Só por clientes?

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-Delphine-

"É tão importante assim pra ele um simples cliente de ervas?"

•14:10PM•

Mais um dia normal de trabalho, rendendo minha grana através de insanos e viciados por ervas, típicos americanos.
Eu como sempre, um coque alto desajeitado, um top tomara que caia roxo, um short curto cintura baixa que mostrava meu piercing no umbigo e com minha franja penteada.
Desde então, Fezco e Ashtray viviam na minha casa, pois meu irmão precisava de ajuda com missões e dava uma renda extra boa.

Peguei férias depois das missões que fiz com o Ashtray pra descansar, mas já é hora de voltar, não por mim, mas sim por mil clientes me mandando mensagens enlouquecedoras.

Desci então nas escadas emburrada com o celular na mão vendo o tanto de mensagens de viciados me pedindo ervas. mal acordei e já está assim.

Ashtray está sentado no sofá vendo o seu celular e Fezco sentado na poltrona fazendo o mesmo, mas logo Fezco se vira quando percebe os meus passos na escada.

Entendo esse olhar, muitos clientes né? - diz o ruivo desligando o celular.

Sim, mal abri minha agenda e tem um monte de loucos pedindo, não sei o que eles vêem demais na minha erva. - digo parando na frente deles mexendo no celular e confusa, com minhas unhas fazendo barulho nas teclas do mesmo.

Fácil, você é irmã do dono da máfia mais famosa da região, provavelmente fazem isso por status ou pra ter uma boa impressão nos lugares - logo olho pra ele e fazendo um olhar de razão.

É, mas grana pra mim - digo com um leve sorriso e indo na cozinha comer algo.

Comendo cereais com um copo de leite como sempre, marco os horários das entregas das ervas. Ao terminar o cereal, coloco a tigela naquele monte de pratos sujos e vou direto ao laboratório, e mando mensagens aos meus capangas pedindo para virem, não posso arriscar fazer entregas sozinha.

Feito todos os meus pacotes encomendados e os meus capangas ajudando, a campainha toca e eu logo corro com um saco de ervas na mão com meus capangas.

Atendo e é um cliente que eu marquei, óbvio, todos os meus clientes são sérios e barra pesada, portanto, o mesmo diálogo de sempre.

Quando abri a porta percebi o olhar do Ashtray pro mesmo, um olhar de desconforto e preocupação, mas relevei.

Iae, a erva ta ai ou vou ter que esperar? - disse o homem grande logo quando abri a porta.

Toma ae - digo eu entregando na mão do cara e  olhando nos olhos dele.

Parecer intimidadora é um ponto crucial pra conseguir sobreviver no tráfico.

E o dinheiro? - digo eu com um tom mais grosso de voz.

Ele logo me olha e coloca a mão no bolso, e meus capangas segurando as armas.

Ele entrega a quantia planejada e fecho a porta, indo direto ao meu laboratório, e meus capangas decidiram ficar lá fora, até chegar a hora da próxima entrega.

Sentada no laboratório preparando, limpando e arrumando a mesa, ouço alguém bater na porta.

Entra-  digo me virando pra limpar a estante.

Entra o Ashtray e fica me olhando limpar a mesma.

Não sabia que você fazia entrega pra o Esqueletino. - Disse o menino se apoiando do lado da porta e cruzando os braços.

Sim, e qual é o problema? - digo continuando limpando a estante com um pano.

Ele é barra pesada, não devia entregar pra ele. - o menino disse com a mesma posição

Não importa, ele paga certo e nunca faltou respeito, então eu relevo isso. - digo com um tom de angústia fazendo a mesma tarefa de antes.

Entendo ele, Esqueletino é um fugitivo da policia por matar mais de 5 pessoas, compreensível, mas desnecessário como sempre.

Puta que pariu você não entende? você está colocando a sua vida em risco. - ele diz gesticulando a mão e chegando mais perto de mim com um tom de indignação.

O que que eu vou fazer Ashtray? mandar um cliente embora e ter medo de andar na porra da rua por que eu mandei um cliente que paga super bem? - digo eu parando de limpar a estante e me apoiando na mesa com as duas mãos, e com um tom rígido.

É!!! - Ashtray diz com um tom óbvio e chegando mais perto.

Você não tem noção não? - digo na mesma posição.

Merda, tu não entende que ele é um problema ambulante e um perigoso do caralho? - diz o mesmo na minha frente.

E quem ia me proteger na rua? não vou andar todo o tempo com meus capangas Ashtray. - digo com um tom sarcástico na mesma posição de sempre.

Eu ia te proteger caralho! - Diz ele chegando mais perto e gritando.

Nós dois ficamos em silêncio nos olhando, e cada vez que um milésimo passava ele mais olhava na minha boca.

Quando ele chegou mais perto olhando diretamente na minha boca, meu capanga entrou e disse:

Senhora, outro cliente chegou - Logo que o capanga disse, nos afastamos e sai do laboratório sem falar e nem olhar pra ele.

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La Hermosa - AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora