02 de julho de 2022.
por Catarina.
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⠀Encaro a televisão quando finalmente tiro os olhos do relógio pendurado na parede. Confiro se não tem nenhuma mensagem no meu celular, como mais um pouco da pipoca que eu fiz há quase quarenta minutos atrás, na hora que João Victor devia estar chegando aqui.
Toda quinta-feira ele dorme aqui, pelo menos nas quintas que ele não tinha compromisso. Eu já tinha me acostumado que Vanessa está aqui em algumas das vezes e em precisar insistir 'pra gente manter as tradições que temos. Costumamos assitir filme mas ontem quando conversamos ele tinha dito que não vai viajar com o time e a gente podia assisitr o jogo aqui.
O jogo já começou, Pedro já abriu o placar e nada de João Gomes bater palma lá em baixo.
─── Ué, Ina. Cadê o João? ─── minha mãe pergunta e eu olho pra trás imediatamente, a encontrando parada na entrada da sala mas ainda dentro da cozinha. É praticamente a mesma coisa.
─── Também queria saber. ─── rio, com um leve tom de decepção que ela perceberia mesmo que eu tentasse o meu melhor pra esconder. ─── Não falou nada até agora... Mandei mensagem e ele só visualizou. Não me respondeu.
─── As vezes aconteceu algum imprevisto... ─── sugere ─── As vezes ele precisou viajar com o time de última hora, ou alguma coisa em casa.
─── Não sei, ele não me disse nada. ─── ergo os ombros, ela apaga a luz da cozinha antes de contornar o sofá e vir se sentar ao meu lado. ─── Ele teria me dito, se tivesse acontecido alguma coisa. ─── acendo a tela do meu celular mais uma vez, mesmo que ele fosse acender sozinho caso tivesse alguma mensagem.
Minha mãe estala a língua enquanto afasta o meu cabelo do meu rosto. Toma seu tempo 'pra me responder e respira fundo antes de tocar as minhas pernas.
─── Olha só, Ina. Deixa eu te falar uma coisa. ─── me encara, e eu juro que não sei o que vem aí. ─── Você e o João não são mais quem vocês eram há uns anos atrás. Não é novidade.
Travo o maxilar. Não gosto desse assunto e não gosto desse tom dela. De quem vai me dizer uma verdade difícil demais de aceitar e dolorida demais 'pra não reagir.
─── E agora vocês tem vidas diferentes. Você faz faculdade e o João joga futebol no maior time do país. As rotinas mudaram, a mente de vocês também. Você sabe que não ia ser do mesmo jeito pra sempre. ─── explica e me olha no rosto, agora segurando ambas as minhas mãos. ─── E tem a Vanessa, tem que eles moram longe agora... E eles namoram, Ina. Pode ser que ela não esteja gostando de você tão próxima assim do João.
Como eu disse, uma verdade difícil demais de aceitar e dolorida demais 'pra não reagir.
─── Mas mãe... ─── as palavras se agarram na minha garganta ─── Foi assim a vida toda! Foi assim semana passada, mês pasado. Mudou de uma hora pra outra?
Foi assim semana passada porque eu enchi o saco, mas eu não vou admitir.
───Você sabe do que eu tô falando. meu amor. Infelizmente ia acontecer, vocês cresceram! ─── ela acaricia minha mão com os dedos, como se soubesse que aquele assunto não era só sobre ter que assistir Barbie em Vida de Sereia szonha. ─── E vai por mim, Catarina. Eu sou quem mais queria que vocês ainda fossem aqueles dois pirralhos que apagavam no meu sofá antes da peixinha azul encontrar o Nemo. Mas essas coisas acontecem.
─── Eles estão se afastando, né? ─── olho pra ela, porque quero que ela negue mesmo já sabendo a resposta. ─── De mim, 'tão se afastando de mim.
Rio sem humor algum quando ela precisa parar 'pra pensar. Com certeza pensar em como ia dizer que meus amigos de infância estão ocupados demais com o namoro deles e com a rotina deles 'pra ter tempo 'pra gente.
─── Não é isso, Ina. Não é nada disso. ─── refaz a postura quando solta a minha mão. Ela seca o meu rosto e eu nem percebi que estava chorando ─── É só que eles não moram mais no mesmo lugar que você, não é só o João atravessar a varanda 'pra chegar aqui. E também não é como se vocês fossem deixar de serem amigos. ─── ri ─── Isso é impossível, disso eu tenho certeza absoluta. Só não vai ser as mesmas coisas... Talvez vocês possam criar outros costumes, almoçarem juntos, não sei. Ver Barbie de noite numa quinta-feira não é o programa pra dois jovens de vinte anos.
─── Vinte e um. ─── Corrijo, porque é a informação mais superficial que eu posso acrescentar agora. ─── E hoje a gente não ia ver Barbie, a gente ia ver o jogo.
─── Posso te pedir uma coisa? ─── se encosta no sofá, se apoderando da minha pipoca e da minha coberta que era só minha. Confirmo com a cabeça. ───Não briga com a Vanessa por causa do João. Tipo... Nunca. Isso não pode ser motivo de vocês perderem a amizade.
─── Por que a senhora 'tá me pedindo isso?
─── Porque não vale a pena, meu bem. Eu prefiro que vocês briguem pra saber quem vai no banco da frente do carro do Samuel.
Samuel é o pai da Vanessa e a gente brigava pelo banco da frente quando tínhamos treze anos.
─── Agora vem cá, vamos ver o gatinho do Gabigol jogar.
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hoje com: a croácia e peninha da catarina, bom diae pensando também em colocar meta nos capítulos pra ver se me encoraja a não sumir com ela em papo de dias
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𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗡𝗔𝗢 𝗣𝗥𝗘𝗖𝗜𝗦𝗔 ⊹ joão gomes 1/2
Fanfiction↳ "𝘃𝗼𝗰𝗲 𝗻𝗮𝗼 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮", com joão gomes. 2022/23. "falar o quê se te amei e pá, amei a ponto de me amar mais. o que sei sobre amor, inventei pra dar pra quem me deixou refazer e faz diferença aqui ainda assim, mas não temos o que dizer se...