Do you like someone?

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Eu estava em minha cela no presídio, ouvindo Chase Atlantic tocando no pequeno toca discos que estava em minhas mãos com meus fones de ouvido.

Rick havia saído com Michonne para buscar mantimentos e Daryl, Carol e os outros estavam mas cercas, matando os walkers que estavam começando a se aglomerar ao redor das mesmas.

Judith estava com Beth e cá estava eu, em plena paz e harmonia em pleno apocalipse zumbi.

Ou pelo menos eu estava, até ter que parar minha dancinha quase tendo um infarto pois Carl estava me observando calado na cela do "quarto" enquanto debochava de mim com seu olhar.

— Continua, eu estava adorando. — diz ele provocando enquanto sorria de lado. Era sempre assim, ele sempre se intrometia em tudo, e sempre me deixava irritada em tudo, e como retribuição eu fazia o mesmo com ele.

— Prefiro parar por aqui, já estou desidratada o suficiente do tanto que você já me secou. — digo eu arqueando uma de minhas sobrancelhas enquanto erguia apenas um lado de meus lábios em um sorriso debochado.

— Até mesmo se eu fosse um cego não ousaria gostar disso. — diz ele cruzando os braços encima de seu peito.

— Posso dizer o mesmo, Grimes. — digo eu o olhando dos pés a cabeça, saindo da cela o deixando sem dar a última palavra, indo em direção a Beth, vendo a mesma abrir um sorriso ao me ver.

— Aconteceu algo? — pergunta ela e eu aceno negativamente com a cabeça. — Pois eu acho que aconteceu. Quer ver? — diz ela apontando o dedo para mim, cerrando os olhos. — Tem a ver com o Carl não é? — pergunta a mesma e, por mais que eu tente disfarçar, acabo deixando transparecer um pouco de surpresa pela mesma ter descoberto. — Ará! Sabia! — diz ela e eu reviro os meus olhos.

— Posso pegar a Judith? — pergunto eu com a cara de tédio.

— Claro. — diz ela me estendendo a mais nova Grimes, que abre seu lindo sorrisinho sem dentes para mim.

— Ok, agora que já tentou pular o assunto, me conta, tem a ver com Carl, não tem? — pergunta a mesma e eu paro por um momento, olhando para o chão, porém acenando com a cabeça após alguns segundos. — EU SABIA!! — grita ela e eu faço "shiu" para a mesma, que tampa a própria boca. — Eu sabia! — diz ela mais baixo, porém ainda animada. — E então? O que ele fez agora? — pergunta ela e eu apenas balanço a cabeça. — Balançar a cabeça não vai te ajudar em nada S/n, vamos vai, fala 'pra mim. — diz a mesma e eu suspiro fundo.

— Sempre que a gente se esbarra ele sempre tem que vir com alguma piadinha ou brincadeira besta 'pra cima de mim, e honestamente, isso me cansa porque, é graças a isso que eu ainda consigo falar com ele, mas... Querendo ou não isso cansa. — digo eu sentindo Judith segurar o pingente do meu cordão.

— O que ele lhe disse? — pergunta a mesma apoiando os cotovelos nos joelhos, sentada na escada.

— Primeiramente, queria que você não pensasse nada errado do que eu vou dizer, mas... Ele disse que nunca gostaria de mim, e eu não sei o porque mas no momento eu senti um pouco de raiva e acabei dizendo que eu também nunca gostaria dele. — digo eu coçando minha nuca.

— Oh... Acho que entendi... — diz ela parecendo refletir por um momento. — Já... Cogitou na idéia de ele gostar de você e só não admitir isso? Digo, tem muitos garotos que, quando estão na idade dele que querem chamar a atenção da menina que gostam acabam por implicar demais ou dizendo bobagens. —diz a mesma e eu balanço a minha cabeça, me recusando a acreditar em tais bobagens.

— Até parece... — digo eu rindo da mesma. — Mas enfim, vamos mudar de assunto né? E então? O que vamos fazer pra Judith? Macacão ou vestido? — pergunto eu e a mesma segue o roteiro desta vez, talvez querendo  deixar para lá agora que já sabe.

