25 de setembro de 2022, por Catarina.
⠀⠀⠀
⠀⠀⠀
⠀
⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
─── João e Catarina! Que surpresa boa vocês dois aqui!
Dou risada ao assistir o mestre de João vir na nossa direção. Ele nos aperta em um abraço coletivo, beija nossos rostos e deixa dois tapinhas em ambos os nossos ombros. Eu sou péssima nisso de Jiu-Jitsu, mas João inventou isso há um tempo atrás e queria que eu viesse junto. Agora eu estou refém das mensalidades que ele insiste em pagar, principalmente agora depois de meses que ele não seguia a rotina que tanto gostava.
Renan, o mestre/dono da academia onde viemos treinar/conhecido nosso, nos enrola mais um pouco no papo das novas boas vindas antes de nos acompanhar para o andar de cima. Alguns alunos já estavam lá e logo esse terror começa.
Da última vez, foi-se uma hora e meia de repetições minhas caindo igual fruta podre cai do pé em qualquer mínimo esforço deste puddlezinho que se diz meu amigo e ele rindo sem parar como se eu fosse uma piada.
─── Como a gente tá voltando, eu vou pegar leve contigo, beleza? ─── aperta meus ombros, por trás de mim e me guiando até o tatame mais distante.
Ele mal mal espera até entrelaçar a perna na minha e me derrubar sem nenhuma cerimônia.
─── Olha só, João Victor. ─── gargalho, sendo inacreditávelmente rápida ao segurá-lo pelo quimono branco e trazê-lo junto comigo pra o chão. ─── Eu sou ruimzinha mas eu não tô morta, viu? ─── termino o golpe limitadíssimo que consegui aprender milagrosamente, o tendo preso entre as minhas pernas. Por cima de mim já que nos virar já é trabalho demais.
─── Grandes coisas, Catarina. ─── afina a voz. Quando vinhamos aqui toda semana, Renan vivia brigando com a gente porque não paramos de falar. ─── Bora, agora solta. Vamos começar.
─── Mas a gente já começou... ─── resmungo, em sua tentativa de sair que apenas me faz apertá-lo mais. ─── Se você quer sair, você bate no tatame.
No maior desaforo, o assisto revirar os olhos e me deixar fingir que estou ganhando por mais algum tempinho. Não é surpresa nenhuma quando João sai com uma simples cambalhota.
─── Ok, a gente já pode ir embora? ─── nem me dou o trabalho de levantar, apenas o assistindo aparecer no meu campo de visão, agora de pé e deixando as mãos nos quadris.
Ainda sou obrigada a me humilhar nessa palhaçada por um bom tempo até que o barulho que o tatame faz quando esse garoto me derruba o faz até olhar em volta enquanto ri. É o meu momento de fingir a minha morte e acabar com esse caos.
─── Próxima, Ina. Levanta. ─── o escuto dizer e logo estalar a língua quando percebe que não vou abrir os olhos. ─── Levanta, Ina... ─── arrasta a voz, me segurando na cintura e balançando o meu corpo o suficiente pra me obrigar a segurar a risada. ─── Catarina Mendes... ─── insiste, e eu estava até pensando em colaborar até o momento que ele começa a me fazer cócegas e me obriga a tentar segurá-lo.
Com certeza parece que eu tô tendo um ataque do coração. Mas na realidade, só consigo pensar no quanto senti falta de João assim, no nosso natural e sem se preocupar com nada. Costumava ser literalmente assim, mesmo que Jiu-Jitsu não seja a minha praia, que eu tenha aprendido a gostar de futebol o vendo jogar.
Valia a pena porque no final das contas estaríamos assim, fazendo alguima coisa idiota que nos faria rir e eu teria essa visão de João. Não a dele chorando ou se retraindo ao falar comigo. Não somos assim.
─── Pra você me derrubar de novo? Não, valeu. ─── deixo minha reclamação até finalmente conseguir segurá-lo pelos punhos. ─── Só levanto se for pra ir embora.
─── Vem, Catarinaaa... ─── começa com o show, agora me segurando pelo quimono e precisando só de um pouquinho de esforço pra me levantar até certa altura, como se eu fosse uma mala de viagem daquelas de alça e até poder selar nossos lábios em um ato que eu, surpreendentemente, já estava esperando.
─── Não. ─── Nego, do mesmo jeito que ele negou ir dormir no dia do aniversário da Gabi. ─── Só se for pra ir embora. ─── repito.
─── Você tá muito chata por esses dias. ─── João ousa reclamar, e me obriga a juntar todo o restinho de forças que eu tinha pra puxá-lo antes que ele me soltasse.
A gente se rende pra o ponto mais clichê do dia no momento que ele também se rende ao único golpe que eu aprendi como devia.
O de segurar seu rosto entre as mãos e beijá-lo como se nada disso fosse novidade. É estranhamente normal que esteja tudo tão natural. Logo o tipo de proximidade que menos tínhamos, não demorou nada pra parecer coisa de anos. Nós dormimos na mesma cama desde os cinco anos, eu troco a roupa dele quando ele bebe e no pior dos cenários, eu até já cuidei de queimaduras de segundo grau em sua pele.
Mas beijos? Eu vivia com a sensação de que queria mais.
─── Tá, vamos embora.
⠀⠀⠀
⠀⠀⠀
⠀
⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀
⠀
⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
amém???
quero os devidos créditos pq tô aqui pelo celular do meu irmão, já deitada pra dormir, sem lente e com só 40% da visão pra revisar essa att
então já sabem que qualquer erro e pra desconsiderar
letisgou pro próximo
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗡𝗔𝗢 𝗣𝗥𝗘𝗖𝗜𝗦𝗔 ⊹ joão gomes 1/2
Fanfiction↳ "𝘃𝗼𝗰𝗲 𝗻𝗮𝗼 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮", com joão gomes. 2022/23. "falar o quê se te amei e pá, amei a ponto de me amar mais. o que sei sobre amor, inventei pra dar pra quem me deixou refazer e faz diferença aqui ainda assim, mas não temos o que dizer se...