Mar de álcool

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-Delphine-

"Tomara que eu não vomite nele"

•03:59•

Eu e o Ashtray estávamos voltando andando pra casa no completo silêncio, em nossas bocas não saia nem um resmungo, e nas ruas nem um barulho típico de sempre.

Eu andava meio desnorteada pelas ruas, olhando pra cima pra tentar manter o álcool por debaixo do meu estômago, não encima.

Já o menino, segurava minha bolsa e olhava diretamente pra mim a espera que eu caísse pra ele me segurar.

Finalmente chegamos na casa dele e o mesmo abriu a porta, dando espaço pra eu entrar, e logo fechando a porta.

Me joguei no sofá, retirando meu sapato alto fazendo o mesmo me olhar com aqueles olhares de sempre.

"Eu mereço"

Levanta da porra do sofá caralho. - Ele diz colocando minha bolsa na mesa, e eu resmungo colocando minha cabeça no travesseiro.

Ele vem rapidamente e me levanta pelos braços.

Sabia que não seria uma boa ideia ir. - Ele afirma me levando ao banheiro.

Ele estava certo.

Foi muito legal, cala a boca. - Disse eu tentando não mostrar que ele tinha razão.

A parte de que você foi assediada também foi boa? - Ele citou com um tom sarcástico, entrando no banheiro.

Doeu demais.

Logo quando o menino falou isso, senti o gosto do álcool percorrer na minha garganta, fazendo me dar uma ásia, me ajoelhando rapidamente pra retirar todo aquele álcool do meu corpo.

Porra. - Ele diz ficando em pé atrás de mim, segurando o meu cabelo.

Colocando todo aquele líquido pra fora, pensava em como aquilo tudo era constrangedor.

Quando o liquido todo saiu do meu corpo, limpei a minha boca na pia, e ouço a água do chuveiro sair quando o Ashtray liga o mesmo.

Entra. - Ele diz dando espaço pra eu passar.

Eu não vou tomar banho, estou bem - Afirmo quase saindo do banheiro.

Entra logo porra, to mandando. - Ele afirma segurando meu braço, fazendo eu ficar.

Não! - Falo me virando pra ele.

O mesmo resmunga e tira sua camisa, me pegando pelos braços e me colocando embaixo da água, fazendo a água fria percorrer nossos corpos.

Senti um alívio, como se minha alma tivesse sendo lavada com o menino que gosto do meu lado.

Colocava a cabeça pra cima, tentando sentir mais a água batendo na minha cabeça, e ele segurava minha cintura pra eu não escorregar.

Ele assistia minha alma sendo purificada de cima, vendo eu fechar os olhos e erguer minha cabeça pra cima, e quando eu abro o olho, ainda com a cabeça pra cima,  ele está olhando pra mim.

Coloco meus braços entre o pescoço dele, fazendo a água ficar mais quente pelo calor dos dois em seus corpos colados.

O meu vestido verde escuro ficava cada vez molhado com o tempo, mas ignorava esse fato, pois eu estava no chuveiro com ele.

Coloquei minha cabeça no peitoral dele com o objetivo de apoiar a cabeça, mas logo sinto o seu peitoral definido tocar na minha testa, tentando não mostrar atração, olho pra ele.

O que eu não faço por você. - Ele afirma retirando a mão da minha cintura e colocando no meu rosto, segurando o mesmo.

É a primeira vez que você realmente diz algo carinhoso pra mim. - Digo com um sorrisinho.

Sério? - Ele pergunta com uma cara de indignação.

Dava pra perceber que ele não fazia ideia.

Eu só não te beijo agora por que minha boca deve estar com um gosto horrível. - Digo rindo pro mesmo, e ele solta um risinho tímido.

Eu gosto que você seja assim comigo, sinto a sua falta as vezes, do seu carinho. - Afirmo colocando nossos corpos mais colados.

Ele então prefere não responder, e nós dois nos abraçamos, por baixo da água.

Era uma sensação incrível, no meio do silêncio e da luz do luar, sentíamos nossos corpos juntos no calor e na energia dos mesmos, eu não queria sair dali.

Eu não quero sair de perto dele.

Então, ele desliga o chuveiro, saindo do mesmo e pegando sua toalha, me deixa esperando no banheiro e logo chega com uma toalha pra eu me secar e minha mochila, e o mesmo vai se trocar no quarto dele.

Retiro o vestido encharcado do meu corpo, e coloco em um saco, me enxugando e colocando um short curto, com um top e um casaco largo, fechando mesmo.
Seco meu cabelo com a toalha e escovo meus dentes, logo após do ato, chego no quarto e me deparo com o Ashtray com uma calça moletom sem camisa, o que deixava eu ir pra os ares.

Deitei na cama, suspirando com um ar de cansaço, e olho pro mesmo.

Obrigada por hoje. - Digo me aconchegando do ombro do mesmo.

Se você não tivesse feito todas aquelas merdas, nunca precisaria ter me agradeço. - Ele afirma.

Ele estava certo, denovo.

Dei um risinho por enquanto que abraçava o mesmo, e ele abraçou de volta, fazendo nós dois dormirmos.

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La Hermosa - AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora