29 de outubro de 2022
por Catarina.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Monique segura a minha mão enquanto acompanha baixinho os gritos de É Campeão. Sei que André está em algum lugar atrás de uma das traves, porque sei que é onde a organizada está, mas de resto, só sei que faltam alguns poucos minutos até que o Flamengo se consagre campeão da América. Pela terceira vez, a segunda em quatro anos, decidida pelo mesmo cara.
Eu não me importava muito com futebol, João trouxe a rotina dele lá pra casa e carregou André junto pras baterias da Raça, ainda quando era permitido.
Mas é impossível não ver mágica nisso, não ver a mística. As pessoas vivem por esse time, elas vibram e comemoram como se pelo menos por hoje, todo o resto não importasse. O Flamengo é campeão da Copa Libertadores e há poucas semanas atrás eu estava vendo outra Copa ser decidida no Maracanã.
Monique tem os olhos fechados agora, ela segura minha mão entre ambas as suas e parece se preparar pra dizer algo.
─── Obrigada, Ina. ─── a escuto dizer, próxima do meu ouvido. Ela também beija a minha mão e seca a lágrima que insiste em escorregar de seu olho. ─── Se vamos comemorar com o João daqui a pouco... É porque você teve uma força que nem eu como mãe tive.
Durante todo esse tempo de caos, conversei com ela apenas com João próximo. De alguma maneira, eu estava tão presa no que estava diante dos meus olhos que nem pensei que ela também estava enfrentando uma barra com isso tudo.
Mas também não queria mais essa culpa, sei que fiz o possível e que o filho dela está aqui agora. Estou lidando melhor com as coisas, estamos, na verdade. Diego teve o cuidado de nos indicar psicólogos e agora nós somos jovens tratados em terapia. Fico feliz por isso.
─── Já passou, tia. ─── rio fraco, beijando sua mão de volta e me contendo. Não quero chorar. ─── João está aqui e realizando mais um sonho.
─── Vamos, meninaaaaaaas! Corre, corre, corre. ─── logicamente, uma criança. Matteo desce as arquibancadas sem medo de dar com a testa em alguma das cadeiras.
Bruninha passa logo atrás, correndo atrás do filho dela. Deixo tia Monique passar na frente, ainda segurando a mão dela durante todo o caminho até a segurança, pra poder passar as credenciais.
─── Deixa eu ver, tia. A maquiagem. A gente tem que estar bem chique nas fotos. ─── paro na frente dela, tentando aliviar um pouco a tensão do nosso assunto sério. ─── Tá linda, me empresta o meu celular pra eu ver se o Dedé vai vir.
Coisa de segundos até o jogo acabar. Mando um simples "vem" pra André, porque temos até fotos antigas pra refazer e a taça da Libertadores é super necessária.
Quando o juiz apita, o estádio inteiro vai ao delírio e ainda demora um pouco até que nós liberassem. Ainda paramos para parabenizar os meninos que passam e ao momento que João entra no meu campo de visão, eu nem tento.
Minha vista já está embaçada enquanto ele abraça e balança a tia Monique, enquanto conversam algo que procuro não prestar atenção.
Quando ele vem pro meu lado com a postura certinha do jeitinho que é, sei que estou sorrindo e que era tudo um misto muito confuso de sensações. Assisti João sonhar esse sonho de perto, o assisti se tornar peça importante pro clube que ele tanto ama.
E também o assisti sumir dentro desse menino cheio de sonhos, o alertei sobre perder essa oportunidade e usei até os punhos tentando impedir qualquer coisa de atrapalhar esse momento de acontecer.
E estamos aqui.
Ele me aperta em seus braços e me levanta quando envolvo os braços por seu pescoço, me balança de um jeito gostoso e aproveito essa sensação, de poder tocá-lo, de sentí-lo feliz de verdade, sem receio ou sem medo. Sem recuar, sem me esconder nada. Estamos aqui.
─── Obrigado.
─── Para de me agradecer, por favor. ─── rio no meio das minhas lágrimas, beijando seu rosto antes de voltar para o chão.
Não parece ser o suficiente pra ele, porque como está virando costume, ele segura o meu rosto e me dá um selinho demorado. Sinto saudade dos nossos beijos de verdade.
─── Solta o meu cria, solta agora. ─── Gabriel aparece de sei lá aonde, todo felizinho porque ser herói deve ser muito bom. ─── A gente vai buscar a medalha e eu já te devolvo, valeu? Segura aí.
Os dois se afastam e tia Monique e eu ficamos por conta das fotos, as famílias já estavam um pouco mais espalhadas pelo gramado, André logo aparece, já com roupa faltando, sem voz, todo suado e querendo vir me abraçar, muito bem negado graças a Deus.
E faziam meses que eu não me sentia assim. Está tudo bem, eu não estou preocupada, não tem agonia nenhuma gritando na minha mente.
Está tudo bem.
João tem um sorriso tão bonito no rosto e brinca com os amigos, vem me dar beijos aleatórios e passa um tempão com André comemorando com a sagrada Raça Rubro-negra que eles tanto adoram.
Sinto que finalmente podemos respirar depois da tempestade.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ora ora ora ora
bem vindos ao fimodeio escrever final de fanfic porque sempre parece que tá faltando alguma coisa, mas me esforcei e tá aí.
gosto muito dessa história, ela é bem tristinha e tem pouco romance, mas gosto dela porque gosto de personagens imperfeitos, aí escrevi esses dois idiotas.
obrigada a galerinha que tá sempre aqui, eu escrevo pra esse site desde 2016 mas essa conta aqui é o maior senso de comunidade que consegui criar. obrigada por chegarem no final dessa aqui também (:
quero muito escrever uma segunda temporada pra você não precisa, contando do futuro deles e justificando o pobre do joão que ficou de mal caráter. tenho alguns plots pra mostrar pra vocês, mas se der na telha eu volto aqui avisando que ainda não acabou pro joão e pra catarina.
enquanto isso vocês podem acompanhar "Mastermind", no meu perfil. ela é com o jude bellingham e está sendo atualizada toda semana.
um beijo, e obrigada.
(:
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𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗡𝗔𝗢 𝗣𝗥𝗘𝗖𝗜𝗦𝗔 ⊹ joão gomes 1/2
Fanfiction↳ "𝘃𝗼𝗰𝗲 𝗻𝗮𝗼 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮", com joão gomes. 2022/23. "falar o quê se te amei e pá, amei a ponto de me amar mais. o que sei sobre amor, inventei pra dar pra quem me deixou refazer e faz diferença aqui ainda assim, mas não temos o que dizer se...