar.

Que uma hora surgiria alguém que levaria meus medos e eu deixaria de ficar à espreita o tempo todo, pois não viria uma nova rasteira.

Eu não quebraria a cara por acreditar de novo.

Lógico que duvidei todas às vezes que recebi variações desse pequeno discurso, mas acho que essa é a graça da vida, não é? Ela sempre continua acontecendo e nos surpreendendo.

De repente e de uma maneira que jamais julguei ser possível, aconteceu, eu encontrei a pessoa certa para minha vida.

Não, nem de longe foi perfeito.

Ouso dizer que nossa caminhada até aqui foi doída, nos machucado mais do que era necessário.

Mas não adiantou a gente lutar contra e maldizer o que sentíamos, porque mesmo com tantas voltas terminamos juntas.

Rafaella não me trouxe a perfeição de um romance com o selo de qualidade Disney.

Ela me desafiou desde o primeiro segundo e ainda assim, Rafaella nunca precisou de grandes esforços para me fazer feliz.

Não havia mais espaço para o medo de quebrar a cara e nem de levar mais uma rateira da vida, pois agora eu sabia que ela era a minha pessoa.

Pensar nisso me fez sorrir bobamente. Sorrir de alívio por saber que ela existe.

Sorri porque seja lá qual for a força divina que comanda as coisas, fez com que existíssemos aqui e agora, juntas.

E só então constatei que depois de todos esses anos, surpreendentemente, eu não mudaria nada do que aconteceu.

Porque foi justamente cada desvio em nosso caminho que nos trouxe até aqui e no fim das contas nos uniu.

Foi por isso que sorri, mesmo com a onda crescente e agridoce de saudade antecipada dentro de mim.

Mal havia embarcado e já queria voltar para casa.

Daylight [RANU]Onde histórias criam vida. Descubra agora