POV. MANU GAVASSI
DIAS ATUAIS
SÃO PAULO
Minhas manhãs nunca foram muito convencionais, não depois da formação de nosso grupo. Então, com a chegada de Teodoro em minha vida, o último resquício de normalidade desapareceu por completo. Era comum que, de uma hora para outra, a casa estivesse cheia, o café da manhã se multiplicasse e, em meio a todo bom humor matinal e contagiante de meu filho, a rotina começasse de verdade.
Bru costumava dizer que minha casa se tornou uma espécie de ''apartamento da Monica'' e, assim como acontecia no seriado Friends, ela passou a ser o nosso ponto de encontro. Era ali que cada loucura, novo plano, momentos de celebração, tristeza, revolta e tensão, aconteciam. Aquelas paredes já testemunharam muitas histórias.
Durante muito tempo, julguei ser impossível me desapegar do meu antigo apartamento e de cada memória que aquele cantinho tinha, mas em poucos meses essa casa conseguiu nos proporcionar tantas memórias quanto aquelas que vivi em meu antigo endereço.
Quando levantei naquela manhã, antes de todo mundo acordar e desci com Atlas para tomar minha xícara de café no jardim, encarei o dia despertar preguiçoso no horizonte e soube que aquele seria mais um desses dias para construir boas memórias.
(...)
Depois que terminei o café, parti em busca de um casaco pesado para colocar por cima do pijama, um par de tênis e a guia de Atlas. Precisava caminhar um pouco para colocar as ideias em ordem e nada melhor do que uma bola de pelos douradas e cheia de energia para isso.
Vagamos pelas ruas parcialmente vazias do condomínio enquanto repassava mentalmente o meu plano para o restante do dia.
Queria esvaziar a mente e me concentrar em tudo que idealizei com a equipe de Rafa ao longo dos últimos dias. Porque, apesar de minha agenda estar vazia, já que, em tese, estou de férias, minha mente se recusa a parar de verdade. Então, quando minha namorada propôs que eu a ajudasse com ideias para a divulgação do lançamento de sua marca, não pude deixar de agradecer-lhe por isso.
Agora pelo menos iria parar de cismar e enxergar coisas onde não existiam.
Sim, voltei cismada de Paris com toda estranheza das meninas e, no final, percebi que minhas suspeitas eram infundadas.
Afinal, vivemos à flor da pele nos últimos meses e cada uma estava presa em seus próprios dilemas, então aquela estranheza era mais do que justificável.
Talvez tenha sido por isso que Rafaella fez questão de me deixar com a cabeça bem ocupada, porque ela sabe melhor do que ninguém os danos que minha mente pode causar.
Assim, deixei as cismas de lado e andei trabalhando no rascunho de algumas ideias, tanto para o lançamento quanto para a possibilidade de trabalhos futuros.
Porque desde que decidi voltar para a música, lançando um single solto, percebi que me dediquei mais na elaboração do roteiro para meu clipe em formato de curta-metragem do que na composição em si.
Sim, eu ainda amo compor e jamais abrirei mão disso. Ninguém jamais escreverá uma vírgula por mim, mas sinto que uma chave virou aqui dentro e percebi que quero seguir por esse caminho. Quero contar histórias de uma nova maneira.
Ok, primeiro teria que aprofundar meus estudos em roteiro, direção e até mesmo buscar novos cursos de atuação. A sensação que tenho é de que um novo mundo repleto de possibilidades se abriu e ainda não tenho percepção total disso.
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Daylight [RANU]
FanfictionManu sem dúvidas estava em seu melhor momento. O almejado reconhecimento que ela batalhou arduamente através dos anos para conseguir, enfim, chegou. Além disso, a paulistana havia feito as pazes com seu passado. Seus projetos tão sonhados saíram do...