— Vestido, ficaria mais fofinho. — diz a mesma e então continuamos a falar sobre o vestidinho da mesma que iríamos fazer, pelo menos até o sol começar a se pôr.



——————————•✿


Após algum tempo conversando com Beth, volto para a cela em que ficava, vendo Carl sentado em sua parte da beliche enquanto a minha estava organizada e vazia. Subo à minha parte e me jogo na mesma.

Parte de mim quer apenas ficar na minha, porém infelizmente o meu lado birrento fala mais alto.


— Não tem outro lugar pra ficar não garoto? — pergunto eu e ouço a beliche ranger, demonstrando que o mesmo havia levantado.

— Minha companhia te incomoda tanto assim? — pergunta ele e eu desço da minha, num pulo, cansada dos joguinhos dele.

— Olha, não sei qual o joguinho que você está tramando, mas eu quero que você saiba que isso já deu! — digo eu explodindo de uma vez só, querendo apenas que aquilo tudo acabasse, mesmo se significasse que o mesmo não iria mais falar comigo. — Eu já cansei de brigas bobas o tempo inteiro! Já cansei das suas piadinhas diminuindo minha autoestima! Já cansei de tudo! Eu só estava indo junta nessa porque eu não queria parar de falar com você... Mesmo que isso significasse brigar... — digo eu me sentando na parte de baixo da beliche, ao qual pertencia ao mesmo.


O mesmo fica em silêncio por um momento, porém após alguns instantes ele se abre para falar.


— ...Eu também fazia isso para manter o contato. — diz o mesmo e eu o olho, vendo-o de cabeça baixa olhando para os dedos de suas mãos que estavam se esfregando em ansiedade. — Eu nunca sei o que dizer quando estou perto de você... — diz ele me deixando surpresa.



Meu corpo estava diferente... Com uma sensação diferente... Como se milhares de borboletas estivessem rodopiando por todos os lados dentro de mim.



— Você pode conversar sobre tudo comigo Carl... — digo eu e o mesmo olha para mim com olhos e sorriso malicioso. — Tá, vamos colocar uma vírgula no "tudo". Podemos falar sobre tudo o que for aceitável um com o outro. — digo eu me afastando mais na cama, dando espaço para o mesmo, dando batidinhas ao cantinho na minha frente, vendo o mesmo se sentar frente a frente comigo.

— Ok... Hmm... Você... Você gosta de alguém? — pergunta ele e sinto meu rosto esquentar. Bom, não era bem a pergunta que eu esperava. — Não precisa responder se não quiser. — diz o mesmo e eu balanço a cabeça para os lados.

— Eu gosto. — digo eu apenas e o mesmo diz um "Ah". — E você? Gosta de alguém? — pergunto eu, com medo da resposta por algum motivo.

— Sim. — diz o mesmo e eu arqueio as sobrancelhas, apenas para deixa-las cair novamente em um tipo de "Ah" silencioso. — Eu gosto de você.



Espera, o quê?
O que acabou de acontecer? Carl acabou de se confessar para mim?



Não sei ao certo o que é essa sensação em meu peito, mas é boa. É como se tivessem me dado 150ml de adrenalina.



Meu coração batia alto em meus ouvidos enquanto eu sentia meu rosto e minhas orelhas queimarem, eu estava parecendo uma estátua na frente do mesmo, apenas relembrando repetidamente o que o mesmo acabou de dizer.



"Eu gosto de você."
Essa frase havia despertado mais sentimentos do que o esperado. E como se quisesse dizer o mesmo, apenas me inclinei um pouco no colchão em direção ao mesmo, e dei um pequeno beijo em seus lábios.


Me afasto ao perceber o que fiz e arregalo os olhos.


— D-Desculpa! Eu não perguntei se pod-


No mesmo instante o mesmo repete o ato, colocando suas mãos atrás de minha nuca, acariciando meus cabelos enquanto me dava um doce beijo.




E foi a partir daquele ato que eu pude perceber...


Eu também já era sua a muito tempo.




◌⑅⃝●♡⋆♡Fim♡⋆♡●⑅⃝◌

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 - 𝐂𝐀𝐑𝐋 𝐆𝐑𝐈𝐌𝐄𝐒 🤍Onde histórias criam vida. Descubra agora