Onze

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Ana

Levanto cedo. Tomo um banho, coloco uma roupa qualquer e desço pra tomar café.

— Bom dia. — digo entrando na cozinha.

— Bom dia. Como foi a festa? — pergunta meu pai.

— Foi legal, pai. E quem me trouxe pra casa foi a Lorena. — sabia que meu pai não gostava nadinha quando eu ia pra festas com Ric. Ele sempre bebia. — Adivinha, Mel.

— O que? — cochicho em seu ouvido, e um sorriso enorme aparece em seu rosto.

— Jura, Bia? Então quer dizer que o Lipe pode ser seu namo...

— Vou indo, gente. — lanço um olhar pra ela, fazendo -a rir.

Chego na escola e a primeira pessoa que procuro é Ric. Vejo-o perto do bebedouro. Me aproximo e o chamo.

— Podemos conversar?

— Tudo bem. — nos afastamos um pouco de seus amigos. — Onde você esteve ontem?

— Por que a pergunta? Não conseguiu me achar na boca da Jade?

— Você viu. Olha, Ana...

— O que combinamos quando começamos a namorar?

— Eu...

— O que foi, Ric?

— Falar se quisermos ficar com outras pessoas.

— Exato. Olha, por incrível que pareça, não estou com raiva de você. — ele levanta a cabeça e me encara.

— Não? — pergunta.

— Não. Mas acabou. — me viro e vou procurar as meninas.

— Ana? — ouço a voz de Ju me chamando. Chego perto delas e começo a chorar baixinho. As duas me abraçam.

— O que houve? — pergunta Tai. Conto o que aconteceu pra elas. Inclusive sobre o mascarado. — Nossa, Ana. Sinto muito, amiga. Mas peraí. Rebobina... Quem é esse Mascarado?

— Não sei, Tai. Quando eu perguntei pra ele seu nome, ele simplesmente me beijou. — as duas trocam olhares.

— E como foi? — perguntam juntas. Encaro-as por um momento.

— O melhor beijo da minha vida. — as duas gritam. — Shiiu. Mas sério, meninas. Os lábios deles eram muito macios.

Continuamos conversando.

— Ai meu Deus. — diz Ju.

— O que foi? — pergunto curiosa.

— Aquele ali é o Felipe? — aponta por cima do meu ombro.

Me viro e o vejo. Minha nossa. Ele está usando uma calça preta um pouco mais colada que o habitual, uma blusa branca e uma jaqueta. Seu cabelo que antes era todo bagunçado, agora está em um topete, o que o deixou muito gato. Ele está com uma expressão tímida no rosto. Não está acostumado com tantos olhares sobre ele.

— Vou indo pra sala. — me levanto e vou pra sala.

Felipe

Chego na escola e recebo muitos olhares. Ai meu Deus. Não gosto muito disso.
Vejo Ju e Tai. Faço um aceno com a cabeça indicando a biblioteca.

— Vai falando, Felipe. Como foi a festa?

— Deu tudo certo. — respondo. — Ela desconfia que sou eu?

— Não. E que história é essa de beijo hein, mocinho? — Ju me dá uma cotovelada.

— Foi impulso, Ju. Nem eu sabia o que estava fazendo.

Apaixonados Pelo AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora