Você acredita em ódio à primeira vista?
A jovem estudante de literatura Diana Benett não tem uma boa primeira impressão do ator Joseph Quinn, a quem conheceu ocasionalmente em uma festa particular. Orgulhoso, ríspido e misterioso, Quinn demonstra se...
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Eu tenho um milhão de motivos para desistir daquela mulher.
Diana já explicitou todas as razões pela qual me despreza, deixou claro que não sou eu quem está em seu coração e que, se possível, a depender dela, eu nunca estarei. Me conheço o suficiente para entender que não menti quando, por toda a vida, acreditei detestar teimosia. Não quero me tornar um homem teimoso ou mesmo insistente agora, após quase trinta anos não o sendo. Não conheço Diana Benett sequer há dois meses, preciso lutar contra a passividade em deixá-la me mudar tão rápido.
Não sou assim.
Estava disposto a não deixar nenhuma pessoa entrar em meu coração por quanto tempo fosse necessário, e tinha fé de que esse prazo seria mais longo. Então, aquela nervosinha vem e revira tudo; joga minhas convicções pelos ares, simplesmente porque a convém. Apenas por ser ela mesma. A única se destacando em se recusar a inflar o meu ego, sem qualquer intenção.
Ela me obrigou a baixar a guarda – e eu desconhecia a possibilidade de isso acontecer.
Quero esquecer os últimos dias, quero fingir que nunca vi o seu rosto bonito e atrevido, que nunca beijei sua boca suave e doce, que nunca a tive ao alcance de minhas mãos. Mas ainda não consegui jogar fora o pacotinho de balas de cereja, e ele está me encarando com um julgamento profundo há dias, quase como se me olhasse com os olhos estreitados e os virasse para mim.
Eu aceito subir minha guarda mais uma vez, fechar os portões e reconstruir a muralha que ela destruiu sem querer. Tudo bem voltar ao foco em nunca mais me entregar de novo, nunca mais deixar mãos sujas tocarem o meu coração. Eu não sei quando vou ter a sorte de conhecer outra pessoa que não se importe com a minha conta bancária ou com o reconhecimento que consegui através do trabalho; e tudo bem também. Só não aceito que ela pense coisas irreais sobre mim, e para isso, preciso provar que sou um homem bom, digno e honroso – o qual, se ela repensasse, ou, quem sabe, em outra vida, onde ela não fosse ela e eu não fosse eu, Diana Benett pudesse me dar uma chance.
Nesta vida não vai ser possível.
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Passei dias a fio pensando em tudo o que eu acreditava conhecer sobre mim mesma. Eu sabia quem era Diana Benett? Eu sabia dos meus princípios, espreitaria os passos de alguém caminhando sobre os meus neurônios, sobre a minha adrenalina e sobre o meu coração? Eu sabia mesmo o que eu menosprezava e o que eu aclamava?
