07- Sweet creature

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POV. RAFA KALIMANN

SÃO PAULO


Dias atuais....

A sensação de ter Teodoro em meus braços depois de tanto tempo era indescritível. Meu coração se apertou ao constatar que ele lembrava muito pouco o bebê de quem me despedi há dois anos e meio.

Se não fosse por seu sorriso e aqueles olhos que tinham a capacidade de derreter o coração de qualquer um, jamais diria que aquele era o mesmo garotinho.

— Cê cresceu demais! Não acredito nisso. Quando eu saí daqui você era só um bebê e agora esticou esse tanto? Não aceito isso não.

O pequeno gargalhou do meu comentário e eu podia jurar que aquele era o melhor som do mundo inteiro.

— É porque agora eu não sou mais um bebê! Sabia que vou fazer quatro anos? Isso é quase uma mão inteirinha de anos.

Ele sinalizou a idade com os dedos de maneira adorável e eu queria morrer de amores.

— Acho que essa conta tá errada, viu?

Teodoro então fez um biquinho fofo que remetia muito a Manoela e ao mesmo tempo, a expressão o fez parecer bastante concentrado, acredito que ele estava em busca de um meio para provar seu argumento.

Era engraçado observar o quão parecidos e diferentes eles eram.

Téo herdou a inteligência e a criatividade de Manu e, como Cat gostava de brincar, a tendência ao drama também.

Inclusive, quando ele usava essa característica a seu favor, era praticamente impossível lhe negar alguma coisa.

Apesar da minha distância física nos últimos anos, era inegável que Manoela havia se tornado uma mãe e tanto.

Ela era capaz de fazer qualquer coisa por aquele garotinho, aliás, todo nosso grupo de amigos era capaz de qualquer coisa quando o assunto era Teodoro Gavassi e sempre foi assim desde o início. 

FLASHBACK

Bruna, Catarina e eu continuávamos com Manoela e agora estávamos aqui, sentadas no tapete da sala da minha baixinha enquanto ela pensava em seus próximos passos após a descoberta da gravidez.

— Nena, acho que o primeiro passo é procurar um médico, não? Assim você tira todas as suas dúvidas, faz os exames necessários e para de surtar achando que prejudicou o bebê.

Catarina foi a primeira a se pronunciar enquanto Manu colocava as engrenagens de seu cérebro para trabalhar.

— Concordo com a Cat! Antes de qualquer coisa você precisa procurar um médico, Polly. Imagina como vai ser escutar o coraçãozinho pela primeira vez? Acho que quero chorar só de pensar. Nem ouse me impedir de participar desse momento e nem de todos os outros, aliás, nem que eu me mude aqui pra Sampa, mas não perco nenhuma fase dessa gravidez por nada nesse mundo.

Bruna estava tão empolgada que era impossível não se divertir com aquilo.

Manu arregalou os olhos com os comentários da carioca e isso só  serviu para deixar a cena toda ainda mais cômica.  

— Meu Deus, Bru! Daqui a pouco você vai querer fazer um Pay-per-view pra monitorar 24 horas por dia da minha vida hospedando o pequeno alien.

Bruna mostrou a língua e eu ri das duas.

— A ideia até que é boa, imagina você documentando todos os momentos da sua gravidez? Não pra mostrar pra todo mundo, só pra ter um registro, sabe?

Daylight [RANU]Onde histórias criam vida. Descubra agora