𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗡𝗔𝗢 𝗣𝗥𝗘𝗖𝗜𝗦𝗔 ⊹ joão gomes 1/2

vinte e dois.

19 de outubro de 2022, por Catarina.

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Minhas palmas tentam companhar a bateria lá em cima. Tudo em mim treme, o gramado está vazio agora e a torcida não para de gritar. André sumiu Norte acima, Bruninha agarra o meu braço e minha mãe decidiu que não ia ver pênalti nenhum.

Só tem um motivo pelo qual consigo sentir essa ansiedade terrível de gostosa vendo os jogos do Flamengo. Um único motivo pelo qual sei cantar Festa Profana de cor e de trás pra frente. O motivo do Dedé ser apaixonado pela Raça e da minha mãe se gabar até na fila da padaria.

João Victor Gomes.

Ele era atacante e tinha só um metro e vinte de altura na época. Jogava na quadra, era capitão do time e me fazia gols de presente de aniversário todo ano. Antes do mundo cair sobre as nossas cabeças, antes de tudo cmeçar.

Ele não era tão confiante, mas eu sabia que estaríamos aqui hoje. Mesmo com os detalhes, porque não tem nada mais João Gomes que tomar cartão e ficar de fora de final.

Desde que ele chegou tarde em casa e me testou o suficiente pra me fazer ir dormir com a minha mãe, não conseguimos manter muita coisa. Também não quis mexer com muita coisa, pra preservar a mente dele no final da temporada. De qualquer forma, já não estava tão ruim mais.

─── Ai, meu pai... Vai começar. ─── Bruna resmunga ao meu lado, se agarrando ainda mais ao meu braço e se esticando pra poder enxergar um pouco melhor. ─── Fé no Mengo, Tarina. Deus é flamenguista. Segura aqui, vem.

Essa mulher é esposa de um capitão do Flamengo, já viu ele ganhar de Taça Gunabara até Liga dos Campeões, já viu o esposo ser quase espancado pleno aeroporto e tudo mais. Tá aqui nervosa com uma sequência de pênaltis que Diego não deve nem participar, eu como humilde amiga de infância de um dos súditos do camisa 10 devia estar sendo levada até a ambulância mais próxima.

Até porque a montanha russa que carrega o rubro-negro dá até vertigem. Filipe Luis erra, Leo Pereira acerta e Gabigol prova que se senta ao lado de Zico no trono da idolatria e acende esse estádio como não me lembro de ter visto ao vivo.

Quando Rodinei se posiciona atrás da bola, Bruna está me carregando camarote abaixo e acesso á dentro. Liberam a nossa entrada como se eu não estivesse com o nome sujo aqui há um tempinho. Como estava escrito, é gol.

O ar some, as pessoas gritam e correm,por um instante, tudo fica bem. Não sei quando os olhos cheios de água de João encontram os meus, mas sei que sou eu quem caminha até ele em passos largos e me jogo contra seu corpo.

─── Parabéns. Parabéns, eu amo você. Parabéns. ─── resmungo em seu ouvido. João me aperta, chega a me levantar e me balançar, até afastar somente nossos rostos.

─── Obrigado por estar aqui. ─── diz, baixo. ─── Não desiste, tá? Não quero comemorar n-nada sem você. Nunca.

─── Casaaaaaal, vem tirar foto, corre logo.

Como o esperado, é Bruna quem chama a gente. João sela nossos lábios brevemente antes de me colocar no chão e segurar a minha mão. Eu não participava dessa parte desde que ele e Vanessa começaram a namorar. Estar aqui agora me lembrava que há alguns meses atrás, tudo o que eu queria era o que ela tinha enquanto ela estava trabalhando em ser a última. Acredito que João não vai se entregar como se entregou pra Vanessa com mais ninguém. Porque o resultado foi o pior possível.

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uma att mixuruca dessas
mas foi de coração, sem meu celular esse é o melhorzinho que tá tendo, então aguardem até o querido quinto dia útil que até fic nova teremos
um beijo e até a próxima