Treze: confissões

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Felipe

Algumas semanas se passaram desde que Cris voltou do hospital. Ana e eu estávamos cada vez mais próximos. Ou ela está aqui em casa, ou eu estou na dela. Mas quando Ju e Tai vem também... aí a bagunça é garantida.

Estamos saindo da aula pra ir pra casa da Ana. O tempo está péssimo, com nuvens escuras no céu, mas mesmo assim vamos andando. Apesar da nossa aproximação, tenho sido um pouco seco com ela. Tentei dessa forma sufocar meus sentimos por ela. Mas não resolveu. Estamos algumas casas da sua.

— Tá legal, para. — pede. — Fala pra mim, Felipe. Por que está agindo assim comigo ultimamente?

— Não é hora de falarmos disso.

— E que horas então? — começa a chuviscar.

— Vamos indo, Ana.

— Não! — grita. — Eu quero saber por que você está assim comigo.

— Porque eu to apaixonado por você, droga! — falo alto. — Eu... — não consigo dizer mais nada.

— Por que não me disse nada? — pergunta baixinho se aproximando. Começa a chover forte. Meu celular começa a tocar. — Espera. Deixa tocar.

Ela estende a mão pra mim. Entendo o que quer fazer. Dou um pequeno sorriso. Pego sua mão e nos aproximamos. Começamos a dançar. Sim, no meio da rua. Sim, na chuva. Sim, estou gostando disso. Não, não quero que esse momento pare. O celular para de tocar. Paramos de dançar e nos encaramos. Vamos, Felipe. Hora de tomar uma atitude, penso. Trago-a para mais perto e a beijo. A chuva continua a cair. Passo meus braços em torno de sua cintura. Sinto seus braços em meu pescoço. Uma de suas mãos estão acariciando meus cabelos molhados. Paramos o beijo e nos olhamos. Começamos a rir.

— Vamos. — me puxa.

Entramos pelos fundos. Ela me traz uma toalha.

— Você tem sorte que esqueceu umas roupas aqui no dia que tomamos banho de piscina. — ela me leva até o banheiro.

Quando vamos passar pela porta, entramos ao mesmo tempo, e acabamos nos "prendendo". Nossos rostos estão a centímetros.

— Obrigado. — sussurro.

Me aproximo mais. Ela me puxa pelo pescoço e começamos um novo beijo. Entramos no banheiro e fecho a porta com o pé. O beijo continua com desejo, carinho. Encosto-a na parede, e intensifico o beijo. Queria poder congelar esse momento. Encerro o beijo com selinhos.

— Vai tomar banho, garoto. — diz rindo. Enrolo a toalha e bato-a em sua coxa. Ela sai do banheiro e finalmente tomo um banho.

Sento em sua cama. Passo a toalha em meus cabelos molhados.

— Gosto quando estão bagunçados. — diz parada na porta com duas xícaras na mão. Me entrega uma. — Chocolate quente.

Pego Bolota e coloco-o em meu colo. Ela se senta na janela e começa a desenhar.

— Não se mexa. — diz. Fico parado. Observo-a enquanto fica desenhando. Tão concentrada.

Depois de alguns minutos, se levanta e deita ao meu lado, com a cabeça em meu peito.

— O que você acha? — me entrega seu caderno.

Ela me desenhou. Sentado em sua cama, com Bolota em meu colo e a xícara na mão.

— Perfeito. — sussurro passando o dedo nos contornos do desenho. — Você é ótima, Ana. Que tal cantar pra mim?

Ela sorri tímida. Pega o violão. Fazemos ao contrário. Ela encosta na cama e apoio minha cabeça em seu colo. Ela começa a tocar e cantar.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora