Finalmente feliz.

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-Delphine-

"Achei que nunca ia sentir isso denovo."

•10:49AM•

Passou 3 semanas, e cada vez me sentia melhor, o sentimento de felicidade genuína, de trabalhar, me sentir segura denovo e com posse do que é meu, me fazia melhorar em segundos.

O melhor, era o sentimento de ter ele ao meu lado, de ouvir a sua voz, de sentir seu toque em meu rosto, seu gosto, seu cheiro, tudo.

Sentia saudade do seu sorriso. - Ele afirmava tocando o meu rosto, e olhando no fundo dos meus olhos.

Você fica cada vez mais brilhante. - Ele dizia em uma linda noite de filmes de terror.

Seu corpo continua magnífico. - Ele desabafava me vendo fazer sacos de ervas.

A menina do qual me apaixonei voltou. - Ele soltava me olhando dormindo.

Quem me dera que essa menina idiota, lesada, irritante e dramática voltaria. - Ele falava depois de uma luta intensa de travesseiros.

E a cada momento, eu sabia, que ele era o meu menino certo.

Depois de tudo o que eu passei, de todos os meus traumas repentinos e injustos, depois do tempo que estamos juntos, eu sei de coisas que antes eu tinha dúvida.

Ele não sai de perto de mim, e eu não paro de pensar nele, eu amo ele, eu adoro ele, eu gosto dele, ele é o meu porto seguro.

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O dia estava chuvoso, o meu cobertor quentinho me enrolava e me mantia quente, o corpo do menino nos meus me faziam dormir acordada.

Mas apesar daquele momento perfeito, do seu corpo no meu, o tédio era óbvio e repentino.

O menino digitava no celular, do qual parecia falar com alguém importante, e eu entediada, resmungava.

Com falhas de atenção, eu olhava pra a janela e via os pingos da chuva se juntarem aos vidros e deslizarem até a parte inferior da janela.

Tédio. - Eu afirmava a resmungar.

O menino me ignora, voltando a digitar.

Seu idiota. - Eu desabafei esperando uma resposta.

O que 'ce quer? - Ele perguntou respirando fundo e olhando pra mim.

Fica comigo!! - Eu disse fazendo cara de coitada.

Ele respira fundo novamente e olha de volta ao celular.

O tempo que fiquei com você não foi suficiente? me deixa em paz porra! - Ele falou mexendo no celular.

Resmungei pela 10ª vez, e retirei o cobertor do meu corpo, me levantando e saindo do quarto.

Desci as escadas tentando ver se tinha alguém na casa, me decidindo que não tinha ninguém.

Fui até a cozinha, abrindo a geladeira e pegando água.

Subo no balcão, olhando na janela a chuva se tornar cada vez mais intensa.

Ouço passos, do qual rapidamente vejo o Ashtray vir pra cozinha.

Ele abre a geladeira e também pega uma água.

Parei de tomar a minha e apoiei no balcão.

Você gosta de chuva?- Perguntei esperando uma resposta atentamente.

É indiferente. - Afirmou o garoto com a boca cheia de água.

Eu gosto de chuva, você gostaria de tomar banho de chuva comigo? - Eu pergunto após se levantar.

Ele me olha estranho colocando o copo na pia.

Não. - Responde saindo da cozinha indo em direção a escada.

Eu pego o seu braço fazendo ele se virar.

Toma banho de chuva comigo!! - Eu digo e o menino me olha impaciente.

Faço uma cara triste esperando um sim mas falho rapidamente depois de lembrar que é ele que me manipula, não eu.

O menino se solta dos meus braços subindo as escadas.

Eu ignoro a rejeição que acabei de tomar, pegando um casaco e colocando uma calça jeans, logo saindo de casa.

A chuva estava gelada, intensa, formando um lindo arco-íris no céu, me fazendo olhar sorrindo.

Vou no meio da rua, e sinto a água tocar em meu rosto, consumindo todo o meu corpo.

Então, sento-me lentamente no meio da rua, e me deitando logo a seguir.

Abro a boca, sentindo as gotas grossas e geladas tocarem minha língua e deslizarem ate minha garganta.

Quando as gotas param de bater na minha língua, abro os olhos, vendo o Ashtray me olhando de cima.

Você estava falando sério então...? - Ele afirma.

Sento no asfalto - Por que eu falaria brincando? - Eu digo ironicamente.

O menino senta do meu lado - Sei la, do jeito que você é louca. - Ele diz ironicamente, eu acho.

Me deitei novamente no asfalto, fazendo o mesmo também deitar.

O silêncio toma conta de nós, sentindo a água percorrer nosso corpo, e nos juntarem.

Que saco. - O menino solta depois de 2 minutos em silêncio.

A é? então isso você vai gostar. - Me levantei do chão, fazendo pular nas poças de água que tinham se formado nos buracos do asfalto.

O menino se junta a mim, fazendo segurar minha mão e pulando juntos.

Foi a primeira vez que vi que ele estava realmente se divertindo.

Ele então me puxou, colocando sua mão em meu rosto, o levantando, e colando em meus lábios, o beijo era molhado pela água, e nossas mãos eram molhadas de amor.

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La Hermosa - AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora