Dezesseis

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Ana

Acordo no dia seguinte sorrindo. Abro a janela e meu sorriso aumenta. Está nevando. Amo quando neva!

— Bia? — uma Mel eufórica entra no meu quarto. — Você viu? Você viu?

— Sim, pequena. — respondo sorrindo. — Você quer...

Ouvimos um barulho auto na minha janela, o que nos assusta. Mel se aproxima de mim. Encaro a janela e não vejo nada. Vou me aproximando devagar. Olho pra baixo e sinto um pequeno alívio. Vejo todos os meus amigos com bolas de neve na mão. Olho pro Felipe e o mesmo está com um sorrisinho debochado. "Foi ele que jogou a bola". Penso.

— Vamos, Mel. — digo mais animada.

Descemos as escadas correndo. Quando abro a porta da frente, levo uma bolada no peito. Mel ri de mim.

— Então é assim? Tá legal. — me abaixo e faço uma bola com a neve que peguei. — Quem foi o infeliz que jogou essa? — todos permanecem calados, tentando não rir. Vejo que Felipe é o que mais segura a risada. Bingo. — Toma essa!

Jogo a bola nele. Fazendo todos rirem. Dezenas de bola começam a voar. Acerto Cris no braço. Vejo que o Fe começou a gravar. Estamos todos nos divertindo. Faço uma bola gigante. Acerto a cara do Henrique. Rio tanto que acabo caindo. Sinto uma bolada na cabeça. Ju!

— Lamento informá-lá, srta. Medeiros, mas você acabou de declarar guerra. — digo a encarando.

— É? Você e que exército? — pergunta debochada.

Nos dividimos em dois times. Eu, Fábio, Tai e o Fe em um. Ju, Henri, Marquinho e Mel no outro.

— Sério, pequena? Vai ficar contra sua irmã? — pergunto fazendo careta pra ela.

— Ela está comigo. — diz Ju colocando a mão em seu ombro.

— Que a guerra comece. — declara Felipe.

E outra vez dezenas de bolas voltam a voar. Estamos tão concentrados na nossa brincadeira que nem percebo quando minha mãe nos chama pra tomarmos chocolate quente.
Entramos e nos espalhamos pela sala. Conversa vai, conversa vem. Foi uma manhã bem gostosa. Perto da hora do almoço, cada um foi pra sua casa. Tirando a Ju. Que ficou aqui.

— Então, Ana, não acha que já passou da hora de algum dos dois tomar uma atitude? — pergunta esparramada na minha cama.

— Do que você está falando, Ju? — pergunto indiferente.

— Do aquecimento global. De você e do Fe né, besta. Não acha que já ta na hora de...

— Nem vem, Júlia. — interrompo-a. — Eu não vou pedi-lo em namoro. Ponto.

Por que? Vocês dois se amam!

— Isso não quer dizer nada. Estamos ótimos assim como amigos.

— Mas...

— Mas nada. — interrompo-a novamente. — Deixa assim como está.

— Tudo bem, Ana Beatriz, se é o que você acha melhor.

Não gosto quando ela fala meu segundo nome, é quando ela está chateada comigo. Suspiro e mudo de assunto. Lembro do dia que fomos ao Shopping. A troca de olhares entre ela e o Henrique.

— Júlia Medeiros!

— Eu.

— O que tá rolando entre você e o Henri? — sua expressão continua a mesma.

Droga. Júlia sempre foi ótima em esconder suas emoções. Mas seu olhar diz tudo.

— Não existe nós. Não viaja não, Ana.

— É? E aquela troca de olhares de vocês no Shopping? — ela cora. Bingo!

— Eu... é... Nós...

— Desengasga, mulher!

— Aconteceu no parque. Não foi nada demais.

— O que, Júlia? — pergunto já impaciente.

— Nos beijamos.

Sorrio e solto um gritinho.

— Por que não me falou antes? Poxa, sou sua melhor amiga.

— Eu achei que não era nada. Mas aí nós começamos a conversar todos os dias. E, sei lá, Ana. Eu gosto dele. — solto outro gritinho, e em consequência recebo um tapa no ombro.

— Ele também gosta de você, pelo visto. Não para de te olhar toda vez que estamos juntos.

— Você acha?

— Tenho certeza.

Não aprofundamos no assunto. Fomos almoçar e depois ela foi embora.
Subo novamente pro meu quarto e vou estudar. Últimas provas. É agora ou nunca.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora