capítulo 15

11.8K 592 84
                                    

Cecília.

Me empolgo com a música que tocava no fone, e começo a dançar no meio do quarto.

Estava sozinha já que meu avô estava na igreja e meu pai na delegacia, então fiquei sozinha, novamente.

Me sinto observada, uma sensação estranha que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, olho em direção a porta, e lá estava ele parado.

- James, o que faz assim?- pergunto tirando o fone, desligando a música e colocando o celular na cama, sem tirar os olhos dele.

- Vim fala com você.

- Falar? Ou ficar me observando?- pergunto com um pouco se sarcasmo na voz.

- Falar, mais quando cheguei ninguém abriu a porta então entrei, você estava tão fofa dançando que não quis atrapalhar seu momento.

- Claro, claro.

- Não devia ficar dançando tão na frente da janela, lá de fora dá pra ver tudo que você faz.- fala entrando no meu quarto e fechado a porta em seguida.

- O que veio falar?- pergunto ignorando o que ele havia acabado de dizer.

- Sobre os papéis que eu preciso que você pegue do seu pai.

- Sobre?

- Martin Keluem e Sebastian Lokers, sobre esses dois caras.

- Tá, mais aonde eu vou achar?

- Procurando.- Fala como se fosse óbvio.

- Disso eu sei, mais aqui em casa não tem um escritório, não que eu saiba, e não posso sair entrando na delegacia pra pegar uns papéis para um gangster.

- Andou pesquisando quem eu sou, é?

- Já disse que você faz perguntas demais?- pergunto imitando o que ele sempre me fala.

Vejo ele rir, não consigo não notar, como ele está bonito e cheiroso, aquela jaqueta fica perfeitamente linda nele.

Mas eu andei pesquisando no Google o que uma gangue faz e tudo sobre, achei coisas bem resumidas que não mataram minha curiosidade, mais agora eu tenho a ideia, do que James faz.

E isso me assustou um pouco, será que ele era capaz de matar?

Não que isso me faça ter medo dele agora, mais é estranho ver quem ele é, para o que faz.

- Talvez seu pai possa ter um escritório aqui, que você não saiba.- James fala se jogando na minha cama.

- Como assim?

- Uma parede falsa, talvez?

- Eu não sei, acho que não.

- Procure, aí me fala.

- Você é bem folgado, sabia?

- Sim, seu quarto não mudou nada.- fala olhando ao redor.

- Quando fui embora meu pai deixou tudo do mesmo jeito, então não quis mexer.

Me deito do lado dele, ficando em silêncio por alguns minutos, apenas ouvindo a respiração um do outro, e naquele momento, eu me sentia em paz, eu finalmente estava em casa.

E esse termo casa, me refiro a James... É como se ele me completasse, ou completasse o que um dia eu fui, aquela criança feliz e alegre, e de tudo que vivemos.

E mesmo que James diga que temos que começar do zero, ainda temos às lembranças do passado.

- Eu sempre lembro de quando nos escondiamos dentro do seu guarda roupa, para contarmos como foi nosso dia, para que ninguém nos atrapalhasse.- James fala quebrando o silêncio, sorrio ao lembrar.

James Miller Onde histórias criam vida. Descubra agora