33 | Sobre o amor.

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ALEXIA SINGER.

Era mais um daqueles dias em que eu ensinava Castiel a cozinhar, enquanto ele me interrogava sobre o sentimento que os seres humanos possuíam uns pelos outros.

Tio Bobby, Dean e Rodrick quebravam a cabeça para consertar o novo carro do meu irmão, um Opala 1973 amarelo. E Sam estava deitado no sofá lendo alguns livros.

Após o retorno do loiro, tudo voltou ao normal rapidamente. Aquela era a casa dele e nós estávamos ou parecíamos estar tranquilos.

Depois daquela noite em meu quarto, Sam não me procurou para conversar. Sabia que ele esperava algum sinal meu, mas ainda me mantinha indisposta a conversas assim.

Em todas às vezes eu tomava frente e ia procurá-lo querendo encontrar uma solução. Dessa vez desisti de ser essa pessoa.

— O que é amor? — Castiel perguntou simplesmente, me tirando dos meus pensamentos. — É bom?

— Onde você viu isso? — ri fraco com a sua pergunta.

— Vi na televisão, em um filme. — ele explicou.

Assenti entendendo como surgiu a sua curiosidade. — Ele é bom, Cas. É um sentimento que faz as pessoas serem melhores por alguém. Quando amamos uma pessoa, fazemos de tudo por ela; queremos sempre o seu bem.

Castiel prestava atenção em tudo o que eu falava enquanto mexia a massa de macarrão na panela para o nosso jantar. — Agora compreendo porquê é tão importante para os seres humanos. Você ama alguém, Alex?

O olhei surpresa, mas afirmei. Havia me esquecido que Castiel estava aprendendo a entender o nosso mundo e Sam e eu não estávamos tão próximos como antes.

— Sim! A pessoa que eu amo é o Sam. — respondi e foi a vez de Castiel me olhar surpreso. Dei risada. — Nós somos namorados, Cas.

— Não sabia. Vocês dois não ficam juntos. — ele disse e eu compreendi sua perspectiva.

— No amor também há momentos bons e ruins, Castiel. E agora estamos em um ruim, melhor dizendo. — expliquei um tanto confusa.

— Por quê? — ele questionou. Seus olhos azuis me encaravam com uma nova curiosidade contida. — Se quiser falar, é claro.

— Antes de te conhecer, muitas coisas aconteceram na nossa vida, entre nós, Cas. Isso acabou nos afastando um pouco, e eu não sei se há o que fazer para resolver. — desabafei com o anjo.

Me senti bem conversando com Castiel porque ele não tinha a malícia que o mundo exigia, ele era simples. Não via maldade nas situações e o fato dele não saber exatamente todos os detalhes também me ajudou a me sentir mais confortável.

— Se vocês se amam, acho que podem resolver. Nem tudo é um caso perdido. Sam é um bom rapaz. — ele disse convicto e eu dei um pequeno sorriso.

— É o que me dizem, mas estou exausta de tudo isso. Lutar por amor é válido quando há reciprocidade, só não sei se isso ainda existe entre nós. — comentei um tanto triste.

As expressões de Castiel eram fáceis de serem lidas e vi que ele parecia triste por mim. Ele estava ao meu lado, o olhei e sorri genuinamente tentando confortá-lo e falei que estava tudo bem, por mais abalada que eu estivesse.

— Obrigada por me ouvir, Castiel. — o agradeci.

— Não precisa agradecer. É o que os amigos fazem também.

Eu me aproximei e o abracei, houve demora da parte de Castiel mas logo fui correspondida. Um tanto sem jeito, mas verdadeiro. Ele ainda precisava se acostumar com contato físico.

Confusion | Samuel Winchester [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora