Quando cheguei no hotel-restaurante, os meus tios já estavam arrumados e prontos para descer para o jantar. Eu subi pelas escadas da lateral, e enquanto escorregava as mãos pelo corrimão, observava tudo de cima. Era um ambiente movimentado e muito bonito, neste momento eram seis da noite e tudo já estava bastante cheio. Homens e mulheres bebendo vinhos e fumando cigarros, rindo e se divertindo. Não era como todos os pubs que você encontra a cada esquina no Reino Unido, mas sim um restaurante de verdade, e apenas pessoas da alta classe aparentavam frequentar.
No primeiro andar, o meu quarto era separado dos meus tios, mas ficava bem ao lado. Passei lá antes de entrar no meu para pegar as chaves, e eles me informaram que ainda tinha bagagem minha no carro. Decidi que primeiro iria me aprontar, e depois desceria para buscar as bagagens.
No banho, o meu corpo todo pulsava conjuntamente em apenas um pensamento: Joseph Quinn. Meus ombros estavam doendo e, mesmo acostumada a caminhar, meus pés pediam socorro. Era a tensão que ele espalhava pelo meu corpo. Ensaboando, senti meus braços, barriga, seios, coxas – todos quentes. Nem mesmo a água gelada conseguia me acalmar. O sangue certamente fervia dentro das minhas veias, e ele sequer havia me tocado.
Tudo isso me deixava tão profundamente intrigada, que quando acabei de me arrumar e me olhei no espelho, ainda estava com aquela mesma expressão interrogativa. Fechado, sobrancelhas juntas, lábios repuxados. Será que eu estou ficando obcecada? Fechei os olhos pintados por delineador, inspirei e expirei umas dez vezes até sentir o meu coração apertar um pouco menos. Joguei o cabelo e me virei contra o meu reflexo, analisando cada parte do meu corpo.
Era um vestido bonito. Caía bem em meu corpo, ressaltava as minhas curvas. Só tinha um pequeno problema.
Ele não era vermelho.
E eu tinha a estúpida esperança de encontrar Joseph hoje a noite.
Vermelho, definitivamente, é a sua cor. Eu podia escutar sua voz contra o meu ouvido, me arrepiando. Passaria a noite inteira infeliz se eu não trocasse a peça de roupa agora mesmo. Por sorte, dentro da mala que a tia Samantha subiu, eu também tinha colocado um outro vestido vermelho. Desta vez, um tom mais fechado – será que esse tom também é a minha cor?
Ele era de cetim, tinha alças finas e um decote que caía para frente, mostrando rapidamente a curva dos meus seios. A peça abraçava a minha cintura e só alcançava menos da metade das minhas coxas; quando eu olho para baixo, consigo ver o torneado das minhas pernas e a fita do salto alto preto que estou usando prendendo meu tornozelo. Borrifo perfume em partes estratégicas do meu corpo.
Se Joseph Quinn não aparecer aqui hoje, juro que vou matá-lo; pois estou vestida para matar.
Deixo o celular em cima da cama, pego as chaves do quarto e saio, rumo à mesa dos meus tios, a fim de pegar as chaves do carro e buscar as bagagens que faltam. Gosto do poder que me proporciona ouvir o salto bater no chão a cada pisada minha. Me sentir mais alta também exala certo tipo de poder, observar tudo de cima.
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pride and prejudice || joseph quinn
FanfictionVocê acredita em ódio à primeira vista? A jovem estudante de literatura Diana Benett não tem uma boa primeira impressão do ator Joseph Quinn, a quem conheceu ocasionalmente em uma festa particular. Orgulhoso, ríspido e misterioso, Quinn demonstra se...