Felipe
— Estamos na última semana de provas já. Quando você vai tomar uma atitude? — me repreende Marquinho.
— Eu não sei. Eu to muito distraído com as provas, Marquinho.
— Pelo amor de Deus, Felipe. Como se você não fosse passar. Acho que posso dizer que você é o cara mais inteligente do colégio.
— Verdade. Você tá é enrolando, Fe. — intromete Henrique. Olho para os dois e suspiro.
— Penso sobre isso depois, tá? — repondo. A professora entra na sala e inicia a aula.
Sou obrigado a dizer que não presto atenção. Coloco meu capuz e abaixo a cabeça. Penso nesse ano inteiro. Desde quando me mudei, até hoje. Os últimos anos foram muito difíceis pra mim e minha família. Desde a morte do meu pai, me sentia completamente melancólico. Minha irmã vivia no quarto. Minha mãe também não saia muito.
Até que ela apareceu. Ou melhor, elas.
Desde que Ana e suas amigas entraram em minha vida, recomecei a viver. Ana me fez e faz muito bem. Ela e Ju sempre animam minha irmã. Sem contar na minha mãe, que adora quando vão lá em casa. Estou completamente apaixonado por essa garota. E acho que posso dizer, desde que tinha seis anos. Eu não vou perdê-la.* * *
— Felipe, me devolve isso, caramba! — pede impaciente.
— Acho que não ouvi as palavras mágicas. — ela me encara com um olhar desafiador e suspira.
— Você vai me obrigar a usar meus métodos de sedução? — pergunta séria.
Fico meio sem entender. Ela se levanta da cama e caminha em minha direção, parando de frente pra mim. Senta em meu colo e me encara. Confesso que fico um pouquinho nervoso.
— Foi você quem pediu por isso. — fala e me beija.
O beijo era intenso, diferente dos que já demos, e eu não queria que acabasse. Sem que eu percebesse, seu caderno já estava em suas mãos. Ela sai do meu colo e volta a deitar em sua cama, me olhando com um sorriso debochado.
— Não valeu. Isso foi trapaça. — digo ainda meio atordoado devido ao beijo.
— Aceita que dói menos.
— Isso não fica assim não. — me levanto e vou até ela. Começo a enche-lá de cócegas.
— Para, Fe. Por favor. — pede rindo.
Encaro seus lindos olhos, e depois sua boca. Me aproximo devagar e encontro seus lábios. Começo um beijo calmo, doce, mas ele logo se intensifica. Encerro com um demorado selinho. Abro os olhos e vejo que ela sorri.
— É tão bom te ter por perto. — diz acariciando meu rosto. Sorrio e lhe dou outro selinho. Levanto e levo ela comigo.
— Muito bem, dona Ana. Já que você já abusou do meu corpinho por hoje, posso dizer o que vim pra dizer.
— O que voc... Como é? Você que tava em cima de mim. — diz jogando um travesseiro em mim.
— Quem foi que deu o primeiro beijo? — rebato.
— E você não gostou? — sussurra em meu ouvido, causando-me alguns arrepios. — Mas então, o que tem pra me dizer? — pergunta prendendo seus longos e belos cabelos loiros.
— O filme está pronto. — ela para e me olha.
— Jura? — pergunta com um sorriso enorme.
— Sim. E modéstia a parte... Está fantástico. — ela pula em meus braços e quase caímos na cama.
— Eu quero ver.
— Não, senhora. — quase grito. — É uma surpresa. Você só irá ver no baile.
— Você vai mesmo fazer isso? — pergunta de braços cruzados.
— Vou. Até amanhã, Ana. — dou um rápido selinho nela antes que jogue outro travesseiro.
Me despeço de seus pais e da Mel, e sigo pra casa.
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— Muito bem, chamei vocês aqui porque preciso de ajuda.
— Deixe-me adivinhar: quer ajuda em como pedir Ana em namoro? — diz Ju.
— Como sabe?
— Oras, Fe, você é o gênio mais burro que eu conheço. É óbvio. Vocês dois se amam. Agora só falta tornar oficial.
— Obrigado. Eu acho.
— Tá legal, chega de enrolação. O que quer que façamos? — pergunta Tai.
Encaro meus amigos, e é quando uma lâmpada mágica se acende em cima da minha cabeça.
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Apaixonados Pelo Acaso
RomanceEsse é o último ano. A turma toda animada. Baile de formatura! Pra Ana, uma garota linda, inteligente, presidente da turma, tudo está indo às mil maravilhas. Namora o cara mais popular da escola. Mas será que esse relacionamento está dando certo? ...