01 | A morte.

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CAPÍTULO UMA MORTE

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CAPÍTULO UM
A MORTE

O cheiro de madeira queimada rescindia por toda floresta. Os irmãos olhavam a cova recém cavada no chão e preenchida pelo corpo sem vida de John Winchester.

Ambos ainda não sabiam o que fazer.

Ver o próprio pai morto no chão daquele hospital foi uma cena traumatizante para Samuel Winchester, o filho mais novo. Apesar da felicidade por ver o irmão acordado, saudável e um tanto machucado ficou triste por saber que não receberia as ligações repentinas do pai.

Mesmo depois de todas as brigas e discussões Samuel amava o pai. Ele era seu herói. Por muito tempo foi.

Samuel e Dean ainda continuavam observando o a cova já fechada e foi inevitável não ver que o Winchester mais velho estava abatido. Os dois estavam. Perder um membro da família não era fácil, principalmente quando se é a única pessoa que sobrou dela. Samuel não aguentou. Saiu caminhando até o Impala, enquanto Dean continuava olhando fixamente para o local no qual John estava enterrado.

"Como será minha vida daqui para frente? O que farei agora?" — Perdeu-se em seus próprios pensamentos.

Depois de alguns minutos Dean apareceu e entrou no carro dando partida sem dizer uma só palavra, Sam manteve o silêncio, confirmando o pedido não dito de Dean.

E assim pegaram a estrada. Horas viajando em pura quietude, até que o loiro decidiu estacionar em um motel qualquer para descansar.

Já dentro do quarto, o Winchester mais novo foi direto para o banheiro, desejando apenas tomar banho, mas lá ele chorou. Se culpou mais uma vez por ter se afastado do pai e por ter evitado contato com o homem tantas e tantas vezes nos últimos anos. Se culpou por todos os desentendimentos que ele jurava poder ter evitado.

Não fez questão de ser rápido, estava apático pois o luto já estava consumindo-o. Retornou ao cômodo vestido por suas costumeiras roupas, sempre um jeans batido e camisas xadrez no tecido de flanela. Jogou-se na cama e fechou os olhos, continuando acordado, até que decidiu quebrar o silêncio.

— Como vai ser daqui pra frente Dean? — Sam questionou Dean, mantendo seus olhos ainda fechados.

— Sinceramente? Eu não sei, Sammy. — Dean soltou um suspiro cansado. — Não sei como vamos continuar sem o papai. Salvar pessoas, caçar coisas... — olhou o irmão mais novo sério. — Papai ia querer que nós fizéssemos isso.

O negócio da família... — Sam fez questão de frisar a última parte do lema que sempre repetiam. Sua voz demonstrava um pouco de desgosto ao ouvir. — Sabe, eu andei pensando em parar com as caçadas. — abriu os olhos e comentou olhando para o teto.

— Você quer parar de vez com os casos? — o mais velho perguntou com um tom meio repleto de receio pela resposta de Samuel.

— Não, não. Só pensei em dar um tempo com tudo. Me sinto perdido agora que nosso pai morreu... Estive pensando em ficar um tempo na casa do Bobby. — Sam disse enquanto analisava as expressões de Dean, que franzia o cenho. — E você?

— Ainda não consegui pensar nisso, Sammy. — pensou um pouco antes de falar. — Mas acho que não.

Dean que estava deitado na cama se levantou e sentou na ponta do móvel com os cotovelos apoiados no joelho.

— Não gostaria que você parasse com os casos, já que é um dos melhores caçadores que já conheci, depois de papai e de mim, é claro! — Dean brincou sorrindo de canto, quebrando o gelo de um momento tão pesado para eles.

Sam sorriu sem mostrar os dentes e Dean logo desmanchou o sorriso, voltando a feição séria.

— Mas te entendo e respeito sua escolha. De qualquer forma, você ainda vai ser meu irmão caçula. — disse enquanto bagunçava o cabelo de Sam, que reclamava em murmúrios.

Dean foi em direção ao banheiro, entrou no local. Samuel ouviu o barulho do chuveiro sendo ligado, depois de alguns minutos uma fresta da porta se abriu revelando o Winchester mais velho com cabelo cheio de espuma do shampoo — o que seria uma cena cômica, se o dia de hoje não tivesse sido trágico para os Winchester.

— Pensou em quanto tempo quer passar no Bobby? — ele questionou curioso.

— Não ainda, mas vou falar com ele agora. — pegou seu celular e procurou o número de Bobby Singer em sua agenda. — Mas acho que irei amanhã mesmo.

— Ok. Então te levo até lá amanhã. Aproveito pra visitar o rabugento. — Dean fechou a porta e continuou o que estava fazendo.

Samuel relembrou alguns momentos do dia, relembrando cada momento vivido ao lado de seu pai, mesmo que ele não fosse tão presente quanto deveria ser na sua vida e na de Dean. Ele ainda continuava sendo o pai dos rapazes, o homem que os ensinou tudo o que sabiam atualmente para sobreviver e salvar a vida de pessoas.

Sentiu um pesar nos olhos. O cansaço tomou conta de todo seu corpo e Samuel não aguentando mais ficar acordado, acabou dormindo.

[...]

Confusion | Samuel Winchester [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora