– Feche os olhos e respire fundo. Eu só vou sair com o carro quando você estiver se sentindo melhor, pelo menos um por cento.
Obedeço e fecho os olhos, sentindo sua mão passar pela minha cabeça e escorregar pelos meus cabelos. Inspiro e expiro. Aperto a maçaneta interior do carro entre os dedos como se fosse me ajudar.
Minha mão esquerda está vazia e suada, então Joseph segura meu pulso com leveza e apoia em cima da sua coxa. Seu jeans seca minha palma. O carro está silencioso, exceto pelo ruído remoto do aquecedor, que faz o meu frio de dissipar gradativamente.
Meu coração vai se acalmando ao passo que eu vou encarando a realidade. Já sabemos onde Katy está, e logo ela vai estar em casa. Nada de ruim vai acontecer. O pior já passou.
Estou com aquela sensação de vergonha pós surto. Abro os olhos e vejo Joseph me observando com serenidade, apenas aguardando que eu esteja pronta para me levar para casa. Não vejo julgamento algum em seu rosto, mesmo assim, me sinto exposta demais.
Engulo em seco. Adoraria beber água agora.
– Tudo bem. Podemos ir.
– Tem certeza?
Ele roça a ponta dos dedos em meu escalpo e minha nuca se arrepia.
– Sim.
– Ok.
Ele confirma com a cabeça e tira a mão do meu cabelo, girando a chave na ignição e começando a tirar o carro do estacionamento. Meu corpo dá um sobressalto quando passamos pelo quebra-molas. Desbloqueio a tela do celular e a luminosidade faz meus olhos doerem, então pisco com força antes de começar a discar o contato do papai.
Levo o aparelho ao ouvido e ouço os bipes enquanto observo Joseph olhando pelo retrovisor, passando a marcha e saindo da área do hotel. Estamos na pista quando papai atende.
– Diana?
– Oi, papai.
– Meu Deus, é tão bom ouvir sua voz – ele suspira, aliviado. Ouço várias vozes no fundo, mas não reconheço nenhuma.
Meu peito se contorce em empatia e amor. Queria pingar apenas uma gota de juízo no cérebro de cada uma das minhas irmãs para que elas nunca fizessem papai passar por isso. No de mamãe também.
– A sua também, papai. Recebeu a minha mensagem?
– Sim, querida, recebi. Inclusive já estou a caminho, e pedi que um amigo meu que vive em Brighton fosse lá para checar.
– E então?
– Ele já checou. Estão lá.
– Ótimo.
– Como conseguiu esse endereço?
Olho de soslaio para Joseph, que está com as costas apoiadas no banco, dirigindo com atenção, pois a estrada está movimentada. Diversos carros passam em alta velocidade ao nosso lado. Ele me flagra olhando para si e cruzamos os olhares rapidamente, sérios e dispersos.
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pride and prejudice || joseph quinn
FanfictionVocê acredita em ódio à primeira vista? A jovem estudante de literatura Diana Benett não tem uma boa primeira impressão do ator Joseph Quinn, a quem conheceu ocasionalmente em uma festa particular. Orgulhoso, ríspido e misterioso, Quinn demonstra se...