Felipe
Estava indo pra sala quando esbarro em alguém, fazendo seu material cair.
— Desculpe. — me apresso em dizer. Abaixo, e cato seus cadernos. Quando olho a menina, vejo que ela é muito linda.
— Sem problemas. — diz sem emoção nenhuma. Ela abaixa e pega alguma coisa. — Acho que isto é seu. — diz entregando minha câmera e entra na sala.
Ótimo! Comecei bem meu dia.
— Felipe! — me viro e vejo um garoto de óculos e boné do Stars Wars vindo até mim. — Quanto tempo, cara. Tá bonito, hein.
— Fala aí, Marquinho. Beleza, cara?
Entramos na sala e esperamos a professora chegar. Aula de robótica. Gosto muito dessa matéria.
Me mudei pra cá faz duas semanas. Não me dou bem com mudanças. E minha mãe inventou de se mudar no meio do ano. A única pessoa que conheço aqui é o Marcos. Não nos vemos há mais de um ano. Ele ia direto lá em casa. Até que seus pais se separaram e se mudaram pra cá. Agora, foi a minha vez. Moro com minha mãe e minha irmã mais nova. Digamos que não sou muito de se enturmar e fazer amigos. Prefiro ficar em casa jogando video-game, lendo, estudando ou tirando minhas fotografias. Em outras palavras, sou considerado nerd.
Na hora do intervalo, acompanhei Marcos até a cantina. Dois garotos se aproximaram de nós e falaram com meu amigo.— Felipe, esses são meus amigos. Esse é o Henrique.
— Oi. — dizemos juntos.
— E esse é o Fábio.
— Oi.
Começamos a conversar sobre muita coisa. Eles são bem legais. Fábio gosta de andar de skate igual eu. Henrique adora ler. Estamos falando sobre jogos, até que Fábio diz:
— Ei, cara, eu vi seu encontrão com a Ana. — então esse era o nome dela.
— Foi sem querer. Eu pedi desculpas. — digo sem graça.
— Fique longe dela. O namorado é um idiota, e ela é filhinha de papai. — continua.
— Nada a ver, cara. — interrompe Marquinho. — Ela é bem legal.
— Concordo com o Fábio. Ela é bem patricinha. — diz Henrique.
Vejo ela indo pra cantina com suas amigas. Ela está rindo de algo. E tenho que dizer, ela tem um sorriso lindo. Nossos olhares se encontram e desvio rapidamente.
— Vamos pra sala? — pergunto querendo sair daquele mundo de gente.
* * *
— Mãe, cheguei. — digo entrando em casa.
— Oi, querido. Como foi na escola?
— O mesmo de sempre. Fiz dois amigos novos.
— Que ótimo, meu bem. O almoço está pronto. Quer comer?
— Lógico. — me sento e arrumo meu prato.
— E aí, Lipe. — diz minha irmã entrando na cozinha.
— Melhorou, peste? — pergunto de boca cheia, fazendo-a rir.
— Sim. Estou até com fome.
— Crianças, eu vou ter que sair. Preciso resolver uns problemas no banco. Vocês ficam bem?
— Claro, mãe. Eu cuido da peste aqui. Pode ficar tranquila.
— Tudo bem, então. Até mais tarde.
Termino de almoçar, limpo a cozinha e subo pro meu quarto. Vejo Cris parada em frente à sala de música.
— O que faz aqui? — pergunto calmo.
— Volta a tocar, Lipe. Você era tão bom.
— Cris, já falamos sobre isso. Eu não quero mais tocar. E também...
— Mentiroso! Você amava tocar. Só parou por causa do...
— Chega, Cris. — fecho a porta e a encaro. — Não vamos discutir sobre isso outra vez. Certo?
— Como quiser. — diz chateada, entra no seu quarto batendo a porta. Respiro fundo e entro no meu. Me jogo na cama e durmo.
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Apaixonados Pelo Acaso
RomanceEsse é o último ano. A turma toda animada. Baile de formatura! Pra Ana, uma garota linda, inteligente, presidente da turma, tudo está indo às mil maravilhas. Namora o cara mais popular da escola. Mas será que esse relacionamento está dando certo? ...