06 six feet under

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Eu nunca gostei de teimosia

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Eu nunca gostei de teimosia.

Porém, ser desafiado era instigante, afinal; e isso eu não posso negar. Se você não está com energias para se levantar e ir trabalhar, um banho gelado pode te desafiar e te fazer acordar melhor. Se você quer muito um papel em um filme e alguém extremamente talentoso aparece para disputar – talvez mais do que você –, você se dedica seis vezes mais.

Você vive a vida mais intensamente quando é desafiado pela morte.

É claro que eu respeito o não de uma mulher. Não é não, e acabou. Aprendi isso desde pequeno com a minha mãe, as minhas tias e as minhas irmãs. É o mínimo. A questão aqui é que Diana Bennet informou, indiretamente, apenas não querer me beijar. Mas ela não falou nada sobre toques, conversas, olhares e nem mesmo danças.

Eu já estava disposto a batalhar contra a teimosia dela, e depois de vê-la com Grover e saber que há a possibilidade de ele estar aqui presente hoje... bem, inconscientemente acabou se tornando o meu arqui-inimigo direto. Me deu a força e a motivação que ser desafiado proporciona. Pode ser que antes eu não conseguisse, mas agora eu vou.

Essa mulher mexeu com a minha cabeça de um modo perturbador. Acho que um ano de admissão do público me deixou um pouco careta. Foram muitos sins até chegar aos nãos dela. Devo ter descoberto um novo complexo de inferioridade em mim, visto que não suporto nenhuma rejeição. Eu quero tanto que ela goste de mim, mesmo que eu queira ainda mais fazê-la bufar e revirar os olhos, irritada comigo. Foi um veneno que provei e gostei do sabor. O jeito que ela me olha, como se eu não significasse nada em sua vida – mas, ao mesmo tempo, como se quisesse que eu significasse.

Pode ser apenas uma impressão.

Notei que precisava escolher entre duas opções: fugir imediatamente, ou tentar levá-la para a cama. Tomei consciência disso quando um simples toque de mãos na maçaneta do carro, quando ela estava indo embora da casa de Ollo, me fez sentir um calafrio dali até a espinha. Flexionei a mão e saí, em chamas, desejando nunca mais lavá-la, como um maldito adolescente idiota.

Já a mandei para o inferno, em minha mente, mil vezes em cerca de um mês. E eu só a vi três vezes.

Mesmo que eu tenha dito tudo aquilo só para provocá-la – pois era ótimo ver seus lábios retorcendo, seus dedos se fechando em punho e seus olhos brilhantes se estreitando em minha direção –; eu não sou um grande especialista em mulheres. Para ser sincero, me relacionei com mais mulheres em um ano do que em toda a minha vida – que não foram poucas. Mas eu conseguia reconhecer quando uma tensão sondava a mim e a outra pessoa.

E era assim com Diana.

Eu notava sua inquietação, e não duvido de que ela genuinamente não me suporte – só que eu gosto. Freud, provavelmente, explicaria isso. Ser tão aceito por todos deve causar algum efeito passional difícil e antônimo a quando você é rejeitado por alguém. Principalmente se esse alguém tem uma bunda e um par de coxas maravilhosos.

pride and prejudice || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora