Quatorze

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Ana

Acordo de manhã cedo. Levanto e abro as janelas do meu quarto. Apesar de estar frio, está um lindo dia. Meu celular apita. Olho e vejo uma mensagem da Tai.

"S. O. S"

Aquele era nosso código pra quando algo de ruim acontecia. Fiquei preocupada. Tomei um banho, vesti algumas roupas, coloquei meu casaco e desci. Escrevi um bilhete para os meus pais dizendo que ia pra casa da Tai.
Sai de casa e vi Ju saindo da dela.

— Recebeu a mensagem? — pergunta pra mim.

— Sim. Vamos logo.

Tai morava a uns vinte minutos de casa. Fomos correndo praticamente o caminho todo.

Chegamos em frente à sua casa. A mãe dela abriu a porta pra nós e entramos. Fomos pro seu quarto. Abro a porta e vejo-a jogada na cama com vários doces em volta dela e...

Opa, peraí!

Doces? Cocholate? Desenho animado? Pote de sorvete? Pijama molhado?

— Você tá na fossa. — gritei incrédula.

— O que aconteceu, Tainá? — pergunta Ju.

— Oi, meninas. — diz e começa a chorar. Pulamos na cama e a abraçamos.

— O que foi, Tai? — pergunto preocupada.

— Miguel. Ele terminou tudo.

— O que? Por que?

— Ele não falou. Só disse que não dava mais, que queria conhecer outras pessoas.

— Idiota. Quem termina um relacionamento de três anos assim? Quando vocês terminaram? — pergunta Ju.

— Ontem à tarde. Não falei nada com vocês antes porque tava conversando com minha mãe. E o restante da noite passei chorando mesmo.

— Não acredito numa coisa dessas. Ele ficou maluco? Cheirou bosta estragada? Ninguém termina um namoro de três anos assim, de uma hora pra outra. — não escondo minha indignação.

— Deixem pra lá, meninas. — diz triste.

— Escuta aqui, garota, esquece esse cara. A culpa não é sua, ouviu? Ele que está sendo retardado de perder isso tudo. — diz Ju apontando pra ela, arrancando um sorrisinho.

— E tem mais, ele é um louco se acha que vai conhecer alguém incrível como você. Você é a Tainá. O que você é... ninguém pode ser. — digo encarando-a.

— Obrigada, meninas. — nos abraçamos. — Vocês são as melhores. Mas e aí, dona Ana. Como anda o seu coraçãozinho?

— É verdade. Depois de ontem à tarde, duvido que você não sinta nada, amiga. — diz Ju.

— Ah, meninas, eu gosto do Felipe.

Gosta? Só de falar o nome dele seus olhinhos brilham.

— Você está apaixonada. — grita Tai sorrindo. Encaro as meninas por um tempo.

— Sim. — sussurro. As duas gritam e eu rio. — Agora podem parar de assanhamento. Vamos, vamos, dona Tainá. Levanta dessa cama, vai tomar um banho que vamos sair.

— Ah, não. Não to a fim de sair. — diz se jogando na cama.

— Vamos sim. Quer que eu te tire daí?

— Argh! Onde vamos?

— Shopping. Anda, vai logo.

— Ai. To indo, to indo.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora