Confortante.

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-Delphine-

"como uma pessoa que eu nem conheço pode ser tão importante por um simples momento de fala?"

•07:38AM•

Entrando no banheiro, fecho rapidamente a porta e tranco-a, me apoiando com as duas mãos na pia olhando pra baixo, chorando enlouquecedoramente, tentando conte-lo.

Eu não conseguia parar.

Ei... está tudo bem... - Rue afirmava fazendo carinho nas minhas costas.

Eu sei, é só que é muita coisa... - Digo tentando parar de chorar, mas falhando.

Eu, Fezco e o Ashtray estamos aqui pra te ajudar... - Rue afirma tentando fazer eu levantar a cabeça.

O ashtray gosta muito de você, é a primeira vez que o vejo assim. - Ela afirma.

Eu não acredito que ele me expulsou de casa por querer amar. - Digo levantando a cabeça, fazendo eu me olhar no espelho.

Via as lágrimas percorrerem meu pescoço, e a junção de mais liquido salgado perto dos meus olhos, a transbordar.

Eu lamento por isso. - Rue afirma me olhando pelo espelho.

Mas você esta segura, podemos fazer o que quisermos nesses dias, você não esta sozinha. - Rue responde a minha cara de tensão no espelho.

Podemos só sentar em um canto, ficar em silêncio, pensando? - Eu pergunto me virando pra mesma.

Claro... - Ela diz dando um sorriso confortante e me guiando pra o canto do chuveiro, me colocando no colo dela, por enquanto que ela me abraçava forte.

Naquele momento, eu chorava como um bebé, as minhas lágrimas percorriam nossos corpos que nem precisaríamos mais tomar banho, o barulho do meu choro tomava conta do banheiro, fazendo a menina me abraçar cada vez mais forte, como se estivesse quebrando nossos ossos.

Passamos minutos naquele banheiro, com nossas companhias criando uma linda lembrança.

Depois de eu me acalmar, levantamos, fazendo Rue sentar na privada, e conversarmos o meu banho inteiro.

Após o meu momento de reflexão com a menina, vesti uma roupa confortável, saindo do banheiro.

Ashtray parecia estar me esperando sair do banheiro, mas disfarçou o seu olhar pro banheiro quando eu abri a porta.

Oi! - Digo pro menino.

Oi... - Ele diz contando o dinheiro.

Vou em direção ao quarto do mesmo, me deitando e finalmente ligando meu celular.

O tanto de mensagens de pessoas que você nem podia imaginar.

"Aonde você está? "
"Cade a porra da droga?"
"Se você não me da o dinheiro eu te mato."

decidi ignorar as mensagens, colocando meu celular pra carregar, deitava direito na cama do menino, fazendo olhar pra cima, a pensar.

Rue então entra, e deita também, pegando um cigarro, e olhando pra a parede também.

08:21AM•

Decido encarar essa depressão no quarto e vou ver o que está se passando na sala.

Saio do quarto, e vejo Fezco na mesa colocando dinheiro na maquina de contar, e Ashtray contando sacos de cocaína na mesa do sofá.

Oi! - Digo alegre. - O que vocês estão fazendo? - Pergunto me sentando do lado do Ashtray.

Vai chegar uns caras aqui, melhor você não ficar aqui. - Afirma o Fezco, colocando mais dinheiro no contador.

Ah, sei como é, mas eu posso ficar, vai que dá moral. - Digo me virando pra afirmar ao ruivo.

Vai pra merda do meu quarto e se tranca lá até eles irem embora. - Ashtray manda terminando de contar os sacos de cocaina.

Resmungo pros lados e me tranco no quarto com a Rue.

Logo ouvimos a porta a se abrir, e papos pro lado e pro outro.

Ignorando tudo, ficávamos no celular vendo merdas.

Mas começamos a ouvir barulhos e xingamentos estranhos, dando a entender que tinha alguma coisa errada.

Não é melhor irmos ver? - Afirma Rue olhando pra porta e olhando pra mim de volta.

Afirmo com a cabeça e pego a arma da minha mochila, abrindo lentamente a porta, e colocando a cabeça por fora, pra tentar ver o que está acontecendo.

Falhando miseravelmente, saímos rapidamente sem barulho do quarto, pondo agachados perto da sala.

Mas esse não é o dinheiro todo. - Diz um homem alto e tatuado pro Fezco.

Eu sei cara, mas a gente não tem por enquanto. - Fezco dizia por enquanto que o homem se aproximava do mesmo, ameaçando ele.

Era em torno três caras, o que parecia que mandava, que estava "conversando" com o Fezco, e mais dois caras, que pareciam ser capangas.
Ashtray estava em pé do lado dos capangas, dando a entender que está do lado deles por mandado do homem.

A merda toda parecia cada vez ficar mais séria, o homem chegava cada vez mais perto do mesmo, ameaçando com os olhos.

Merda... - Dizia me deslocando pro outro lado.

Delphi, o que ce ta fazendo? - Rue cochichava no mesmo lugar.

Ignorei a mesma, indo ficar atrás do homem.

Ir despercebida foi um sucesso, consegui me manter perto do homem, sem que ninguém percebesse.

O homem então quase foi pra cima do mesmo, parando quando sentiu uma pressão atrás das costas.

Rapidamente os capangas se mexeram pra tentar conter, mas param logo quando ouviu a arma sendo carregada.

Se vocês derem um passo, eu mato esse seu amiguinho aqui. - Afirmo fazendo mais pressão na costa do homem, e o mesmo levantando a mão.

Rapidamente Ashtray algema um dos capangas, e Rue corre pra pegar umas das algemas, algemando os outros.

Ambos colocam eles em joelho, fazendo perceber que agora nós mandamos.

Revistem eles. - Afirmo, fazendo Ashtray e Rue revistarem os mesmos, retirando todas as armas e colocando eles de lado.

Senta ai. - Fezco diz apontando com a cabeça pra o sofá.

O homem senta cautelosamente no sofá, fazendo Fezco ficar na frente dele, e eu com a arma apontada na cabeça do homem.

Rue e Ashtray então ficavam tomando conta dos algemados, e ouvindo cuidadosamente o que o Fezco falava e ameaçava pra o homem.

E se você ousar tentar matar ou fazer qualquer coisa pra eles, eu dou queixa ao meu irmão e faço questão de eu mesma tirar os testículos de todos vocês. - Dizia eu fazendo mais pressão na cabeça  e cochichando no ouvido do mesmo.

Nos despedimos dos homens, fazendo relaxar no sofá.

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La Hermosa - AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora