POV. RAFA KALIMANN
SÃO PAULO
DIAS ATUAIS
Era no mínimo louco o fato de Manu e eu nunca termos nos relacionado romanticamente e ainda assim parecer que tínhamos passado pelo pior dos divórcios, a ponto de eu ter colocado um mar de distância entre nós por quase três anos.
Suspirei pesadamente ao chegar a essa conclusão com o olhar preso na janela de meu antigo apartamento, fitando a vista de uma São Paulo encoberta por nuvens carregadas.
Eu esperava por Catarina para finalmente poder encontrá-los.
Cheguei no Brasil de surpresa há três dias, então poucas pessoas sabiam disso, todos esperavam a minha chegada agendada para próxima semana, no entanto, terminei voltando tão subitamente quanto havia partido e os dois momentos ocorreram graças a Manoela.
Não que ela estivesse ciente disso, mas toda a pressão para eu me firmar em minha carreira, somada a incerteza sobre nosso futuro e na reciprocidade de seus sentimentos, foram o estopim que me levaram a pior das escolhas.
Talvez o meu erro tenha sido deixá-la no escuro em relação a meus sentimentos e deixar que tanta gente se metesse no meio de nossa história e depois minar nossas chances em um momento de impulsividade.
Fui injusta, impulsiva e até mesmo egoísta, tudo por medo de perder o que tínhamos.
O problema era que agora não éramos só nós, tinha o Téozinho no meio disso tudo e ele era a pessoa que menos merecia sofrer nessa história toda.
Ao pensar nele foi inevitável não sorrir, aquele pedacinho de gente tinha o dom de arrancar os melhores sorrisos de qualquer um e eu me praguejava todos os dias por ter deixado de acompanhar de perto cada fase de sua vida nos últimos anos.
Fui incapaz de cumprir o que havia prometido a Manu quando tudo isso começou e essa era a parte que mais me doía.
FLASHBACK
— Certo, voltamos de viagem tem mais de três semanas e você tem andado meio '' doentinha'' Maria Manoela isso não é ressaca, não? Acho que nunca te vi beber tanto como nos últimos dias. Se bem que teve aquela vez quando estávamos em Nashville e....
Ela me interrompeu me lançando um olhar mortal e se tem uma coisa que aprendi com os anos de convivência é que nunca era um bom negócio irritar essa bichinha.
Manoela pode até não ter tamanho, mas ela sabe se impor como ninguém nesses momentos.
— Rafaella você nem começa, ok? Já falei pra esquecer aquele maldito dia. Eu estava louca, possuída pelo ritmo do ragatanga e nada do que aconteceu deve ser considerado. Tudo que aconteceu em Nashville, fica em Nashville.
Tentei ao máximo segurar o riso com sua resposta somada a lembrança do fatídico dia e durante alguns segundos até obtive sucesso, mas logo me dei por vencida e gargalhei abertamente da cara de Manu.
— Que saco! Você é terrível, Rafaella! Nunca vai me deixar esquecer isso, né?
Manu começou a me atacar com um dos travesseiros de sua cama, enquanto desabei no colchão, fraca de tanto rir.
Eu até pediria pra ela parar ou atacaria de volta, mas Manoela interrompeu abruptamente seu ataque para correr novamente em direção ao banheiro de seu quarto.
Aquela era a terceira vez que aquela cena se repetia só naquele dia.
Com isso todo o meu riso foi embora e prontamente segui para ajudá-la.
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Daylight [RANU]
FanfictionManu sem dúvidas estava em seu melhor momento. O almejado reconhecimento que ela batalhou arduamente através dos anos para conseguir, enfim, chegou. Além disso, a paulistana havia feito as pazes com seu passado. Seus projetos tão sonhados saíram do...