05 for the fifth time

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Em vinte e dois anos de uma miserável existência, realmente ainda não aprendi a evitar certos assuntos na frente das minhas irmãs

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Em vinte e dois anos de uma miserável existência, realmente ainda não aprendi a evitar certos assuntos na frente das minhas irmãs. Por conta disso, como castigo, agora estou saindo da faculdade, durante o meu horário de almoço, só para acompanhá-las numa loja de roupas – simplesmente porque as contei que precisava de algum vestido novo para ir à próxima festa de Ollo.

Tenho apenas uma hora livre para fazer isso, agora que gastei dez minutos na fila do restaurante e mais dez minutos comendo. A caminhada até a loja deve ter durado cerca de vinte minutos, portanto, aqui só posso gastar...

– Opa...

Meus cálculos e devaneios são atrapalhados, pois, como sou extremamente sortuda – para não dizer o contrário, é claro –, acabei de esbarrar em alguém em frente à loja. Alguém que mais parecia um poste. Como em um filme, mas extremamente vergonhoso, meu pequeno exemplar de bolso de "O morro dos ventos uivantes" cai, seguido do meu caderno. Subo o olhar e vejo um rapaz alto, de cabelos escuros, de olhos atentos e sorriso largo, me observando.

– Desculpa, eu não tava olhando para a frente... – vou dizendo e balançando a cabeça ao passo que abaixo para pegar os livros. Sou uma negação.

Ele também o faz, me ajudando.

– Não precisa pedir desculpas, tá tudo bem – ele ri. Seu sorriso é incrível e contrasta perfeitamente com seu tom de pele e seus lábios carnudos.

Provavelmente estou tão vermelha quanto um tomate. Burra, burra, burra.

– Ele é tão gentil! – ouço a incomparável voz aguda de Katy chegando perto de mim. Subo o olhar enquanto me levanto, tendo apanhado o que derrubei, e a vejo sorridente rodear o homem à minha frente. Franzo o cenho e torço para que ela não esteja mesmo fazendo o que acho que ela está.

– Ele falou comigo também! – Mandy complementa, aparecendo logo em seguida, fazendo um círculo com Katy ao redor do homem e reforçando as minhas suspeitas. Estou muito em choque para reagir.

Se eu estava envergonhada, agora estou estarrecida. Quero me esconder imediatamente. Quero me cobrir debaixo da saia da primeira mulher que passar ao meu lado. Quero desaparecer. Não bastava somente eu mesma para me fazer vergonha, agora tenho minhas duas irmãs sem noção de companhia cômica.

– Venha, nos ajude a escolher um vestido! Precisamos de uma opinião masculina! – Katy agarra o pulso do desconhecido e o arrasta para dentro da loja, antes mesmo que ele possa dizer alguma coisa.

Puta que pariu.

Esbugalho os olhos e vou correndo atrás, sem saber o que fazer para controlar as meninas. A Sra. Bennet criou selvagens. Por sorte, vejo Jane lá dentro, passando as mãos por algumas peças penduradas em cabides.

– Meninas, deixem o moço em paz! – exijo aos gritos, correndo atrás delas.

Jane vira o rosto em nossa direção, confusa. Quando vê o que está acontecendo, entende imediatamente, pois nós duas sabemos o quão impulsivas podem ser Katy e Mandy, então também começa a ir atrás das nossas irmãs doidas. A única ajuizada é Lawrence, que sequer veio.

pride and prejudice || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora