03 three little birds

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No café da manhã do dia seguinte, as garotas acordaram cansadas por terem chegado em casa no meio da madrugada

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No café da manhã do dia seguinte, as garotas acordaram cansadas por terem chegado em casa no meio da madrugada. Mesmo assim, fizeram a refeição cedo, ao lado das irmãs e da mãe – seu pai, como sempre, estava no escritório, lendo.

– Alguma novidade dessa festa que foram? – pergunta a Sra. Benett, já com suas intenções duvidosas. As meninas sabiam disso, e era classicamente perceptível no tom de voz que ela usava ao falar, tentando atuar desdém ao mexer nas panelas em cima da mesa.

Diferente de Diana, Jane não costumava se abrir para a mãe; mas, diferente de Jane, a Sra. Benett nem sempre acreditava em Diana. Ela duvidava, por exemplo, do fato da mais velha das garotas – já ter vinte e dois anos – e insistir em dizer que era virgem. E Diana era, embora sua mãe não acredite – e passou a duvidar ainda mais quando, por acaso, descobriu que Jane não era. Na cabeça da Sra. Benett, não fazia sentido a mais velha ser, enquanto a irmã de idade seguinte não era.

– Nenhuma – responde Jane, suspirando com os olhos fixos no pão.

Diana reprime o sorriso. A Sra. Benett observa as duas, com o jus à desconfiança de uma mãe.

– Nenhuma, mesmo?

– Nenhuma.

– Duas garotas extremamente lindas que foram à festa de um rapaz que tem muito dinheiro, e não têm nenhuma novidade? – a Sra. Benett ergue uma sobrancelha, incrédula. Katy e Mandy dão uma risadinha. Lawrence observa, calada, como sempre.

– Se elas tivessem me deixado ir, com certeza teria novidades a te contar, mamãe – Katy dá de ombros, convencida e sugestiva.

– Muito me admira você sentir orgulho em ser promíscua – a Sra. Benett repreende, fazendo Katy olhar para ela com cara feia.

– Promíscua só por que ela beija, mamãe? – questiona Diana, parando seu pão com geleia no ar, no meio do caminho até a boca.

Era a única que tinha coragem de rebater as falas da mãe.

– Ela só tem dezoito anos – justifica-se a Sra. Benett, negando com a cabeça. Depois, abre um sorrisinho para Jane, ignorando Diana. – E aquele Olliver sobre quem me falou, querida? Não aconteceu nada?

Jane permanece em silêncio, e Diana volta sua atenção para ela. As duas trocam olhares, cúmplices, e Jane balança a cabeça positivamente. Acabaram de se comunicar sem nenhuma palavra – Jane deu a permissão à Diana para contar, e ela reconhece o limite.

Quase como se, às vezes, pensassem juntas.

– Eles ficaram juntos durante toda a festa – conta Diana, simples.

Suas irmãs dão gritinhos animados e a mãe precisa se segurar para não reagir igual, como uma adolescente.

– E vocês se beijaram? – pergunta Mandy, eufórica, parando tudo o que estava fazendo e se inclinando levemente sobre a mesa. Ela sorri largo para Jane, que está vermelha e com o olhar baixo.

pride and prejudice || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora