-Delphine-
"É tão bom estar em casa, mas é tão ruim estar deste estado."
•01:49AM•
O menino ficou me admirando até seus olhos cansarem, eu segurei seu braço do qual ele estava alisando meus cabelos, e cheguei perto dele.
Você ainda gosta de mim mesmo estando assim? Cheia de machucados? - Perguntei esperando uma resposta sincera.
Que porra de pergunta é essa garota? - Ele responde colocando seus braços de lado.
Eu não sei, só... - Não consegui continuar a minha fala.
De tanta merda que aconteceu com a gente, e não nos separou, esse porra de sequestro não vai nos separar nem fudendo caralho. - Ele disse colocando sua mão em meu rosto. - Mesmo se você quiser se separar, eu não vou deixar, se não vou ter te procurado a toa. - Ele se vira pro lado da janela.
Apesar da sua fala totalmente possessiva e sem coração, me fez soltar um leve sorriso.
Você é tão idiota, nem sei como eu namoro com você. - Eu afirmei me virando pro lado contrário do menino com uma leve dificuldade pela dor.
Logo sinto ele se virando e colocando seu braço entre meu quadril, me abraçando e formando uma conchinha.
——————————•••••••
•10:11AM•
Nós acordamos rapidamente pelo susto da porta abrindo e o meu amor se afastou depressa do meu corpo esperando que alguém entre.
Vou sair pra trabalhar. - O meu irmão entra rapidamente primeiro com uma fala de silêncio e depois uma fala com voz, depois se retira do quarto.
Ignorei que desde ontem na minha chegada ele nem veio falar comigo e muito menos cuidar de mim.
Me viro pra o meu amante, fazendo-nos suspirarmos.
To com fome. - Eu afirmo.
Não acredito que você vai me fazer levantar pra isso. - Ashtray responde convencido.
Dei de ombros fazendo uma cara de dó pro mesmo, revira os olhos e logo se levanta pra ir a porta.
Eu sento com dificuldade na cama e logo me virando pondo lentamente meus pés no chão pronta pra me levantar.
Coloco minhas mãos na cama pra fazer impulso, mas logo quando tento, sinto a dor dos cortes em meu abdomen piorarem, saindo um gemido doloroso e caio na cama novamente.
Caralho nem andar você consegue. - O menino afirma vindo perto de mim.
Ele me pega no colo fazendo minhas pernas ficarem entre sua cintura, e minha mão entre seu pescoço.
Ele desce comigo da escada indo em direção a cozinha, e me colocando na bancada.
O mesmo começa a circular pela cozinha pegando coisas que não me dei o trabalho de ver.
Percebo o silêncio do lugar e logo tento puxar assunto.
Pelo visto vou ter que parar de usar roupas curtas. - Eu digo tentando ser engraçada.
O menino ignora minha piada juntamente com minha dor, se virando pegando uma frigideira.
Então... O que aconteceu lá? - O menino pergunta colocando a frigideira no fogão e ligando o mesmo.
Fiquei em silêncio relembrando tudo, fazendo-me ficar com os olhos lacrimejando.
Abaixei a cabeça sem conseguir responder, mas dou um esforço.
Eles, me tocaram em tudo quanto é lado, descontavam sua raiva em mim, e faziam coisas quando eu não respondia suas perguntas, e... - Eu parei de contar a situação quando começou a cair em lágrimas novamente não conseguindo terminar.
O menino para de cozinhar no fogão desligando o mesmo, e me dando um abraço aliviador.
Coloquei meus olhos em seu ombro tentando conter aquela minha recaída.
Eu tenho medo Ash, do que podem fazer comigo, eu tenho medo de qualquer pessoa que chegue perto de mim... - Eu afirmo soluçando, e enfiando mais minha cara em seu ombro.
Eu vou garantir que ninguém toque em você novamente. - Ele afirma me abraçando com mais força.
O menino se afasta de mim se virando pra terminar os meus ovos, fazendo as minhas lágrimas pararem de cair.
A comida que ele fez pra mim rapidamente ficou pronta, fazendo ele colocar de lado da bancada pra eu pegar.
Ele senta na bancada a frente da minha, me observando devorar o prato que ele tinha feito.
Percebia que ele olhava por todos os meus machucados, fazendo sua expressão relaxada ficar uma expressão tensa.
Ouvimos uma batida na porta, fazendo o garoto levantar pra abrir.
Ela ta ai? - Ouço a voz de Rue na porta.
Sim, na cozinha. - O menino responde, fazendo a menina entrar.
Os dois vão a cozinha, fazendo receber um abraço caloroso da Rue.
Eu senti sua falta. - Rue afirma.
Eu também. - Respondo a garota.
Então... Eu vou sair pra comprar mais curativos. - Ashtray fala se retirando da cozinha.
O nosso abraço demorado se afasta, fazendo a mesma analisar todo o meu corpo.
Você não quer falar sobre isso pois não? - Rue pergunta me fazendo responder rapidamente - Nop. - Ela responde virando sua cara - Ok.
Você pode me ajudar pra tomar banho? - Eu pergunto meio envergonhada.
Claro. - Ela responde me ajudando a descer da bancada e colocando meus braços no ombro dela.
Depois de uma longa caminhada até o banheiro do meu quarto, finalmente conseguimos.
Rue me ajuda a tomar um banho que fazia semanas que eu não tomava, Sentindo os curativos se descolarem do meu corpo e o ardor dos mesmos fazer-me gemer de dor.
Sentada no box do banheiro, sinto a água percorrer meus machucados purificando os mesmos, mas ainda me sentindo suja em algumas partes pessoais.
Rue volta com uma camisa básica e um short de pijama, me ajudando a sair do box.
Me enxugo com dificuldade e Rue me ajuda a colocar minha roupa.
Me olho no espelho percebendo os machucados horrendos em todo meu corpo e dando conta que vou ter algumas cicatrizes.
Rue penteia meu cabelo por enquanto que escovo meus dentes, percebendo que alguém abriu a porta do quarto.
Saímos do mesmo vendo o Ashtray colocando as compras que ele fez na minha mesa, e ele logo se vira percebendo nossa presença.
Pelo vistos você tomou banho. - Ele afirma retirando as compras da sacola.
Rue me ajuda a deitar na cama, e os dois começam a fazer os curativos novamente.
—————————••••••••••
VOCÊ ESTÁ LENDO
La Hermosa - Ashtray
Fanfiction.⋆ Delphine Gonçalez, mexicana descendente a árabe, parente de um dos donos de umas das máfias mais conhecidas em sua região, chamada El Diabo, é uma traficante e capanga conhecida por Diaba por ser muito durona. Em uma missão acaba conhecendo Ashtr...
