12 twelve keys

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Quando eu acordei, Jane já havia descido, assim como quando subi ontem à noite, e ela já estava dormindo

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Quando eu acordei, Jane já havia descido, assim como quando subi ontem à noite, e ela já estava dormindo. Portanto, não consegui falar com ela ainda – não que eu quisesse. Enquanto me vestia para o café da manhã, ouvindo as vozes de todas as minhas irmãs em contraste com a voz grossa de papai, olhava fixamente para o meu reflexo e questionava diversas coisas. Estou com olheiras e minhas bochechas estão pálidas. Meus pensamentos não paravam, e notei que desde que Joseph cruzou a minha vida não tenho paz na mente.

Acabei concluindo que não contaria nada a Jane. Ainda não. Eu não me sentia preparada e um contexto levava ao outro; terminaria tendo que contá-la sobre Ollo, e eu estava correndo desse assunto como gato foge da chuva. 

Quando meus passos se tornaram audíveis nas escadas, todos na cozinha se calaram e eu só podia escutar o tintilar dos talheres nos pratos. Foi quando me dei conta de que todos, provavelmente, viram os livros e o bilhete antes de mim. Agora eles estavam bem guardados, expostos ao lado da minha cabeceira, e o bilhete dentro da capa escura do meu celular.

Precisaria enfrentar um questionário e fugir por qualquer caminho que aparecesse à minha frente. Não me importava de mentir para nenhum deles, exceto Jane e papai.

Quando entrei na cozinha, aqueles olhares observadores das minhas irmãs e da mamãe viraram para mim.

– Bom dia, querida – mamãe saúda, cheia de sorrisos.

Posso sentir meu corpo inteiro revirar os olhos. Conheço esses sorrisos incomuns. Puxo minha cadeira ao lado de Jane e começo a preparar a minha própria refeição.

– Bom dia.

– Não vimos a hora que você chegou – mamãe comenta tentando fingir desdém ao passar a faca por sua torrada.

– Foi cerca da meia-noite.

– Veio com quem?

Enfim, a pergunta que ela realmente queria fazer. Sem desviar os olhos da xícara, respondo:

– Um colega.

– O mesmo que mandou aqueles livros e o bilhete? – ela é direta.

Sinto minhas bochechas queimarem. Todas estão olhando para mim, menos o papai, que simplesmente não se importa.

– Não sei.

Mamãe pausa e apoia os braços em cima da dobra da mesa, me olhando fixamente. Agora não há mais desdém, apenas a exigência de descobrir tudo o que eu estou escondendo. As meninas estão atentas, caladas e tensas.

– Não sabe se foi ele, ou não sabe quem mandou os livros?

– Os dois.

– Não faz a mínima ideia? – Katy se intromete, parada do mesmo jeito que mamãe, incrédula. Deslizo os olhos rapidamente por elas, apenas para checar seus olhares julgadores.

pride and prejudice || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora