Seria medíocre dizer que eles são apenas o ''tudo de todos os tempos''. Ao mesmo tempo que estaríamos os superestimando se disséssemos que são algo além do nada. Sua força decaiu e sua honra se afogou no próprio sangue. A escolha de cair no vale do esquecimento para esconder a vergonha dos massacres foi dolorosa e assertiva, mesmo que a maldição de sua prole ainda viva em rosas vermelhas.''
O vale era abençoado. Paradisíaco.
As gargalhadas das crianças podiam ser ouvidas por toda a extensão do riacho enquanto corriam livremente. Os mais velhos plantavam, lavavam e construíam, enquanto o sol só tinha que secar as roupas e florescer as flores, visto que não haviam corações precisando de calor. Os herdeiros dos deuses e os filhos dos servos cresciam unidos. Brincavam nos mesmo pastos, bebiam da mesma água. E não faltavam ocasiões em que o Deus Aidus e a Deusa Tarana desciam de seu palácio de estrelas para se misturar aos humanos.
Mas até as estrelas mais brilhantes estrelas um dia explodem na própria magnitude...
— ...8...9...10...lá vou eu. — A pequena menina de longos cabelos dourados começa à se embrenhar pelo bosque atrás das outras crianças. — Onde estão vocês?
Um arbusto se move atrás dela.
— Achei vocês! — ela abre o arbustos com rapidez e bufa logo em seguida — eram esquilos!
A jovem continua sua busca até escutar risadas bem baixinhas vindo de trás de uma grande árvore. Ela se curva e começa a se aproximar lentamente, como um animal selvagem prestes a atacar.
— Te peguei!
— Eu te disse para não me fazer rir se não ela nos encontraria. — A outra menina, essa de cabelos agressivamente ruivos gargalhava enquanto aceitava a ajuda de seu parceiro de esconderijo para se levantar.
— A culpa não é minha que você tem cocegas até nos braços. Bem, agora temos que achar o Montã.
— Por que vocês estavam juntos? — Disparou a menina loira.
— Como assim, Serkã? — indagou a ruiva.
— Por que você e Maltus estavam se escondendo juntos? — O incomodo e raiva na voz de Serkã era visível, mesmo que seu orgulho jamais a permitisse admitir isso.
— Ele apenas me ajudou porque eu não estava achando um lugar para me esconder.
— Não estava achando lugar para se esconder? Está mesmo me dizendo que nenhum arbusto ou árvore aqui é grande o suficiente para te esconder? — Serkã apenas expressa uma risada fechada de sarcasmo. A voz já tomando um tom mais alto e estridente ao passo de sua raiva crescente. — Como você é inocente, não é Alena? Tão doce e ingênua!
— Fui eu quem a chamou para ficar comigo, Serkã. Foi só um ajuda.
É apavorante.
Ao ouvir Maltus, Serkã se desarma completamente, como se com a voz, ela saísse de dentro da própria mente e se lembrasse de recolocar sua máscara.
Sair do sadismo absoluto para uma simples menina, pode ser um árduo trabalho, Majestade.
— É claro que ajudou, você é uma pessoa tão boa Maltus, ajudaria qualquer um. — Serkã fita os olhos esmeralda do garoto enquanto alisar as pontas douradas de seus cabelos. Sua voz é suspirada e gentil – assustadoramente diferente do tom usado há 5 segundos atrás, diga-se de passagem.
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Irmãos da Rosa
Fantasy"Até a rosa mais bela traz, em sua base, os piores espinhos" Na simplicidade de sua pacata cidade Escocesa, Lucy se vê diante de um desafio, um menino misterioso e sério que subtamente entra em sua vida e a confronta com o caos. Junto à esse caos co...