Cecília.
Me empolgo com a música que tocava no fone, e começo a dançar no meio do quarto.
Estava sozinha já que meu avô estava na igreja e meu pai na delegacia, então fiquei sozinha, novamente.
Me sinto observada, uma sensação estranha que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, olho em direção a porta, e lá estava ele parado.
- James, o que faz assim?- pergunto tirando o fone, desligando a música e colocando o celular na cama, sem tirar os olhos dele.
- Vim fala com você.
- Falar? Ou ficar me observando?- pergunto com um pouco se sarcasmo na voz.
- Falar, mais quando cheguei ninguém abriu a porta então entrei, você estava tão fofa dançando que não quis atrapalhar seu momento.
- Claro, claro.
- Não devia ficar dançando tão na frente da janela, lá de fora dá pra ver tudo que você faz.- fala entrando no meu quarto e fechado a porta em seguida.
- O que veio falar?- pergunto ignorando o que ele havia acabado de dizer.
- Sobre os papéis que eu preciso que você pegue do seu pai.
- Sobre?
- Martin Keluem e Sebastian Lokers, sobre esses dois caras.
- Tá, mais aonde eu vou achar?
- Procurando.- Fala como se fosse óbvio.
- Disso eu sei, mais aqui em casa não tem um escritório, não que eu saiba, e não posso sair entrando na delegacia pra pegar uns papéis para um gangster.
- Andou pesquisando quem eu sou, é?
- Já disse que você faz perguntas demais?- pergunto imitando o que ele sempre me fala.
Vejo ele rir, não consigo não notar, como ele está bonito e cheiroso, aquela jaqueta fica perfeitamente linda nele.
Mas eu andei pesquisando no Google o que uma gangue faz e tudo sobre, achei coisas bem resumidas que não mataram minha curiosidade, mais agora eu tenho a ideia, do que James faz.
E isso me assustou um pouco, será que ele era capaz de matar?
Não que isso me faça ter medo dele agora, mais é estranho ver quem ele é, para o que faz.
- Talvez seu pai possa ter um escritório aqui, que você não saiba.- James fala se jogando na minha cama.
- Como assim?
- Uma parede falsa, talvez?
- Eu não sei, acho que não.
- Procure, aí me fala.
- Você é bem folgado, sabia?
- Sim, seu quarto não mudou nada.- fala olhando ao redor.
- Quando fui embora meu pai deixou tudo do mesmo jeito, então não quis mexer.
Me deito do lado dele, ficando em silêncio por alguns minutos, apenas ouvindo a respiração um do outro, e naquele momento, eu me sentia em paz, eu finalmente estava em casa.
E esse termo casa, me refiro a James... É como se ele me completasse, ou completasse o que um dia eu fui, aquela criança feliz e alegre, e de tudo que vivemos.
E mesmo que James diga que temos que começar do zero, ainda temos às lembranças do passado.
- Eu sempre lembro de quando nos escondiamos dentro do seu guarda roupa, para contarmos como foi nosso dia, para que ninguém nos atrapalhasse.- James fala quebrando o silêncio, sorrio ao lembrar.
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James Miller
RomanceE lá estava ele... Sentado do outro lado do refeitório, com seu cigarro entre os lábios, olhando para mim, tão intensamente, que parecia que estava vendo minha alma. Ele é tão lindo, que tenho medo de me perder em seus lindos olhos avelãs, e nunca m...