Você acredita em ódio à primeira vista?
A jovem estudante de literatura Diana Benett não tem uma boa primeira impressão do ator Joseph Quinn, a quem conheceu ocasionalmente em uma festa particular. Orgulhoso, ríspido e misterioso, Quinn demonstra se...
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Provavelmente pareceu que eu estava correndo, pois saí rápido demais dali.
Joseph Quinn é tão estranho. Como ele podia ter ganhado tantos fãs, como dizem; atuado em grandes papéis e até mesmo ter recebido prêmios ao redor do mundo, sem carregar um pingo de simpatia? Eu não consigo entender. Ou será que o problema dele é especificamente comigo? Ficou lá parado me fitando como se quisesse que eu sumisse, ou como se eu fosse uma assombração.
Provavelmente, se eu soubesse que ele ainda estava aqui, não teria vindo.
O clima estava tão pesado naquele ambiente que precisei sair às pressas, ou a gravidade me sugaria para baixo. Dei graças a Deus por não ter tropeçado em nenhum degrau e ter concluído minha missão de chegar viva no andar de cima com sucesso. Respiro fundo, balançando a cabeça como se afastasse literalmente a última situação de minha lembrança.
Bato à única porta do único quarto que há no corredor de cima, e ouço a voz familiar da minha Jane gritar "entre!". Giro a maçaneta e entro, vendo-a cruzar os cabelos em uma trança ao lado da cabeça, sentada naquela cama gigante.
O quarto era enorme. Provavelmente, do tamanho da cozinha inteira da nossa casa – que, à propósito, era o maior cômodo. Tinha uma grande janela para o jardim, longas cortinas marfins, um espelho enorme por toda a parede esquerda e mobílias extravagantes. Será que era o quarto de Ollo, ou o de visitas? Ao dar o primeiro passo, piso em um vasto tapete felpudo e fofo. Jane sorri para mim.
Tenho tantas perguntas a fazer, mas opto pela melhor e mais lógica, de início.
– Você tá bem?
Jane assente. – Me sinto muito melhor.
Enquanto ela fala, caminho até onde está e sento-me ao seu lado na cama. O colchão é absurdamente fofo e os lençóis exageradamente sedosos.
– Me senti um fardo, eles foram tão gentis comigo. – Seus ombros encolhem e ela prende o fim da trança com o próprio cabelo, desabafando. – Apesar de que Ollo parece extremamente feliz em me ter aqui.
Mordo o lábio e sorrio. É bom saber disso.
– Então, não sei quem está mais; ele, ou mamãe.
Jane revira os olhos, rindo. Suas bochechas estão coradas e parece muito bem, sem sinal de resfriado. Passeio os olhos por toda ela e vejo que está usando roupas diferentes.
– De quem é esse vestido?
– De Ollivia, irmã de Ollo.
A antipática que questionou, com asco, se vim até aqui caminhando. Então ela empresta roupas à pobres.
Assinto, indicando que compreendi.
– Tudo bem – suspiro e rolo os olhos pelo quarto. – Bem, eu não vim de carro, pois papai precisou usá-lo para ir até o Sul. Voltamos de táxi, tudo bem?
