«XXXVI - SALA DE ESPERA»

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Quinta-feira, 17 de setembro de 1998.

Uma camada de suor começou a cobrir o interior da calça chino de Charlie enquanto ele esperava que seu nome fosse chamado.

O pequeno foyer da Bruxo's Terapia Pessoal e Familiar estava como sempre: árido. 

Poucos seres mágicos optaram pelo método tradicional de "resolver suas coisas", como diria Aisling. O ruivo parecia ser uma anomalia dentro deles.

Charlie se sentiu inquieto (como sempre ficava enquanto esperava por suas consultas). Um mal-estar causado pelo passo anterior à própria consulta em questão.

A sala de espera.

Estava frio e sombrio. As paredes, um tom chato de casca de ovo e adornadas com nada além de uma simples pintura em preto e branco que Charlie desprezava.  

Quatro rostos de uma família, claramente desonestos em sua felicidade e provavelmente não relacionados entre si: modelos para criar uma falsa impressão.  

Uma idiossincrasia que não passava de uma narrativa inválida e inexistente; uma fachada, se você quiser.

O resto da sala não contrastava com a área que Charlie foi forçado a olhar. O horário de início de suas sessões sempre parecia correr. Nunca por causa de um paciente anterior de uma pilha de papéis que seu médico teve que preencher antes do noivado, mas sim a falta de consideração por quanto tempo ele estava sendo obrigado a esperar.

Charlie sempre chegava cedo. Dez a quinze minutos antes do previsto, um hábito pelo qual ele frequentemente se repreendia.  

Ele considerou tentar sair desta convenção - para chegar exatamente quando deveria - mas ele descartou isso rapidamente, pois acreditava que não servia para nada.

"Sr. Weasley?" Uma voz de mulher perguntou da recepção, seus olhos severos estavam olhando diretamente para ele. Não havia mais ninguém na sala.

"Hmm? Ah, sim?" Ele saiu de seu torpor.

"Doutora Merriweather vai vê-lo agora." Ela disse, seus olhos ficando em seu rosto por um único segundo antes de cair de volta na mesa na frente dela.

Charlie se levantou e foi até a sala 4, onde costumava se encontrar com o médico. Ele bateu levemente na porta, abrindo-a depois que um silencioso 'entre' foi ouvido do seu lado.

Lá dentro, a sala não era mais iluminada do que as do lado de fora. As paredes eram de um tom de azul ardósia desta vez, algumas fotos em tons suaves e infográficos pendurados junto com um grande relógio que pairava sobre os assentos no canto.

"Olá, Charlie." A doutora Merriweather cumprimentou-o com um sorriso educado.

"Sente-se." Ela apontou para a cadeira cantilever cinza que Charlie achou mais desconfortável. Ele se sentou, deixando cair a bolsa até os tornozelos com um baque alto antes de se recostar contra o apoio áspero que lhe foi oferecido.

"Então, como você tem passado desde a nossa última sessão? Acho que foi o que... uma semana e meia atrás?"

Odette Merriweather era uma mulher descontraída e um aborto. Ela tinha cabelos castanhos acobreados que nunca eram alisados ​​ou amarrados, sempre deixados soltos na cabeça com facilidade.  

Suas roupas não ficariam fora de lugar em uma academia: um agasalho preto com uma marca trouxa de tênis de corrida, preto com um triângulo de linhas rosa.

"Sim, eu acho." Ele disse brevemente.

"Você acha?" A Dra. Merriweather ergueu a sobrancelha para ele, cética em relação às suas palavras.

Accident Waiting To Happen - Charlie Weasley (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora