CAPÍTULO 28
Assim está melhor, pensou o Sr. X, enquanto jogava um vampiro civil inconsciente no ombro. Carregou rapidamente o macho através do beco, abriu a parte de trás da minivan e largou sua presa como se fosse um saco de batatas. Teve o cuidado de cobrir a carga com um cobertor negro de lá. Sabia que desta vez seu plano funcionaria, e substituir o tranquilizante Demosedan por Acepromazina fizera a diferença. Sua intuição de usar tranquilizantes para cavalos em vez de sedativos de uso humano tinha sido correta. Apesar de tudo, o vampiro precisou de dois dardos da Acepromazina para ser derrubado.
O Sr. X olhou por cima do ombro antes de sentar-se ao volante. A prostituta que havia matado estava estendida sobre a sarjeta; seu sangue saturado de heroína escorria pelo bueiro. A amável moça até o tinha ajudado com a agulha. Certamente, não esperava que a droga tivesse uma pureza de 100%. Nem que corresse por suas veias em quantidade suficiente para derrubar um alce.
A polícia a encontraria pela manhã, mas ele havia sido muito cuidadoso: luvas de látex, touca no cabelo e roupa de náilon de uma malha muita densa que não soltava fibras. E, além disso, ela não havia oferecido resistência.
O Sr. X ligou o motor calmamente e deslizou através da rua Trade. Uma fina linha de suor causado pela expectativa apareceu sobre seu lábio superior. Aquela sensação da adrenalina bombeada por seu corpo o fez sentir falta do tempo em que ainda podia praticar sexo.
Mesmo se o vampiro não tivesse informação alguma a dar, iria se divertir o resto da noite. Pensou que podia começar com a marreta. Não, seria melhor o motor de dentista debaixo das unhas. Isso faria o macho acordar imediatamente. Afinal de contas, não havia muito sentido em torturar alguém inconsciente. Seria como chutar um cadáver, um mero exercício aeróbico, ainda que leve. Ele tinha que ter consciência da dor.
Escutou um leve ruído procedente da parte traseira. Olhou por cima do ombro. O vampiro se movia por baixo do cobertor. Que bom, estava vivo.
O Sr. X volveu de novo a vista para a rua, franzindo o semblante. Inclinou-se para frente, segurando firme o volante. Lá adiante, viu o brilho de umas luzes de freio. Os carros estavam parados em uma longa fila. Um punhado de cones cor de laranja obrigavam a parar, e as luzes azuis e brancas alternadas anunciavam a presença da polícia.
Um acidente? Não. Uma batida. Dois policiais com lanternas examinavam o interior dos veículos. Haviam colocado um cartaz onde se lia: "teste do bafômetro".
O Sr. X pisou no freio. Procurou em sua bolsa negra, tirou sua pistola de dardos e disparou outros dois tiros no vampiro para que não fizesse barulho. Com os vidros escuros e o cobertor negro sobre a presa, talvez passasse sem maiores problemas, desde que o macho não se movesse.
Quando chegou sua vez, baixou o vidro enquanto o policial se aproximava. A luz da lanterna do homem se refletiu no painel, produzindo um reflexo.
-Boa noite, policial - o Sr. X assumiu uma expressão afável.
- Esteve bebendo esta noite, senhor?
O policial, de meia-idade, tinha um aspecto bastante comum. Seu bigode necessitava ser aparado e o cabelo grisalho escapava por baixo do quepe. Parecia um sheepdog, mas sem a coleira antipulgas e o rabo.
- Não, oficial, não bebi.
- Ei, eu conheço o senhor.
-Verdade?
o Sr. X sorriu ainda mais enquanto olhava para o pescoço do homem. A frustração o levou a pensar na faca que tinha na porta do carro. Esticou um dedo e roçou-lhe o cabo, procurando se controlar.
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Anjo Sombrio (MALEC)
أدب الهواةLivro 1 - Anjo Sombrio. Alexander Gideon Lightwood, é o Alfa vampiro de raça mais pura dentre os que povoam a terra. Magnus Bane, filho mestiço de um princeps do antigo mundo. O que acontecerá quando os dois mundos se cruzarem? Anjos de sangue, um...