capítulo 4

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Cecília.

A sensação de entusiasmo, e frio na barriga, me atingiram como um vento frio batendo em meu rosto, assim que subi na moto, com a ajuda de James, já que era baixa demais, e não consegui subir sozinha, humilhação.

Sua moto, era do mesmo estilo de motoqueiro, preta e com detalhes prata, com figuras coladas de caveira, que dava um ar mistérioso e sombrio por onde ele passasse.

O que eu estava fazendo? Ou pra onde estava indo com ele? Eu não faço ideia da resposta, ainda. Mas, a vontade avassaladora de ir com ele, foi maior do que qualquer outra coisa naquele momento.

- Aonde estávamos indo?- pergunto, assim que ele some na moto.

- Você faz perguntas demais.- ele responde, fechando o capacete e entregando um para mim.

Fecho o capacete, tiro um pouco do meu cabelo, que havia caído em meus olhos, entrelaço meus braços em sua cintura, sinto seu corpo por cima da camada, grossa da sua jaqueta.

Sinto o frio na barriga aumentar, ainda mais quando o mesmo liga a moto, e da início ao caminho desconhecido por mim.

James ia rápido, desviando dos carros, do farol fechado, com uma velocidade absurda, me sendo segurar ainda mais forte em sua cintura. A sensação, do medo e do perigo me atingiram, me causando um sentimento bom, eu estava gostando daquela sensação, que eu nunca havia sentindo antes, e com certeza quero sentir mais vezes.

Fecho os olhos, e me deixo ser levada ao sentimento.

Minutos depois, sinto a moto parar, e James se mexer, provavelmente tirando o capacete. Abro os olhos e faço o mesmo, tiro o capacete, arrumando meus cabelos em seguida, os soltos, sentido cair em minhas costas, passo as mãos no mesmo, e desço da moto, quase caído, escuro James soltar uma risada baixa, olho pra ele, que me observava.

- Aonde estamos?- pergunto olhando ao redor, vendo uma quantidades gigantesca de motos assim como a moto de James, mas de cores diferentes.

- Você já vai ver.- ele pega o capacete da minha mão, pendura no guidão da moto, e pega a chave, em seguida na minha mão, me fazendo acompanhar seus passos para dentro do bar, parecíamos estar bem distantes da cidade.

Assim que estamos uma música alta tocava, logo reconheci era Under and Over It- Five Finger Death, uma das minhas bandas favoritas, olhei ao redor, vendo homens e mulheres que usavam jaquetas de couro assim como a de James, uma bebiam, alguns fumavam e olhavam ao redor, tinha uma mesa de sinuca aonde alguns jogavam, e outros jogando cartas, que davam gritos altos, me assustando, mais logo ria.

Não demorou muito para que eu percebesse que aquele era um bar de motoqueiros.

Eu nunca havia ido a um lugar como esse, era diferente, e estranho, mais estava adorando, conhecer um lugar longe da minha sona de conforto.

James continuou a segurar minha mão, enquanto me guiava entre as pessoas, me desviando delas, podia sentir algumas me encararem, não era do tipo olhar julgador, ou malicioso, era do tipo, como se aquele não fosse meu lugar, talvez pelas minhas roupas.

Paramos no bar, James pediu um whisky, e olhou para mim.

- Então, o que vai querer beber?- perguntou.

- Água.

Ele sorri de lado, e chama o cara no bar com a mão, me sento ao seu lado, fico trocando meu olhar entre ele, e o cara que se aproximava.

- Me vê um whisky e uma água, Jason.

- Claro chefe, companhia nova?

O tal Jason olha para mim, e sorri, um sorriso gentil e bonito, ele aparentava ter uns 36 anos, pele morena, cabelos cortados baixo, barba por fazer, ombros largos, braços fortes, e tinha um ar de ser simpático.

O vejo se virar para ir pegar o que James havia pedido.

- Chefe?- pergunto olhando para James, que já me olhava, com aquele mesmo olhar intenso.

- É, sou o dono desse bar.- fico surpresa, ele aparentava ser novo demais para ter um bar.- Parece estranho por conta da idade, mas meu pai era o antigo dono, então quando ele morreu, fiquei com o bar.- explicou, parecendo ter lido minha mente.

Assim que Jason trás minha água, dou um gole, sentindo minha boca ficar úmida e agradecida, já que eu estava com sede.

- Por que veio para o Kansas?

- Meu pai, ele e minha mãe se divorciaram a uns meses, minha mãe queria que eu ficasse com meu pai, e meu pai queria que eu ficasse com ela, por achar que no Texas eu teria mais oportunidades, mas minha mãe estava decidida a abandonar tudo pra ficar com seu novo namorado, então aqui estou eu.- falo sentindo um nó no estômago, por pensar que minha mãe nunca se importou com nada, a não ser com ela mesma.

- Entendi.- ele bebe um pouco da sua bebida, sem tirar os olhos de mim, sentir seu olhar sobre mim, estava deixando minha pele quente.

- E seus pais?

- Mortos.- respondeu dando de ombro.

- Sinto muito.- digo me sentindo culpada por ter perguntado.

- Não sinta, eu não preciso de pena.- diz ríspido.

Fico quieta bebendo o resto da minha água, sentindo o clima ficar desconfortável entre nós.

Afinal por que ele me trouxe aqui?

- Já jogou sinuca?

- Não.

- Vou te ensinar.- ele levanta e sai andando até a mesa, aonde alguns caras ainda jogavam.

Fui atrás dele, vendo os caras se afastarem, e deixaram a mesa só para James, quando eles perceberam James se aproximar pareceram estar com medo, deu para ver no distanciamento rápido deles, o quanto tinham receio da aproximação do James.

Ele pegou um taco e me deu, o coloquei na mesa, da forma como já havia visto alguns caras fazerem, de uma forma desajeitada por nunca ter feito isso antes.

James parou atrás de mim, e inclinou seu corpo sobre o meu, pegando suavemente em minha mão, para que a colocasse na posição certa, senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo, e o calor aumentar ainda mais, parecia que aquele lugar estava ficando pequeno demais para nós dois.

Sinto o suor escorrer pela minha nuca, quando seu corpo se inclina ainda mais sobre o meu, e consigo sentir sua respiração bater no meu pescoço.

- Bata de leve naquela bola vermelha.- falo com a voz baixa no meu ouvido.

Fiz o que ele disse, e a bola foi direto para o buraco.

Sorri orgulhosa, vendo o mesmo se afastar, e pegar um taco para ele.

- Que tal um desafio?- perguntou me olhando desafiador.

- O que você gostaria se ganhasse?

- Que você me contasse seu maior desejo.- me olhou com um olhar penetrante.

- Se eu ganhar, quero que me conte seu maior segredo.- digo aceitando o desafio, estava sendo ridícula, sim, afinal não tinha experiência nenhuma, havia acabado de aprender, mas por que não um desafio, não é mesmo.


...

James Miller Onde histórias criam vida. Descubra agora