CAPÍTULO QUINZE
UM TEMPO PARA SI
ALEXIA SINGER.
Eu fiquei abalada com tudo isso. Só queria sair para colocar meus pensamentos no lugar. Ainda tenho esperanças de que Rodrick está vivo e bem, por mais que as chances disso sejam mínimas já que ele está desaparecido há tantos anos.
Anos em que minha vida virou de cabeça para baixo. Meus pais e meus irmãos mortos enforcados por um demônio? Em pensar que todo esse tempo eu passei odiando meu pai por achar que tudo isso foi culpa dele, sendo que nessa história ele acabou sendo apenas maias vítima.
Não existia palavras que descrevessem minha dor. Me questionei milhares de vezes o motivo pelo qual essas coisas aconteceram comigo, jamais mereci tanto sofrimento. Eu era apenas uma menina.
Me forcei a acreditar que isso me fortaleceu, me fez amadurecer e aprender a me virar sozinha já que não tinha mais ninguém por mim nesse mundo, até tio Bobby aparecer.
Acabei me tornando uma adolescente problemática. Fui expulsa de diversos colégios por conta do meu comportamento agressivo demais, comparado as outras pessoas. Passei por vários psicólogos, psiquiatras e médicos que tentaram me ajudar com os sintomas de estresse pós traumático e com o passar dos anos senti uma certa evolução.
Aos poucos fui mudando, deixei para trás a agressividade e a desconfiança com as pessoas mas sabia que jamais me libertaria dos pesadelos e da maldita cena de ver toda minha família morta.
Me mudei para o Brasil onde morei por anos. Consegui me estabilizar lá, consegui recomeçar minha vida novamente. Morava com minha tia Jade e seus filhos, que tinham quase a mesma idade que a minha, eles eram dois anos mais velhos que eu assim como Rodrick.
Até decidir voltar para os Estados Unidos. Resolvi morar em Sioux Falls com meu tio Bobby Singer, por um convite dele. Nunca perdemos o contato enquanto estive no Brasil, ele sempre se fez presente da melhor forma possível.
Jamais imaginei que morar com tio Bobby fosse me render tantas coisas boas, como conhecer Sam e Dean, fazer a faculdade e ter uma vida normal, até agora.
Tudo estava indo bem demais para ser verdade. Quando eu menos esperei todas as lembranças ruins do meu passado voltam a tona e junto a ela vem toda a verdade por trás de toda a mentira.
Sammy até tentou conversar comigo sobre isso, mas eu estou tão cansada de mentiras, tão cansada de tudo sempre dar errado para mim que acabei nem escutando o que ele me disse.
A única coisa que precisava era um tempo sozinha, alguns dias, semanas, quem sabe até meses. Eu decidiria.
Arrumei minhas malas e dei o fora da casa o mais rápido possível. Não antes sem me despedir de Sam com um belo beijo. Joguei a mala em meu carro e sai de lá cantando pneu.
Não tinha a mínima ideia para onde eu iria, só desejava ficar longe.
Liguei o rádio e tocava alguma música da banda Alice In Chains que eu não me recordava o nome, mas a sonoridade era inconfundível, e como eu adorava ergui um pouco mais o volume, dirigindo sem rumo por algumas horas.
Pensei em tudo o que aconteceu comigo. Pensei por onde começaria a procurar Rodrick.
Meu celular tocou, indicando que alguém estava me ligando, peguei o aparelho e vi que se tratava de uma chamada de Dean. Atendi.
— Alex?
— Oi, Dean.
— Onde você tá?
— Eu não vou dizer. Só quero um tempo sozinha. — expliquei brevemente.
— SAMMY. — Dean gritou. — Fala aqui com a Alex, convence ela a falar onde está já que deixou ela fugir, senão eu sento o mão em você, cara. — Dean disse bravo e ouvi Sammy resmungar do outro lado da linha.
Não demora muito ouvi a voz calma de Sammy.
— Alex... Me diga onde está, estamos preocupados. Você sumiu e não disse nem pra onde ia. — Sammy disse cuidadoso.
— Sam, eu só quero um tempo sozinha. Logo eu volto. E não perca seu tempo tentando me rastrear porque não vai conseguir, bloqueei qualquer tipo de rastreamento sobre mim. — falei calmamente e escutei um estralo e Sam xingando Dean, provavelmente ele levou um tapa.
— Você é incrível, garota! — Sam riu.
— Eu sei. — respondi rindo. — Vou voltar a prestar atenção na estrada, irei desligar.
Não dei nem a oportunidade dos meninos terminarem de falar, desliguei a chamada e voltei a prestar atenção na estrada.
E assim continuei a dirigir por mais algumas horas até o sono me pegar. Parei no primeiro motel que vi pela estrada, estacionei e entrei para fazer check-in. Assim que peguei as chaves do quarto e abri a porta, joguei minha mala na cama e me deitei na mesma observando o teto até pegar no sono.
[...]
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Confusion | Samuel Winchester [1]
Fiksi PenggemarSUPERNATURAL | SAM WINCHESTER Sam Winchester, caçador de criaturas sobrenaturais, sempre levou uma vida marcada por perdas e batalhas constantes. Alexia Singer, sobrinha do renomado caçador Bobby Singer, cresceu fora do mundo sobrenatural, tendo uma...