«XLII - TEDDY LUPIN»

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Sexta-feira, 9 de outubro de 1998.


Bibury, uma pitoresca vila situada na bacia do Tâmisa, na fronteira de Gloucestershire Cotswolds. Surpreendentemente pitoresca, a cidade tinha um ambiente agradável e era incrivelmente perfeita: tudo o que Aisling imaginou que seria uma vila em um livro de histórias.

Terrivelmente europeia (mas charmosa) em estética, a estrada principal era de paralelepípedos e ladeada por casas de um andar que não eram mais jovens do que o século XVIII.

Os arbustos comuns de hera escalavam as paredes arenosas e em torno dos caixilhos das janelas de madeira de carvalho, acrescentando um toque de cor à paleta sombria que se oferecia diante deles.

Deixando de lado as pequenas belezas e peculiaridades espalhadas pelo vilarejo em forma de verde nas casas e velhos postes de luz com cestos de flores pendurados nos trilhos de metal ao lado, o lugar era de outra forma muito sem graça.

Um lugar para os aposentados se aposentarem e novas famílias construirem vidas seguras onde seus filhos não veriam nenhum perigo.

À medida que você sai da estrada principal, descendo as margens verdes no sopé das colinas, você encontra o rio Coln. E próximo ao rio Coln, fica uma casa de um andar - idiossincrática em comparação com o resto da vila - habitada por uma mulher e seu neto.

O repugnante aspecto Tudor era realçado pelo telhado de palha e pelas vigas pretas que atravessavam o exterior. Em parceria com molduras brancas, as janelas estavam ligeiramente descentradas e quadradas.

Uma caminhada de dez segundos a partir da porta da frente mostrava o rio, fluindo pacificamente ao longo da borda da aldeia. O pequeno banco funcionou muito bem nos braços do dono da casa - um lugar para a criança observar com segurança os patos nadando e para ela ter certeza de sua proteção.

"Estou nervosa, Harry." Aisling disse com um olhar preocupado em seu rosto enquanto coçava a pele seca na parte interna de seu braço.

"Eu só encontrei os dois uma vez no funeral. Não tenho certeza se posso fazer isso."

"Vai ficar tudo bem." Harry respondeu, descansando a mão no ombro dela.

"Pelo que me lembro, Teddy ama você e Andrômeda achou você ótima."

"Ela o fez? Sério?" Aisling olhou para ele esperançosa.

"Ouvi do próprio Gui. Ele não costuma mentir, não é?" Ele riu, tirando o braço do ombro dela.

Eles marcharam pela margem gramada, Harry caminhando confiante para a casa enquanto Aisling seguia com uma aura de ansiedade e preocupação circulando seu corpo como um tornado.

Diante da porta da casa, Aisling olhou para Harry com olhos assustados antes de bater os nós dos dedos contra a madeira, deixando algumas batidas breves e fortes.

Eles esperaram por alguns momentos, o pé dela batendo apreensivamente nos painéis do degrau da varanda. Então a porta se abriu, revelando o rosto de uma mulher que Aisling não conhecia muito bem.

Uma mulher de quarenta e poucos anos, com traços fortes: maçãs do rosto altas e proeminentes, duas sobrancelhas escuras que se erguiam acima dos olhos com certa facilidade.

Ela era linda para quem a via, com um rosto que parecia não ter se importado em envelhecer nos últimos quinze anos. Suas bochechas e olhos eram escassos de pés de galinha ou linhas de riso, sua aparência era jovem, mas mundana. Mas talvez isso se deva à falta de motivos para sorrir, e não à falta de envelhecimento.

Accident Waiting To Happen - Charlie Weasley (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora