Doze

185 19 0
                                    

Ana

Faz três dias que Felipe falta aula. Estou preocupada. Será que aconteceu alguma coisa?

Estou andando pelo corredor quando a diretora me chama.

— Oi, dona Martha.

— Olá, querida. Eu gostaria de passar um recado pra você. Você e o Felipe tem passado tanto tempo juntos ultimamente.

— Aconteceu alguma coisa? — pergunto já preocupada.

— Sim, querida. A irmã dele está no hospital há três dias.

— Ai meu Deus. Eu preciso ir visitá-los.

Pego uma autorização na secretaria para sair da escola. Conto para as meninas e vamos as três juntas.

Passamos pela recepção e corro pro quarto andar. Vejo-o no fim do corredor, abaixado em um canto. Doeu vê-lo daquele jeito. Me aproximo. Abaixo ao seu lado e o abraço.

— O que houve com a Cris, Fe?

— Ela começou a vomitar sangue. Não sabia o que fazer. Trouxe ela direto pra cá. Já está em observação há três dias, e até agora não descobriram o que foi.

— Ei, vai ficar tudo bem. — coloquei sua cabeça em meu ombro. — Vai ficar tudo bem. Quer ouvir uma coisa engraçada?

— Por favor.

— Na hora em que fui pegar a autorização pra sair da escola, estava tão desesperada que quando a secretária me perguntou meu grau de parentesco com você, disse que era sua prima. — ele levantou a cabeça e me encarou. Caímos na risada.

— Sério?

— Sim. E ainda falei "vai logo, moça, nossa tia pode estar morrendo! Eu estou desesperada para vê-lo". — ainda ria com ele. — Mas a última parte não é brincadeira. — digo séria.

— Obrigado. — entrelaço nossos dedos.

— Trouxe reforço.

Ju e Tai apareceram. Ficamos conversando, distraindo o Felipe até o médico aparecer. Nos levantamos na hora.

— E aí, doutor?

— Ela teve uma infecção no estômago. Se alimentou muito mal e pouco.

— Mas ela vai ficar bem? — pergunto.

— Ela já melhorou. — vejo o rosto do Felipe se aliviar. Envolvo meus braços nele. — Dei uns medicamentos para ela. Está reagindo muito bem. O problema era a falta de alimentação corretamente. Amanhã mesmo ela pode voltar pra casa.

— Podemos vê-la? — pergunta ansioso.

— Claro.

Entramos devagar no quarto. Ela nos olha e sorri.

— Oi, gente.

— Sua peste. Nunca mais me dê um susto desses. — reclama Felipe.

— Você nos assustou, Cris. — digo do outro lado da cama. — Faz isso de novo não, garota. — rimos.

Ju e Tai falaram com ela. Conversamos um pouco e mandei as duas voltarem pra escola. O horário de visitas terminou. Sentamos novamente do lado de fora. Fui buscar café. Fiz o do Fe bem forte.

— Aqui. — entrego para ele.

— Obrigado. É sério, Ana, você não precisa ficar.

— E deixar você sozinho? Não, senhor. Já avisei sua mãe e meus pais que passaremos a noite aqui.

— Ana, vai pra casa. Você passou o dia inteiro aqui. — sentei-me ao seu lado.

— Eu quero ficar. — ele sorri pra mim.

Encosto a cabeça em seu ombro. Me preparando para passar a noite ao seu lado.

Na manhã seguinte, Cris recebe alta. Minha mãe aparece no hospital com café e alguma coisa pra comer.

— Bom dia, meninos.

— Oi, mãe. O que faz aqui?

— Vim buscar vocês. Não se preocupe, Felipe, já avisei sua mãe.

— Muito obrigado, dona Elena. — sorri tímido.

— Elena. — corrige-o.

Faço Felipe comer. Pegamos Cris e fomos pra sua casa. Dona Teresa nos esperava na porta. Saímos do carro. Na porta, a mãe abraçou a filha.

— Não ouse me assustar desse jeito, menina.

— Eu to bem, mãe. O Lipe cuidou bem de mim.

— Oh, meus filhos. Amo tanto vocês.

— Você vai ficar, Ana? — pergunta minha mãe.

— Não. Vou pra casa da Tai. Tchau, gente.

— Muito obrigada, dona Elena. Você também, Ana. — a mãe deles agradece a minha.

— Elena. Foi um prazer. Você tem filhos maravilhosos.

— Obrigada, Ana. — Cris me abraça e sussurra em meu ouvido — Mal vejo a hora de te ter como cunhada. — coro, mas dou um sorriso franco.

As duas entram e minha mãe vai esperar no carro. Só ficamos eu e o Fe.

— Obrigado, Ana. De novo.

— Não foi nada.

— Foi, sim. Foi importante pra mim. — abraço-o.

Encaro-o. Ele acaricia meu rosto. Fecho os olhos com seu toque.

— Tenho que ir. Até amanhã. — dou um rápido selinho nele e corro pro carro.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora