Entre águas.

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-Delphine-

•1:29AM•

Sai do banheiro com a Rue, avistando rapidamente os dois meninos da sala me encarando.

O meu rosto estava vermelho de tanto chorar, a frustração fez as marcas de lágrimas ficarem claramente visíveis.

Eai, precisa de alguma coisa? - O ruivo perguntou logo se virando do sofá pra me ver.

Neguei com a cabeça.

Eu e a Delphine vamos sair um pouco. - Rue afirmou me guiando com as mãos no meu ombro indo em direção a porta.

O meu amante me seguia pelos olhos, não falava nem mostrava nada, o que me deixava levemente chateada.

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•10:38AM•

Eu e a menina voltamos pra casa dos dois, abrindo a porta silenciosamente com a esperança de que não os acordassem.

Eu e a mesma tínhamos feito várias coisas, tantas que nem me recordo.

Nos deparamos rapidamente com o Ashtray sentado no sofá, parecia a espera de alguém.

Eu olhei pra Rue e ela fez uma afirmação com a cabeça, e logo cheguei perto do menino.

Temos que conversar. - Afirmo pro mesmo ignorando meu medo.

Vem, vamos sair. - O menino afirmou se levantando do sofá e pegando a chave do carro.

O que? - Pergunto confusa vendo ele se remexer rapidamente.

Só vem caralho. - Ele diz abrindo a porta em direção ao carro.

Me dou de ombros e saio da casa fechando a mesma, e entrando no carro.

Estávamos andando pra algum lugar, mas não me dei o trabalho de perguntar, estava pensando o suficiente pra não pensar pra onde estávamos indo.

Passou-se um tempo e entramos pra uma floresta, era linda, mas assustadora.

"Por que estamos indo pra uma floresta?"- pensei eu.

Fiquei imaginando as múltiplas coisas que poderíamos fazer em uma floresta.

Trilha...
Piquenique...
Caçar ...
Apenas conversar...
Ser assassinada...

Começamos a entrar em uma estrada de barro, com árvores mais perto de nós.

Depois daquelas árvores tampando todos os mínimos raios de sol, de repente saímos daquela estrada sombria, revelando uma linda cachoeira, com águas cristalinas o suficiente pra ver os mínimos peixinhos.

Aliviada fiquei.

Estacionamos o carro do lado, e rapidamente sai do carro, correndo pra cachoeira enorme que estava na nossa frente.

Era perfeito.

O menino chegava lentamente perto de mim, ficando do meu lado, analisando cada detalhe da cachoeira como eu.

Do nada, ele começou a tirar os sapatos e a camisa, até ficar apenas com um calção.

Sem eu nem perceber ele rapidamente pulou pra cachoeira, fazendo as gotas grossas de água pularem em mim, me fazendo ficar um pouco demais molhada.

Entra logo. - Ele mandava.

Mas eu estou sem nenhuma roupa de banho. - Afirmei ele.

Só entra porra. - Ele mandou.

Retirei a camisa larga e grande que eu estava, revelando meu sutiã preto com rendas, e me deixando só de shorts.

Lentamente fui entrando pela escadinha que aviam instalando, e logo ele me da a mão, analisando cada detalhe do meu corpo, mas sem demonstrar.

Finalmente entrei o bastante pra ficar sem pé, tendo que apoiar no menino que consegui ficar de pé.

Sentia a água nos arrodear, e seus olhos tentando demonstrar algo.

Ele rapidamente segurou minha cintura lentamente pelas águas e me puxou pra um abraço, me fazendo apoiar as minhas pernas na cintura do mesmo, e minhas mãos abraçavam o pescoço do menino.

Ele me apertava cada vez mais, a mão dele segurava a minha cintura, e cada segundo ele empurrava mais a mesma pra ele, já eu apoiava a cabeça do ombro dele, sentindo a sensação e o corpo do mesmo, o abdómen definido a tocar em meu corpo e os seus ombros grossos me faziam delirar e esquecer tudo o que tinha feito.

Ficamos abraçados por minutos, sentindo a água morna nos nossos corpos, o vento a soprar nos nossos rostos, o som da cachoeira e dos pássaros fazíamos refletir.

Eu me odeio por ter te machucado. - Ele afirmou ainda me abraçando, com a mesma posição.

Eu mataria qualquer homem que machuque você, fazendo eu querer me machucar. - Ele desabafa. - Eu nunca vou me desculpar por isso, sempre vou ter esse peso na consciência, e entendo se você não me desculpar.

Mas eu te prometo, que isso nunca mais vai acontecer, eu prometo. - Ele disse me abraçando com mais força. - Ninguém alem de mim pode tocar em você, e vou garantir que ninguém toque. - Falou apertando cada vez mais minha cintura.

Mas por favor, não me deixe. - Ele citou me fazendo ficar surpresa.

Ele fica em silêncio esperando uma resposta de mim.

Eu preciso de você. - Ele desabafou.

Fiquei em silêncio pois não sabia o que pensar, nem dizer, estava surpresa demais pra mostrar algum sinal de vida.

Eu me afastei do ombro dele, olhando em seu olho, rapidamente coloquei os seus lábios no meu.
O beijo era selvagem, com gosto de vingança, culpa, amor, ódio, tudo que você poderia imaginar.

Eu controlava o beijo, colocando minhas mãos nas costas dele e arranhando levemente, o menino descia a sua mão pra a parte inferior de minha cinturas, empurrando a mesma pra eu subir um pouco mais, e logo colocando suas mãos perto dos meus seios.

Eu dessa vez estava no controle.

Depois de minutos em pegação naquela cachoeira, coloquei nossas testas juntas fazendo nos dois respirar-mos, e a mão do mesmo subir o suficiente pra tocar a parte de trás do meu sutiã.

Eu te suporto. - Eu afirmo colocando a minha mão no rosto do mesmo.

Eu te suporto muito mais. - Ele diz colocando a sua outra mão direita em meu pescoço, puxando o mesmo pra outro beijo.

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La Hermosa - AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora