Cap 24 - Não se iluda

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CAPÍTULO 24

Alexander colocou o paletó da Brooks Brothers. Apertava-lhe um pouco nos ombros, mas seu tamanho era difícil de encontrar, e não o tinha informado a Fritz. De qualquer forma, aquela coisa poderia ter sido feita sob medida e, mesmo assim, sentiria-se aprisionado. Ficava mais à vontade com os trajes de couro e as armas do que com aquele tecido caro.

Entrou no banheiro e forçou a vista, tentando ver como estava. O terno era negro, assim como a camisa. Isso era o que conseguia perceber.

Santo Deus, provavelmente estava parecendo um advogado. Tirou o paletó e o colocou sobre a bancada de mármore. Jogando o cabelo para trás com mãos impacientes, amarrou-o com uma tira de couro. Seu cabelo havia crescido de mais nos últimos dias e não se importou em corta-lo, nunca essas coisas o havia incomodado, então porque agora queria parecer decente?

Onde estava Fritz? O criado saíra para buscar Magnus há quase uma hora. Já deveria ter voltado, mas a casa continuava vazia.

Ah, diabos. Mesmo se o mordomo tivesse demorado só um minuto e meio, Alec se sentiria inquieto da mesma forma. Estava ansioso para ver Magnus, irrequieto e distraído. Só podia pensar em afundar o rosto em seu cabelo enquanto introduzia sua parte mais dura bem fundo no corpo dele.

Deus, aqueles sons que ele fazia quando alcançava o orgasmo.

Olhou seu reflexo. Voltou a colocar o paletó.

Mas o sexo não era tudo. Queria tratá-lo com respeito, não só desejava atira-lo na cama. Queria ir um pouco mais devagar. Comer com ele, conversar. Diabos, queria lhe dar o que os ômegas gostavam, um pouco de carinho, amor e atenção.

Ensaiou um sorriso. Esforçou-se por ampliá-lo. Parecia que suas bochechas iriam rachar.

Está certo, ele não era nenhum ursinho de pelúcia fofo. Mas podia tentar ser mais romântico. Podia?

Esfregou o maxilar. O que ele sabia sobre romance?

De repente, sentiu-se um idiota.

Não, era algo pior que isso. Aquele traje novo e elegante o denunciara, e a verdade que enxergou foi uma surpresa muito desagradável.

Voluntariamente, estava mudando sua maneira de ser, só para tentar agradá-lo.

E isso afetaria seu trabalho, pensou. Justamente por essa razão, jamais deveria tê-lo marcado, jamais deveria ter permitido que se aproximasse tanto.

Recordou a si mesmo, mais uma vez, que quando ele houvesse passado por sua transição, ele colocaria um ponto final no relacionamento deles. Retornaria à sua vida. E Magnus haveria...

Meu Deus, por que se sentia como se lhe tivessem atravessado o peito com um tiro?

- Alec? -A voz grave de seu irmão foi um alívio, e o devolveu à realidade.

- A voz de Suga retumbou por todo o aposento. Saiu para o quarto e franziu o semblante quando escutou o "fiu-fiu" de seu irmão.

- Olha só você - disse Suga, movendo-se ao seu redor.

- Não enche.

- Relaxa, prefiro as fêmeas - o irmão riu-, embora tenha de admitir que você não está nada mal.

Alexander cruzou os braços sobre o peito, mas o paletó o apertou tanto que temeu rasgar a costura das costas. Deixou os braços penderem.

- A que veio?

- Liguei para o seu celular e não me respondeu. Disse que queria que todos nos reuníssemos aqui, esta noite, a que horas?

- Estarei ocupado até a uma.

Anjo Sombrio (MALEC)Onde histórias criam vida. Descubra agora