Capítulo 42 -- A carta

688 33 60
                                    

Levo minhas mãos sujas de sangue em seu rosto e seco suas lágrimas. Aproximo meu rosto do seu dando um beijo demorado em sua testa.

— Não sei se consigo, Draco —- Digo, sussurrando — Eles são mais fortes que eu.

—- S/n, eu não quero que você morra… — Ele respondeu, sorriso sem mostrar os dentes. — Ajude o Harry e me deixe aqui.

Voldemort desviou o olhar de Harry e começou a examinar o próprio corpo. Suas mãos eram como aranhas grandes e pálidas; seus longos dedos brancos acariciaram o próprio peito, os braços, o rosto; os olhos vermelhos, cujas pupilas eram fendas, como as de um gato, brilhavam ainda mais no escuro. Ele ergueu as mãos e flexionou os dedos com uma expressão arrebatada e exultante.
Voldemort enfiou um dos dedos anormalmente longos em um bolso fundo e tirou uma varinha. Acariciou-a gentilmente, também; depois ergueu-a e apontou-a para Rabicho, e ela o guindou do chão e atirou contra a lápide a que Harry estava amarrado; o bruxo caiu aos pés da lápide e ficou ali, encolhido, chorando.
Me levanto e corro em sua direção, eu deveria ajudar meu irmão.

— Crucio!

Caí  no chão assim que senti uma coisa forte em minhas costas, e em alguns segundos aquela dor se alastrou por todo meu corpo.
Foi uma dor que superou qualquer coisa que já senti ; meus próprios ossos pareciam estar em fogo; minha cabeça doía em toda a região, meus olhos giravam descontrolados; eu queria que tudo terminasse, eu queria morrer.

—- Não se atreva a ajudá-lo, Black, ou você também quer morrer? —- Voldemort  soltou uma risada, aquela sua risada aguda, fria e sem alegria.

Sinto minha respiração ofegante quando toda aquela dor sumiu, minha testa suava e meu corpo estava exausto.
Vejo Malfoy paralisado no chão, foi aí que eu percebi que nenhum de nós sairiamos vivos daqui.

— Estão vendo a tolice que foi vocês suporem que este garoto algum dia pudesse ser mais forte que eu? - ponderou Voldemort, para os comensais que surgiam em sua volta — Mas eu não quero que reste nenhum engano na mente de ninguém. Harry Potter me escapou por pura sorte. E vou provar o meu poder matando-o, aqui e agora, diante de todos vocês, onde não há Dumbledore para ajudá-lo nem sua mãe para morrer por ele. Vou dar a Harry uma oportunidade. Ele poderá lutar, e vocês não terão mais dúvida alguma sobre qual de nós é mais forte.

Todas aquelas pessoas vestidas de preto eram desconhecidas para mim. Nunca os vi em nenhuma reunião.

Antes que Voldemort pudesse meter a cara viperina atrás da lápide, Harry se levantou... agarrou a varinha com força, empunhou-a à frente e saiu rápido detrás da lápide para encarar Voldemort. O bruxo estava pronto. Quando Harry gritou "Expelliarmus!", Voldemort gritou "Avada Kedavra!" Um jorro de luz verde saiu da varinha de Voldemort na mesma hora em que um jorro de luz vermelha disparou da de Harry - e os dois se encontraram no ar -

—- HARRY — Gritei.

E  de repente,  um fino feixe de luz agora ligava as duas varinhas, nem vermelha nem verde, mas um dourado intenso.

Ele e Voldemort estavam sendo erguidos no ar, as varinhas ainda ligadas por aquele fio de luz dourada e tremeluzente. Os dois estavam se afastando do túmulo e por fim pousaram num trecho de terreno limpo e sem túmulos... Os Comensais da Morte gritavam, pedindo instruções a Voldemort; se aproximavam e se reagrupavam em um círculo em volta dos dois,
O fio dourado que ligava Harry e Voldemort se fragmentou: embora as varinhas continuassem ligadas, mil outros fios brotaram e formaram um arco sobre os dois, e foram se entrecruzando a toda volta, até encerrá-los em uma teia dourada como uma redoma, uma gaiola de luz, para além da qual os Comensais da Morte rondavam como chacais, seus gritos estranhamente abafados…

Como é Amar Você--- Draco Malfoy  (S/n)Onde histórias criam vida. Descubra agora