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Pov Kim Jisoo

— Pai... — Chaeyoung disse, sem piscar, sem demonstrar nenhuma reação enquanto seu pai a olhava, eu não tinha certeza se minha alma estava presente durante esse tempo. — O-o que o senhor está fazendo em casa hoje?

— Os empregados me falaram que você voltaria hoje, vim recebê-la — O pai de Chaeyoung era surpreendentemente direto, suas palavras não pareciam nem um pouco calorosas, era como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação. — Seja bem-vinda, filha. — Seus olhos eram parecidos com o de Chaeyoung, mas definitivamente não eram como os dela, seu olhar era vazio e sério, sua voz era grave e de alguma forma, silenciosa. 

— Obrigada pai, não era necessário. — Chaeyoung respondeu, quase que robóticamente, enquanto abaixava seu olhar para seus pés, eu intercalava entre ela e seu pai, como se não estivesse presente. 

— Vejo que trouxe uma... amiga. — Sua fala pareceu mais como uma pergunta do que uma afirmação. 

— Sim, essa é minha colega de quarto... — Chaeyoung disse, seu pai me analisava de baixo para cima, e eu me arrependi internamente por não ter me arrumado melhor. — Kim Jisoo. — Tomei um pequeno susto quando Chaeyoung disse meu nome, me trazendo de volta para a realidade.

— Prazer em te conhecer, senhor Park. — Falei estendendo a mão para o mais velho, ele parecia um pouco hesitante em apertá-la, mas Chaeyoung limpou a garganta e pareceu despertá-lo de seus pensamentos. 

— Prazer em conhecê-la, senhorita Kim — ele disse, mostrando algo que parecia ser um sorriso forçado. — Obrigado, por cuidar de minha filha. — Certo, o clima piorou drasticamente quando Chaeyoung soltou uma pequena risada nasal.

Pov Park Chaeyoung 

— Jisoo irá passar uns dias por aqui — falei, enquanto meu pai e Jisoo se soltavam do aperto de mãos. — Espero que isso não seja um problema. 

— Tudo bem — ele disse, voltando seu olhar vazio, para o fundo dos meus olhos, era frio. — Suas amigas sempre serão bem vindas, por favor, entrem. 

Segurei a mão de Jisoo e a puxei para as escadas que levam até meu quarto, conseguia sentir lagrímas querendo descer de meus olhos, Jisoo apenas me seguia apressadamente, sem dizer e sem demonstrar nenhuma reação, me pergunto se ela também sentiu seu pulmão congelar. 

— Me desculpe, eu não sabia que ele estaria aqui — falei quando entramos no quarto, finalmente soltei sua mão e me joguei de cara em meu travesseiro. — Vou entender se quiser ir embora antes do previsto. 

— Não, está tudo bem — Jisoo disse, senti a cama se afundar um pouco do meu lado e mãos quentes passarem por meu cabelo. — Agora, vamos falar de algo sério... 

Levantei minha cabeça do travesseiro, vendo Jisoo me olhando completamente séria. 

— Você acha que ele gostou de mim? — Ela disse, e sua expressão ainda era séria, me fazendo rir ao perceber que não era uma brincadeira. — Por que você está rindo?!

Ela era o suficiente, tudo nela era o suficiente para todas as cores frias saírem de minha cabeça, o suficiente para tudo ao meu redor ser pintado de cores vivas e cheias de sentimentos.

— Pensei que o importante era eu gostar de você. — respondi, vendo ela balançar positivamente sua cabeça.

— Você gostar de mim é o mais importante, mas seria bom se seu pai também sentisse um carinho pela garota que a filha dele gosta. — Ela disse, como se não soubesse da nossa realidade. — Mesmo que ele goste de mim como sua amiga já seria uma vitória. 

Boa sorte Kim! [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora