27- The places you have come to fear the most

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POV. RAFA KALIMANN

ALGUNS DIAS ANTES

São Paulo....

Desde que abri aquela maldita caixa era como se tudo estivesse se fechando acima da minha cabeça. A sensação era de afogamento. Me sentia sufocada, exposta e aterrorizada.

Não tive tempo de reagir e nem muito menos responder à enxurrada de questionamentos vindos de Bia e Gizelly. Até porque, eu simplesmente não conseguia ouvi-las.

Eu estava em pânico. Estremecendo de puro pânico.

Aquela mulher não só havia voltado para minha vida, ela estava brincando comigo de novo. Eu estava a mercê de mais um de seus joguinhos mentais. Porém, dessa vez ela extrapolara de todos os limites, ela conseguiu ter acesso a Téo. O meu filho.

Esse pensamento me fez despertar e aos poucos senti o medo se misturar com a raiva e sem que eu pudesse perceber, as lágrimas chegaram, do nada, sem aviso prévio.

— Sei que pode parecer uma pergunta idiota, mas você tem noção de quem pode ter mandado isso?

Bia tentou mais uma vez e logo foi seguida por Gizelly.

— A polícia! A gente precisa acionar a polícia. Isso tem cara de ser coisa daqueles malucos que se dizem fãs e desconhecem limites.

Assim, Gizelly pegou parte das imagens espalhadas pelo chão e começou a analisá-las com mais atenção.

— Sangue, fogo e labaredas... Aqui tem fotos de meses. Parece que desde que você chegou no Brasil, tem alguém por aí seguindo seus passos. Realmente precisamos falar com a polícia. Porque se chegou no extremo de te mandarem isso aqui, as coisas podem piorar e...

— Não, a gente não vai chamar a polícia!

— Rafaella??? A Gizelly tá certa. Isso não é uma coisa que você pode lidar sozinha. Aliás, você não deve lidar com isso sozinha. Essa pessoa pode ser perigosa.

Balancei a cabeça negativamente com veemência, enrijecendo a linha de meus lábios.

— Eu não quero a polícia envolvida nisso. Porque eu sei exatamente quem é a pessoa por trás de tudo. Não é coisa de algum fã ou algo do tipo.

As meninas se entreolharam confusas e eu suspirei cansada, porque aparentemente tudo que julguei ter deixado para trás quando sai de Lisboa, voltou para assombrar meus dias.

Sabia que não dava mais para fugir, agora eu teria que confrontá-la de uma vez por todas.

As meninas estavam prestes a reiniciar o interrogatório, afinal, elas estavam totalmente perdidas e precisavam de respostas, mas eu as interrompi novamente.

— Quem mandou tudo isso, foi a minha ex.

— Ex??

As duas perguntaram em uníssono e eu confirmei com a cabeça.

— Acho que não contei tudo que aconteceu comigo em Portugal. — Pontuei e comecei a desenterrar a história que jurei não remexer mais.

Daylight [RANU]Onde histórias criam vida. Descubra agora