|Concluída|
Vítima de um pai psicopata que se esconde atrás da religião, Jeongguk sofreu durante anos por causa da sua sexualidade. O pai o fez acreditar que ele é um pecador por ser diferente dos demais e o castigou durante anos. Obrigado a seguir...
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"Por mais que na batalha se vença um ou mais inimigos, a vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias."
Buda
Taehyung agora estava deitadinho em sua cama, era por volta das onze da noite e chovia bastante lá fora. Por alguma razão desconhecida, não conseguia dormir, então decidiu fazer o que sempre fazia quando estava com insônia, saiu do quarto nas pontinhas dos pés e desceu alguns degraus da escada, mas parando abruptamente antes de chegar à metade, ouvindo as vozes dos seus pais ao longe, pareciam estar na cozinha.
O Kim tinha apenas oito anos quando a insônia começou. Às vezes tinha sonhos estranhos, como se fossem memórias obscuras de algo que aconteceu no passado, não sabia explicar de onde vinham.
— Eu tenho medo por ele! O Taehyung não precisa viver com esse peso, nós somos os responsáveis por isso.
— Se não tivéssemos feito, nossas vidas seriam um inferno. Ele precisa saber a verdade, você acha que esses pesadelos não significam nada? Não podemos continuar mentindo para ele! — os Kim não eram de brigar, porém, Yerim acreditava que seria melhor contar a verdade, enquanto Jongdae queria privar o filho do sofrimento.
— Ele só tem oito anos, eu só quero que o meu filho seja uma criança normal, sem ter que se preocupar com as consequências dos nossos atos. Nós escolhemos esse caminho, não ele.
— Nós não podemos criá-lo em uma redoma de vidro, como se o mundo fosse perfeito, porque quando ele crescer, a vida vai engoli-lo. O Taehyung precisa saber a verdade, como ele vai se proteger caso algo aconteça conosco?
Taehyung sentiu o estômago embrulhar, tinha calafrios depois de ouvir aquela conversa. Ele tomou coragem para descer o restante dos degraus e apareceu na cozinha com o cabelinho bagunçado, a carinha amassada e segurando um ursinho de pelúcia. Jongdae pegou o filho no colo, torcendo para que ele não tivesse escutado a discussão.
— Appa, por que vocês estavam brigando? — ele coçou os olhinhos da forma mais fofa possível.
— Não é nada sério, querido. — Se pudesse, Jongdae colocaria o filho em um potinho de vidro, queria criá-lo longe das maldades daquele mundo injusto.
— Meu bem... — Yerim aproximou-se dos dois, deixando um beijinho na testa do filho — Não se preocupe com nada, sim?
— Estamos bem? — seus olhinhos estavam cheios de lágrimas, mesmo que seus pais dissessem que tudo estava bem, ele sentia em seu coraçãozinho que o perigo estava perto — Eu tive um sonho ruim outra vez.
