02 | Longe das caçadas.

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CAPÍTULO DOISLONGE DAS CAÇADAS

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CAPÍTULO DOIS
LONGE DAS CAÇADAS.

SAMUEL WINCHESTER.

Senti a claridade do sol entrando pelos vãos da cortina do quarto do motel; já havia amanhecido. Me sentei na cama ainda de olhos fechados e passei minhas mãos em meu rosto subindo até meu cabelo, penteei o mesmo com os dedos em busca de ajeitá-lo de alguma forma.

Olhei para os lados e Dean não estava, então deduzi que havia ido comprar o café da manhã para nós dois.

Fui até o banheiro e fiz minhas higienes matinais diárias. Tomei um banho, nada muito demorado e vesti uma calça jeans básica, e uma camiseta branca. Também peguei minha blusa xadrez e a deixei estendida na cama.

Me sentei na poltrona que ficava perto da janela. Peguei meu celular e liguei para o Bobby, na primeira chamada ele atende:

Hey, Sam! Como está se sentindo? — a voz grossa de Bobby era nítida na chamada.

— Oi, Bobby. Estou bem e você?

Vou indo. Precisa de alguma coisa? Aconteceu algo com Dean?

— Não se preocupe, Dean está bem! — afirmei tranquilizando-o. — Liguei para perguntar se podia passar um tempo na sua casa... Decidi parar um pouco com as caçadas, quero um tempo para colocar minhas ideias no lugar, sabe? Decidir o que quero fazer daqui pra frente agora que papai... — minha voz foi morrendo ao final da frase, mas sabia que Bobby entenderia o que eu quis dizer.

Mas é claro que pode, seu idiota! Não precisa perguntar. — ele disse indignado. — Quando vocês vem?

Eu ri com a resposta afetuosa de Bobby. Era tudo o que eu podia fazer além de lhe agradecer por tanto apoio em um momento como esse. Ele era a figura mais próxima de um pai que Dean e eu poderíamos ter.

— Daqui a pouco nós vamos pegar a estrada. — comentei olhando meu relógio no pulso. — Provavelmente hoje mesmo chegamos em Sioux Falls!

Espero vocês aqui. Seu irmão não vai dar uma pausa nas caçadas? — questionou com receio.

— Sabe como Dean é... Ele não quer parar com o negócio da família e eu nunca quis voltar para essa vida. Só quero passar um tempo longe disso e esfriar minha cabeça.

Entendo. — ele disse compreensivo e antes que eu pudesse dizer algo a mais, Bobby se despediu apressadamente. — Sam, vou ter que desligar agora. Até mais!

— Até, Bobby!

Desliguei o telefone. A porta do quarto se abriu revelando Dean com a comida. Comi meu lanche e arrumei as coisas na mochila, as coloquei dentro do porta-malas do Impala, entrei no mesmo e caímos na estrada mais uma vez.

Não consegui mensurar quantas horas durou a viagem porque acabei dormindo; eu somente sabia que Dean não parou até finalmente chegarmos à casa de Bobby.

Assim que Dean estacionou o Impala, Bobby apareceu e veio em nossa direção, dei um abraço apertado no mesmo já que fazia algum tempo que não o via, Dean fez o mesmo. Não dissemos nada e nem era necessário.

— Entrem, idiotas. Ou vão ficar parados aí como uma estátua? — Bobby disse ranzinza enquanto entrava na casa. Era ótimo vê-lo agir como se nada tivesse acontecido, um alívio para meu irmão e eu.

Dean e eu nos olhamos e rimos, Bobby continuava do mesmo jeito. O seguimos até a sala.

— Quero apresentar uma pessoa a vocês.

— Nova namorada, Bobby? — Dean perguntou mandando um olhar malicioso para Bobby. Dei risada quando sua expressão se tornou enojada.

— Cale a boca, Dean. Querida, venha aqui! — Bobby chamou.

Querida? Então Bobby Singer estava hospedando uma mulher em sua casa.

Uma moça de aparentemente vinte e poucos anos apareceu na sala.

Jamais negaria que era dona de uma beleza surreal, então não pude deixar de observá-la. Seus traços eram delicados e deixavam claro que ela provavelmente era de origem latina. Parecia que foi desenhada à mão.

Tinha os olhos castanhos arredondado. Os cabelos cacheados e negros como a noite e tinha a pele morena, em um tom bronzeado. E mesmo não querendo reparar nisso, não pude deixar de notar como seus seios eram fartos, ainda que cobertos pela camada de roupa e em como sua cintura era mais fina quando comparado aos quadris perfeitamente largos e coxas grossas. Inteiramente natural. Era diferente de todos os corpos que estávamos acostumados a ver por aqui.

Me arriscava a dizer que estava encantado. Dean ainda mais, faltava apenas a saliva escorrendo.

Ela vestia com uma calça jeans rasgada nos joelhos, um par de coturnos batidos, uma regata cinza colada com junto a uma blusa de mangas compridas xadrez e cabelos presos em um rabo de cavalo com alguns fios soltos.

Olhei para Dean que estava boquiaberto assim como eu. Ele deve estar pensando a mesma coisa que eu. E, até algo a mais, mediante a sua personalidade.

— Meninos, essa aqui é a minha sobrinha. Está morando comigo há um tempo. — explicou ele.

Meu irmão não querendo perder tempo, se apressou em se apresentar: — Prazer, sou Dean Winchester. — deu um sorriso galanteador enquanto parecia ver a alma da garota. — Pode me chamar do que você quiser.

— Prazer, Alexia Singer. — cumprimentou Dean com um aperto de mão e nos analisou minuciosamente, como se estivesse escolhendo um de nós. — Mas podem me chamar de Alex.

Dean ficou um pouco confuso, Alex não havia caído na lábia dele e percebeu quando ela não devolveu seu sorriso cheio de segundas intenções. Dei uma risada baixa disfarçando.

— Prazer, Sam Winchester! — tentei sorrir sem demonstrar o meu leve nervosismo e demos um aperto de mão firme.

— O prazer é todo meu. — ela disse olhando em meus olhos e retribuindo o riso de lado.

— Desculpe se estou sendo curioso demais, mas você não é daqui... Estou certo? — perguntei me segurando para não enchê-la de questionamentos. Não desejava assustar Alex.

— Alex veio da California. — assim que Bobby disse isso, ela complementou.

— Mas nasci no Brasil! — ela sorriu. — Faço questão de mencionar. Tenho orgulho das minhas origens. — disse confiante e eu gostei disso.

— Uau, uma brasileira. — Dean disse divertido e um pouco animado, até demais. — Nunca tinha conhecido nenhuma até agora.

— Pois acabou de conhecer uma, para sua felicidade. — ela brincou. — Tio, as bebidas acabaram. Vou ao mercado. — disse pegando as chaves do carro.

— Certo, querida. Tome cuidado.

— Posso ir junto? — Dean se ofereceu. Com certeza ia tentar algo com a moça. Coitada.

— Claro, vamos. — ela disse com um meio sorriso.

— Vamos com meu carro. Você se importa?

— Não, tudo bem. Vamos indo. — apenas pegou uma jaqueta e saiu.

Eles saíram junto enquanto Bobby e eu ficamos conversando, falando sobre coisas estranhas que estão acontecendo por todo estado.

[...]

Confusion | Samuel Winchester [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora