Anjo Sombrio (MALEC)

Cap 42 - Meu amado.

CAPÍTULO 42

No quarto do piso subterrâneo, Magnus fechou o chuveiro, estendeu a mão para a toalha e derrubou sem querer o anel de noivado da bancada de mármore.

- Oh, isso não é bom. Realmente, nada bom... - fechou a mão nervoso, pensando que tinha sorte por Alexander estar no andar de cima fiscalizando os preparativos para a cerimônia. Mas o barulho que a pesada peça fez ao bater no chão fora tão forte que talvez tivesse sido ouvida lá.

Preparou-se antes de olhar para baixo, convencido de que a pedra ou se soltara do engaste ou lascara. Mas estava em perfeito estado.

Não que estivesse ávido a voltar a colocá-lo no dedo. Sempre gostara de usar anéis, mas aquele era opressor demais.

Quem dera se todas as dificuldades da vida fossem como aquela, pensou ironicamente. O noivo colocara uma pedra preciosa de incalculável valor em seu dedo. Que chateação.

Teve de rir enquanto se secava. Alexander estava tão orgulhoso ao fazê- lo. Havia dito que era um presente de alguém a quem conheceria naquela noite.

Em seu casamento.

Parou de se secar um instante. Meu Deus, aquela palavra. Casamento.

Quem haveria de pensar que Ele...?

Alguém bateu na porta do quarto.

- Olá, Magnus. Está aí? - a desconhecida voz feminina soou abafada.

Magnus vestiu o roupão de Alexander e se dirigiu para lá, mas não abriu a porta.

- Sou Lalisa. A companheira de Min Yoongi. Pensei que você gostaria que alguém o ajudasse a se preparar para esta noite, e trouxe para você um vestido de cerimônia, se por acaso não tiver nenhum. Bem, acontece que também sou daquelas fêmeas típicas, bem curiosas, e estava louca para conhecer você.

Magnus abriu a porta.

- Sim?

Uau!

lalisa não tinha nada de típica. Cabelo vermelho incandescente, rosto de deusa asiatica, transpirando autoconfiança. Seu vestido de um azul vivo ressaltava seu colorido como o céu de outono contra as folhas avermelhadas das árvores.

- Ah, oi - disse Magnus.

- Oi para você também - os olhos cor de uva de Lalisa eram astutos sem serem frios. Especialmente quando sorria.

-Você é fabuloso. Não é à toa que Alexander caiu de quatro por você.

- Quer entrar?

Lalisa entrou no quarto, carregando uma caixa grande e achatada e uma bolsa grande. Tinha um ar de superioridade, mas, por alguma razão, não parecia autoritária.

- Suga quase não me conta o que estava acontecendo. Alexander e ele estão meio brigados.

- Por quê?

Lalisa revirou os olhos, fechou a porta do outro lado do quarto e depositou a caixa sobre a mesinha de centro.

- Machos como eles sempre estão cheios de ressentimento, e de vez em quando sentem vontade de se matar. É inevitável. Suga não quis me dizer a causa do desentendimento deles, mas posso imaginar. Honra, coragem no campo de batalha ou nós, seus omegas – Lalisa abriu a caixa, revelando "toneladas" de cetim vermelho. - Nossos rapazes têm bom coração, mas de vez em quando perdem a cabeça e falam o que não devem.

Virou-se e sorriu.

-Já chega de falar deles. Está preparado para logo mais?

Normalmente, Magnus era reticente com os estranhos. Mas sentiu que valia a pena confiar naquela mulher de conversa franca e olhar perspicaz.