Um

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Ana

— Devolve isso, Mel. — falo batendo na porta do quarto da minha irmãzinha.

— Não. É só uma saia, Bia. — diz rindo.

— Mas eu vou usá-la. Ô MÃE! — grito.

— O que está acontecendo aqui? — minha mãe aparece no fim do corredor. 

— A Mel pegou minha saia e não quer devolver, e eu preciso dela.

— Mel, princesa, abre a porta por favor e devolva a saia da sua irmã. — a porta se abre devagar e um projeto de pessoa sai do quarto.

— Toma, Bia. Desculpa. — diz tentando não rir.

— Você é muito engraçadinha, né. E sabe o que eu faço com crianças assim? — pergunto me aproximando.

— NÃO, BIA. POR FAVORZINHO. — pego ela no colo e entro em seu quarto fazendo cosquinhas. Ela grita ao mesmo tempo que ri. Aumento a velocidade das cosquinhas.

— Ana, você vai se atrasar. — diz minha mãe rindo parada na porta.

— Já vou. — olho pra minha irmã e sussurro — Continuamos essa conversa na hora que eu chegar. — dou vários beijinhos em seu rosto enquanto ela sorri.

Volto pro meu quarto e continuo a me arrumar. Desço as escadas e encontro meus pais tomando café.

— Bom dia, pai. — dou um beijo em sua testa e vou pegar café.

— Bom dia, flor. Pronta pra hoje?

— Com certeza né, pai.

— Essa é minha garota. — a campainha toca e vou atender.

— E aí, presidente. — fala Tainá sorrindo, ao seu lado está a Ju.

— Bom dia, meninas. O que fazem aqui?

— Viemos te buscar. — Ju se manifesta.

— Mas eu vou com o Ric.

— Então, amiga... ele não vem. — fala Tai.

— O que? Combinamos isso há dois dias. Estou sem vê-lo há duas semanas e ele fura comigo? — digo alternada. — Belo namorado eu tenho.

— Vamos então? No caminho você lamenta. Senão vamos nos atrasar.

— Tudo bem. Deixa eu só pegar minha mochila.

— Bom dia, meninas. — diz minha mãe. 

— Bom dia, tia. — dizem juntas.

— Vamos. Tchau mãe, TCHAU PAI.

Enquanto caminhamos, as meninas ficam me perguntando sobre a presidência.

— Não sei, meninas. Os resultados ainda não saíram, e a Lorena é uma candidata muito forte.

— Ah, qual é, Ana? Você já ganhou. — fala Ju me dando um empurrãozinho.

— Verdade, cara. Tá no papo. — Tai positiva como sempre.

— Se vocês dizem. Quem sou eu pra discordar.

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Estava pegando alguns livros no meu armário quando duas mãos tampam meus olhos.

— Adivinha quem é. — diz uma voz masculina.

— Willian Shakespear. — digo sorrindo com deboche.

— Errou feio, gata. É seu lindo namorado.

Ricardo se acha mesmo.

— Tão lindo que furou comigo hoje. — digo zangada.

— Desculpa, Ana. Não deu mesmo pra ir te buscar. Mas podemos almoçar juntos, o que acha?

— Não vai furar? — pergunto séria.

— Não.

— Tudo bem, então. Até o almoço. — dou um selinho nele e caminho pra minha sala.

— Ei, Ana. — chama Lorena.

— Oi, Lore. Tudo bem?

— Tudo. Eu só queria desejar boa sorte. Você é uma ótima concorrente.

— Obrigada. Pra você também.

— Eu queria te falar uma coisa também. Independente de quem ganhe, vamos ser honestas.

— O que você quer dizer? — pergunto, mas sabendo sim o que ela quer dizer.

— Se você ganhar, diferente de certas pessoas — olhamos pra Jade e seu grupinho que passavam no corredor — eu não gosto de atrapalhar ninguém.

— Digo o mesmo. Vamos pra aula?

— Vamos.

Lorena é uma boa amiga. Nunca trapaceia pra conseguir o que quer. Diferente da Jade. Ô garota insuportável. Sempre caçando encrenca. Estávamos chegando na sala. Quando algum apressado esbarra em mim e faz meus cadernos caírem. Ótimo! Meu dia não pode ficar melhor!

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora