Oito: parque de diversões

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Felipe

Faltavam alguns minutos para as 20:00.

— Olha o que eu achei no quarto da sua irmã. — diz Ana entrando no meu quarto.

Me viro para olhá-la, e meu queixo quase cai. De repente, a imagem de uma menininha de seis anos me vem na cabeça. Não é possível.

— Não ficou fofo nela, Lipe? — pergunta Cris me tirando dos meus devaneios.

— É... Tá parecendo uma princesa. — falo com deboche. Recebo um tapa no ombro vindo de Ana.

— Seu sem graça. — diz tirando a coroa da cabeça. Escutamos uma buzina. — É o Ric. Vamos, Fe?

— Vamos.

— Tchau, gente. Divirtam-se. — dou um beijo em minha irmã e descemos.

Entramos no carro e Ana dá um selinho em seu namorado. Olho pra janela.

— E aí, nerd.

Acho que ele tentou ser gentil, pessoal!

— Como vai, Ricardo? — tento soar simpático.

— Estaria tudo bem se minha namorada não estivesse passando tanto tempo com você.

— Ric. — diz Ana.

— E se você se preocupasse mais com ela, ou lhe desse mais atenção, ela não precisaria passar tanto tempo comigo. — não sei de onde tirei essas palavras, ou coragem para dizê-las.

— Cuidado aí, amigo.

— Vamos né, gente. — Ana tenta controlá-lo. Volto a olhar pra janela.

Chegamos ao parque, que por sinal é bem iluminado. E grande também. Avistamos o pessoal e fomos até eles.

— Oi, gente. — diz Ju na maior empolgação.

Ela vem até mim e me dá um beijinho na bochecha. Desde que passou o dia lá em casa, criamos uma bela amizade.

— E aí, pessoal, já foram em quantos brinquedos? — pergunto.

— Nenhum. Ficamos esperando vocês. — responde Tai.

— Então vamos, galera. — Ric se manifesta e puxa Ana com ele. Alguém me puxa também. Ju.

— Vamos no tiro ao alvo.

— Sou péssima. — comenta Ana.

Uai. Cadê o namorado? Evaporou!

— Eu te ensino. — digo.

Nunca pensei que ia encontrar uma pessoa pior do que minha mãe em relação a mira. É, Ana, tiro meu chapéu pra você.

— Desisto. Uma pessoa bêbada acertaria mais que eu. — rio e me coloco atrás dela.

— Assim, Ana. Olho no alvo. — pego sua mão. Coloco-a perto do gatilho. Minha respiração está em seu ouvido. — Se concentre. Respire fundo e... Aperte o gatilho.

Me afasto. Ela respira fundo, como eu falei. Fecha os olhos, abre novamente e... BANG. Alvo derrubado. E é claro que eu estava filmando isso.

— Ahhh. Consegui. Eu sou demais.

— Menos, garota. Menos. Sua bola não tá tão em cima não. — Ju estraga prazeres.

— Ei, gente. Vamos no labirinto do terror. — diz Ric se aproximando.

Dessa vez fomos todos nós. Ele e os amiguinhos na frente. Ana do meu lado, Marcos do outro. Entramos. Escuro total. Ouvimos um grito e começamos a correr. Sinto alguém entrelaçando minhas mãos. Olho pro lado e vejo que é Ana. Barulhos de correntes se arrastando próximo de onde estamos. Desaceleramos o passo. Ana aperta ainda mais minha mão.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora