Dezessete

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Felipe

— Estamos na última semana de provas já. Quando você vai tomar uma atitude? — me repreende Marquinho.

— Eu não sei. Eu to muito distraído com as provas, Marquinho.

— Pelo amor de Deus, Felipe. Como se você não fosse passar. Acho que posso dizer que você é o cara mais inteligente do colégio.

— Verdade. Você tá é enrolando, Fe. — intromete Henrique. Olho para os dois e suspiro.

— Penso sobre isso depois, tá? — repondo. A professora entra na sala e inicia a aula.

Sou obrigado a dizer que não presto atenção. Coloco meu capuz e abaixo a cabeça. Penso nesse ano inteiro. Desde quando me mudei, até hoje. Os últimos anos foram muito difíceis pra mim e minha família. Desde a morte do meu pai, me sentia completamente melancólico. Minha irmã vivia no quarto. Minha mãe também não saia muito.

Até que ela apareceu. Ou melhor, elas.
Desde que Ana e suas amigas entraram em minha vida, recomecei a viver. Ana me fez e faz muito bem. Ela e Ju sempre animam minha irmã. Sem contar na minha mãe, que adora quando vão lá em casa. Estou completamente apaixonado por essa garota. E acho que posso dizer, desde que tinha seis anos. Eu não vou perdê-la.

* * *

— Felipe, me devolve isso, caramba! — pede impaciente.

— Acho que não ouvi as palavras mágicas. — ela me encara com um olhar desafiador e suspira.

— Você vai me obrigar a usar meus métodos de sedução? — pergunta séria.

Fico meio sem entender. Ela se levanta da cama e caminha em minha direção, parando de frente pra mim. Senta em meu colo e me encara. Confesso que fico um pouquinho nervoso.

— Foi você quem pediu por isso. — fala e me beija.

O beijo era intenso, diferente dos que já demos, e eu não queria que acabasse. Sem que eu percebesse, seu caderno já estava em suas mãos. Ela sai do meu colo e volta a deitar em sua cama, me olhando com um sorriso debochado.

— Não valeu. Isso foi trapaça. — digo ainda meio atordoado devido ao beijo.

— Aceita que dói menos.

— Isso não fica assim não. — me levanto e vou até ela. Começo a enche-lá de cócegas.

Para, Fe. Por favor. — pede rindo.

Encaro seus lindos olhos, e depois sua boca. Me aproximo devagar e encontro seus lábios. Começo um beijo calmo, doce, mas ele logo se intensifica. Encerro com um demorado selinho. Abro os olhos e vejo que ela sorri.

— É tão bom te ter por perto. — diz acariciando meu rosto. Sorrio e lhe dou outro selinho. Levanto e levo ela comigo.

— Muito bem, dona Ana. Já que você já abusou do meu corpinho por hoje, posso dizer o que vim pra dizer.

— O que voc... Como é? Você que tava em cima de mim. — diz jogando um travesseiro em mim.

— Quem foi que deu o primeiro beijo? — rebato.

— E você não gostou? — sussurra em meu ouvido, causando-me alguns arrepios. — Mas então, o que tem pra me dizer? — pergunta prendendo seus longos e belos cabelos loiros.

— O filme está pronto. — ela para e me olha.

— Jura? — pergunta com um sorriso enorme.

— Sim. E modéstia a parte... Está fantástico. — ela pula em meus braços e quase caímos na cama.

— Eu quero ver.

— Não, senhora. — quase grito. — É uma surpresa. Você só irá ver no baile.

— Você vai mesmo fazer isso? — pergunta de braços cruzados.

— Vou. Até amanhã, Ana. — dou um rápido selinho nela antes que jogue outro travesseiro.

Me despeço de seus pais e da Mel, e sigo pra casa.

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— Muito bem, chamei vocês aqui porque preciso de ajuda.

— Deixe-me adivinhar: quer ajuda em como pedir Ana em namoro? — diz Ju.

— Como sabe?

— Oras, Fe, você é o gênio mais burro que eu conheço. É óbvio. Vocês dois se amam. Agora só falta tornar oficial.

— Obrigado. Eu acho.

— Tá legal, chega de enrolação. O que quer que façamos? — pergunta Tai.

Encaro meus amigos, e é quando uma lâmpada mágica se acende em cima da minha cabeça.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora