Chupando a última bala de cereja que guardei dentro do sutiã, estou no topo da escada, observando tudo e todos. Sentada no chão, as mãos entre as grades de madeira e as pernas balançando para frente e para trás; parece que ninguém nota minha ausência na festa. Assim como pouco notaram a minha presença. Mas, tudo bem, pois não foi por isso que vim para cá.
Tem um rapaz vomitando ao lado da escadaria. Já vi Jane e Ollo se beijando em cinco cantos diferentes. Depois, vi quando ele cochichou algo em seu ouvido e se afastou para ir à cozinha. Nesse momento, Jane dançou com outro cara. Eu vi, no canto da sala, Ollivia observando tudo com os braços cruzados. Assim que Ollo voltou, Jane tornou a beijá-lo mais mil vezes. Ollivia tentou ficar ao lado de Joseph e puxar conversa, mas não parecia ser recíproco. Caroline e Wes estão se pegando nesse exato momento, atrás da pilastra do corredor. Eu poderia ficar olhando orgulhosa, se ele não estivesse apertando os seios dela com tanta necessidade que me fez ficar com vergonha e desviar o olhar para sempre.
Posso ver tudo isso daqui de cima.
Meu olhar só cruzou o caminho de Joseph uma vez. Foi o suficiente para que ele pudesse saber onde eu estava e nunca mais voltar a olhar para cá. Acho que, dessa vez, eu atingi em cheio o seu rancor. É, sinceramente, o que espero.
Ele está quieto, sentado na ponta do sofá que fica bem embaixo de onde estou. Não posso ver seu rosto, mas consigo ver suas pernas balançando impacientemente. Nessa agonia eu o compreendo; também adoraria ir para casa. Sou a única mulher a não aproveitar o evento. Não paro de pensar no seminário que vou precisar apresentar em algumas semanas, na Universidade de Cambridge. Por sorte, é onde Carol vive, e pedi para passar esse dia em sua casa – ela permitiu com tranquilidade.
Como se lesse meus pensamentos, a vejo subir os degraus e vir até mim. Seu batom está borrado, sua camiseta, amassada, e ela está sorridente. Efeito Wes.
– Por que tá sentada tão distante? – ela pergunta ao se aconchegar ao meu lado, posicionando as pernas para fora das grades, assim como eu.
– Minha bateria social acabou.
Ela dá risada.
– Dançar com o Joseph Quinn te cansou?
Fico surpresa e viro meus olhos esbugalhados em sua direção.
– Você viu?
– Vi, sim.
– E não me socorreu? Que tipo de amiga você é? – finjo estar chocada, levando a mão ao peito. Carol faz um biquinho. – Foi um pesadelo – forço uma cara de choro e encosto a testa na madeira entre as minhas mãos.
Carol ergue uma sobrancelha.
– Eu achei que tivesse gostado.
Reviro tanto os olhos que os sinto doer, seguido de uma expressão de repulsa.
– Eu não o suporto. Como teria gostado?
Caroline apenas dá uma risadinha, fazendo uma careta engraçada e erguendo os ombros.
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pride and prejudice || joseph quinn
FanficVocê acredita em ódio à primeira vista? A jovem estudante de literatura Diana Benett não tem uma boa primeira impressão do ator Joseph Quinn, a quem conheceu ocasionalmente em uma festa particular. Orgulhoso, ríspido e misterioso, Quinn demonstra se...